Os mercados globais fecharam sem direção única, devido aos riscos da COVID-19 nos países do ocidente. Todavia, o avanço nos preços do petróleo do petróleo contribuiu para o avanço dos mercados americanos.
Na Europa, após conseguirem sustentar as altas do dia anterior (04), o mercado não resistiu ao avanço da COVID-19 no hemisfério norte. Na Alemanha, o lockdown foi estendido até o final do mês de janeiro. No Reino Unido, Boris Johnson disse que não vê outra alternativa, a não ser um lockdown nacional. Adicionalmente, o diretor da OMS, Tedros Adhanom informou que as variações do vírus podem gerar aceleração no número de casos e isso pode fazer com que “o pior esteja por vir”.
Assim, a maioria dos mercados europeus fecharam em queda. Londres, devido à alta do petróleo e o anúncio do pacote fiscal para amenizar os impactos do fechamento da economia, teve alta de 0,61%. Frankfurt, perdeu 0,55%. Paris, caiu 0,44%. Milão, recuou a 0,52%. Madri, perdeu 0,10% e Lisboa teve valorização de 0,31%.
O petróleo, fechou a sessão com forte avanço. O consenso da OPEP+ em manter cautela quanto à produção de petróleo, devido às incertezas quanto à demanda, fez com que a commodity energética subisse. Além disso, o Abdulaziz bin Salman Al Saud informou que o corte na produção da Arábia Saudita será de 1 milhão de barris por dia entre fevereiro em março. O WTI, teve alta de 4,85 %, a US$ 49,93. O Brent, teve ganho de 4,91%, em US$ 53,60.
Nova York, com as pesquisas indicando a vitória democrata que, se converterem em maioria democrata no Senado, Biden não terá entraves para aprovar estímulos fiscais em meio a um cenário de prolongamento da pandemia. Além disso, a melhora nas perspectivas em relação ao mercado de petróleo também contribuiu para a alta. O Dow Jones, fechou com alta de 0,55%. O S&P 500 e a Nasdaq tiveram alta de 0,71% e 0,95% respectivamente.
O principal índice da B3 acompanhou Nova York. O avanço dos preços do petróleo e alta das commodities contribuíram positivamente para que o mercado brasileiro fechasse em alta. O Ibovespa subiu a 0,44% a 119.376,21. O dólar fechou o dia com queda de 0,15% em R$ 5,26.
Na Ásia, os mercados fecharam sem direção única. Se por um lado as notícias em torno da decisão da OPEP+ ajudou o humor dos investidores, a proibição de transações com softwares chineses gerou tensão entre as duas maiores economias do mundo.
Na China, O Xangai teve alta de 0,63%. Shenzhen, subiu a 0,26% e Hong Kong, teve elevação de 0,15%. Apesar do lado negativo do noticiário estar relacionado com a China, foram Tóquio e Seul os perdedores do dia, com queda de 0,38% e 0,75% respectivamente.
A vitória democrata na Georgia está a um passo de se concretizar. A vitória de Warnock para uma das cadeiras e as pesquisas indicando uma possível vitória de Jon Ossoff, faz com que a continuação da rotação para ativos emergentes e maiores estímulos para economia americana não tenham entraves, fazendo com que os mercados abrissem animados.
Os efeitos de fora também serão observados pelo investidor brasileiro. Internamente, a fala de Bolsonaro sobre o “país estar quebrado” gerou desconforto. Paulo Guedes e Sachsida dizem que a fala reforça a necessidade de consolidação fiscal do país. Além disso, os movimentos em torno das eleições à presidência da câmara e a condução da pandemia e distribuições de vacinas também ficarão no radar.
Hoje (06), aconteceu a continuação dos números do PMI divulgados pela agência IHS Markit. Após a instituição britânica publicar dados fortes para o PMI industrial, os agentes tinham certa cautela quanto ao setor de serviços, tendo em vista que é um setor sensível às restrições econômicas. Para a Alemanha o PMI de serviços foi de 47 pontos, o composto, foi de 52 pontos. Para a Zona do Euro, 46,4 pontos para os serviços e 49,1 no composto. No Reino Unido, o indicador de serviços chegou a 50,4 pontos e o composto acumulou 49,4 pontos.
A Eurostat, publicou o índice de preços ao produtor, tem perspectiva de dados fracos em novembro, com estimativas de 0,1% ao mês e de -2,2% ao ano. Os números divulgados foram de 0,4% ao mês e de -1,9% ao ano.
Na Alemanha, a agência Destats disponibilizará a primeira prévia do IPC (Índice de Preços ao Consumidor). As expectativas para o mês, após queda de 0,8%, os agentes esperam avanço de 0,6%. Ao ano espera-se que o indicador continue deflacionário, com queda de 0,3% nos preços. Os baixos preços mostram que, apesar de dados positivos que vêm sendo divulgados pelo país, a demanda continua baixa, algo que também ocorre no restante da Zona do Euro, fazendo com que os bancos centrais mantenham as taxas de juros baixas.
No Brasil, tal qual nos demais países, serão divulgados os dados do PMI de serviços e composto. Apesar dos avanços no setor de serviços, conforme publicado pelo IBGE, é esperado avanço em ambos os indicadores (acima de 50 pontos), mas pode ser que o número seja um pouco menor, devido ao avanço menor da economia brasileira.
Antecipando os números do Payroll, a ADP System publicará dados da variação do emprego privado nos Estados Unidos. Após resultados elevados dos pedidos por seguro-desemprego ao longo das últimas semanas, o indicador será importante para evidenciar como o mercado de trabalho americano durante ao mês de dezembro. Após criação de 307 mil empregos criados no setor privado no mês de novembro, o mercado espera que apenas 55,3 mil empregos tenham sido criados. A queda nas perspectivas vai além do fato da variável ser de estoque, mas sim porque muitas pessoas não estão conseguindo encontrar emprego em meio um cenário incerto, mediante o avanço da covid-19 no país.
O avanço da COVID-19 fazendo alguns estados americanos recrudescer as medidas de distanciamento social, acabam por afetar o setor de serviços com mais força. Assim, o esperado que o indicador do PMI, sai de 58,4 pontos para 55,3, apesar de ainda evidenciar alta, por ficar acima dos 50 pontos. O dado, provavelmente puxará o PMI composto para baixo.
O Escritório de estatísticas e economia americano, mostrará as encomendas à indústria para o mês de novembro. A expectativa é de que o indicador saia de 1,0% para 0,7%. O indicador é importante pois mostra a demanda por produtos industriais.
Quanto ao mercado de petróleo, após a OPEP+ informar que tomará uma postura mais cautelosa em relação à produção de petróleo, os agentes esperam que os estoques de petróleo bruto tenham queda de 1,271 milhão, ante surpreendente queda de 6,065 milhões.
Por fim, o FED publicará a Ata do FOMC, informando as principais perspectivas econômicas da autoridade monetária da principal economia do mundo. O esperado é de que o comitê de política monetária continue com o posicionamento de estímulos para economia americana.
Autor: Matheus Jaconeli