Ontem, os mercados caíram fortemente, realizando os lucros alcançados nos dias anteriores. Com exceção da Nasdaq, as principais bolsas do ocidente fecharam o dia em queda, com precaução em relação ao comunicado do FED e o pronunciamento do BCE. O Brasil foi puxado pelo exterior, com o mercado aproveitando para realizar os ganhos.
Nos Estados Unidos, ademais os da oferta de emprego ter sido mais positiva que esperado e a economia americana estar a reabrir, o mercado escolheu ser cauteloso. Saindo de ativos de risco e alocando recursos em ativos mais seguros ou na Nasdaq, em ações do ramo de tecnologia, as quais vem mostrando força durante a crise.
Assim, apesar das perspectivas positivas, os agentes preferiram aguardar o anúncio do FED para considerarem e alinharem suas perspectivas em relação à economia americana.
O S&P 500 e Dow Jones fecharam em queda de 0,73% e 1,09% respectivamente. A Nasdaq teve alta de 0,29%. O VIX teve alta de 6,12%, em 27,39 pontos.
Na Europa, após realização parcial na segunda-feira (08), apesar do PIB para a Zona do Euro terem saído dentro das expectativas, os agentes escolheram aguardar os pareceres do FED e o anúncio do vice-presidente do BCE para que os agentes alinhem suas expectativas com os formuladores de política.
A maior queda do velho continente foi em Londres, com queda de 2,81%. Madrid teve queda de 1,82%. Frankfurt teve retração de 1,57%. Paris e Milão também tiveram realização de 1,55% e 1,49% respectivamente.
No Brasil, conforme o esperado ao começo do dia, também houve realização no Ibovespa. Com a influência do dos mercados no exterior.
Internamente, o ministro da economia, Paulo Guedes, disse que poderá unificar os programas de política de renda, com um programa chamado Renda Brasil. Além disso, lançará o programa Verde e Amarelo, com o objetivo de formalizar empregos.
Negativamente, pesou a falta de credibilidade em relação à divulgação dos dados relativos ao covid-19 por parte do governo de Bolsonaro, com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Morais determinando que os dados devem ser divulgados. Ainda, há destaque para processo de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão.
Assim, a bolsa teve queda de 0,92%, a 96.746 pontos. O dólar fechou com alta de 1,46% a R$ 4,898.
O petróleo fechou a sessão com alta, se recuperando da queda do dia anterior. A projeção do DoE (Departamento de Energia dos EUA) a evidenciar um aumento da demandando por petróleo e o anúncio da Arábia Saudita de que manterá o seu compromisso com os cortes na produção, deram força aos preços da commodity.
O Brent fechou com avanço de 0,93%, contado a US$ 41,18 o barril. O WTI subiu com mais força, subindo 1,96% sendo cotado a US$ 38,94% o barril.
Hoje (10), há muitos dados a serem divulgados na agenda norte-americana. Começando pelos dados do mercado imobiliário, a Mortgage Bankers Association (MBA) divulgará o índice de compras, os juros de hipotecas para 30 anos, o índice do mercado hipotecário e os pedidos por refinanciamento.
Tais indicadores são semanais e mostram como o mercado imobiliário está reagindo no momento atual da economia. A tendência é de que o mercado de hipoteca tenha queda em seus indicadores.
Apesar da esperança em relação à retomada da economia americana, os agentes perderam renda, mesmo que o mercado americano tenha criado empregos no mês passado, haja vista que os agentes ficam receosos de comprometer seu orçamento no curto prazo, enquanto ainda não há a retomada total da economia.
Quanto à inflação, o U.S. Bureau of Labor Statistics divulgará os dados IPC e o núcleo do IPC sendo os principais indicadores de inflação dos Estados Unidos, sendo, além de um importante indicador de preços, mais um termômetro da atividade econômica.
O núcleo do indicador (IPC-núcleo) mede a evolução dos prelos de bens e serviços excluindo os preços de alimentos e energia, levando em conta o consumo de bens não autônomos sob a perspectiva dos consumidores.
Haja vista a reabertura da economia americana com comércios e negócios voltando a funcionar e a volta do emprego nos Estados Unidos faz com que os preços voltem a subir, pois há aumento da demanda por parte dos agentes. Assim, o mercado espera que indicador alcance números melhores em maio em relação à abril saindo de -0,4% para -0,1% ao mês e, ao ano, há uma leve desaceleração, saindo de 1,4% para 1,3%, caso as expectativas dos agentes se concluam.
O IPC, considerando os preços de energia e alimentos, pelos mesmos motivos, também tendem a ter leve melhora, quase estagnada. Ao ano, os agentes esperam que índice passe de 0,3% para 0,2% e ao mês, o indicador passe de -0,8% para -0,1%.
Por mais que o indicador de preços tenha leve melhora, eles ainda estão em níveis baixos e tendem a melhorar ao longo do tempo, conforme a economia americana reabre.
Quanto ao petróleo, os agentes esperam novos cortes na produção da commodity.
Apesar dos rumores oriundos de OPEP de que Iraque e Arábia Saudita estariam propensos a não continuar com os cortes voluntários e os iraquianos não estarem a cumprir com o acordo, os agentes esperam novos cortes na produção de petróleo bruto nos EUA.
A expectativa do mercado é de que o corte seja de 1,450 milhões de barris, aprofundando o corte da semana anterior que foi de 2,077 milhões.
Os Estoques de Petróleo Bruto em Cushing, a referência para o WTI, também tende a aprofundar o corte, saindo diminuição nos estoques de 1,739 milhões para 5,4 milhões.
Por fim, para trazer de forma mais consistente as expectativas dos formuladores de política, a agenda americana traz o relatório da reunião do FOMC.
Além de decidir a taxa de juros, a taxa dos FED funds, a qual deve continuar em 0,25%, os membros do FOMC darão seus pareceres sobre o desempenho atual e futuro da economia americana.
O relatório é de suma importância tendo em vista a situação atual e será possível ver as expectativas dos agentes estão alinhadas com as dos agentes.
Na Europa, hoje (10) a agenda de conjuntura econômica está relativamente vazia com foco no discurso do vice-presidente do BCE, Luis de Guindos.
O anúncio do membro do BCE (Banco Central Europeu) pode gerar preços, principalmente para as bolsas europeias.
O objetivo do anúncio é falar sobre as condições econômicas e as perspectivas futuras para região e retomada da economia.
Na França, o Instituto Nacional da Estatística e Estudos Econômicos (National Institute of Statistics and Economic Studies), divulgará os dados relativos à produção industrial no país.
Levando em conta a importância do país dentro da União Europeia e da Zona do Euro, o indicador é um forte indício de como a economia e a indústria do bloco econômico está a se recuperar.
Com a reabertura da economia e os estímulos realizados pelas autoridades do país, os agentes esperam que a produção industrial saia de -16,2% e alcance aumento de 37.4%.
No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicará dados de inflação para o Brasil por intermédio do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para o mês de maio.
O indicador é importante porque evidencia o quanto a economia está a se acelerar, tendo em vista que uma inflação muito baixa mostra que a demanda está fraca pelo fato de não haver consumo. No caso atual, o desemprego e a queda na renda dos agentes, decorrente da crise advinda do covid-19. No entanto, a reabertura de muitas cidades pode gerar leve melhora no indicador.
Assim, os agentes esperam que o IPCA ao ano tenha aceleração de 2,49% em maio, contra 2,40% em abril. Na perspectiva mensal, os agentes esperam deflação, com o indicador saindo de -0,31% em abril e alcançando -0,20% em maio.
Apesar da melhora, o indicador continua em níveis baixos dando sinalização para os agentes que o Bacen pode realizar novo corte na taxa de juros.