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Via Varejo, B3, Suzano e outras | Nova Futura

Written by Nova Futura | 13/12/2019 03:00:00

A sexta-feira começa com o olhar atento do mercado à Via Varejo. Ontem à noite, a companhia divulgou que uma investigação independente realizada por um comitê nos balanços da empresa encontrou indícios de irregularidades que, segundo a própria companhia, terão impactos nos resultados do quarto trimestre de 2019 entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,4 bilhão. O patrimônio líquido também será afetado, em um valor que ficará entre R$ 800 milhões e R$ 940 milhões.

Segundo a Via Varejo, a segunda fase da investigação encontrou indícios de fraude contábil com manipulação da provisão trabalhista e diferimento indevido na baixa de ativos e contabilização de passivos. Também foram encontradas falhas de controles internos que poderiam resultar em erros em determinadas contas contábeis.

De acordo com os analistas do Citi Tobias Stingelin e João Pedro Soares, a notícia é uma surpresa negativa, dado que em 11 de novembro, a empresa divulgou que nenhuma irregularidade havia sido identificada. Porém, eles destacam que o impacto deve ser “modesto”, de cerca de R$ 30 milhões no fluxo de caixa, uma vez que foram encontrados também créditos tributários de R$ 600 milhões.

“Assumindo uma provisão de R$ 1,4 bilhão e R$ 600 milhões em créditos tributários, o valor nocional seria de R$ 800 milhões. Esse valor, no entanto, provavelmente geraria um crédito tributário de R$ 272 milhões. Esse crédito tributário adicionado à monetização do valor nocional (R$ 600 milhões) representaria R$ 872 milhões em créditos tributários, quase o mesmo que o potencial fluxo de caixa (R$ 900 milhões). O momento da saída de caixa (3/4 anos) não é necessariamente o mesmo da monetização dos créditos tributários; no entanto, o impacto final na situação financeira da empresa parece baixo”, explicam os analistas.

Após o comunicado da Via Varejo, o GPA informou que nem a empresa nem os membros do conselho de administração indicados por ela tomaram conhecimento de qualquer irregularidade nas demonstrações financeiras da Via Varejo, “tendo sido as mesmas sempre e uniformemente aprovadas por todos os órgãos e membros de controle e de administração regularmente constituídos”. No comunicado, o GPA lembra que quando era a sócia com maior participação, a Família Klein detinha mais de 20% do capital da Via Varejo, e também elegiam membros para compor os órgãos de administração e controle da companhia, e os critérios contábeis adotados eram aprovados por essas esferas.

Desde 12 de junho, quando Michael Klein anunciou sua intenção de comprar todas as ações na Via Varejo, a ação da empresa subiu 100% até o fechamento de ontem, acumulando ganho de 127% em 2019. Analistas estimam correção, principalmente em relação aos acentuados ganhos recentemente. Apenas em dezembro, as ações já subiram 13%. Ontem, no leilão de fechamento, o papel caiu 3,10%, após ter subido 6,3% no final da tarde.

Segundo o analista de varejo da XP Investimentos, Pedro Fagundes, a queda de 3,1% no leilão de fechamento equivale ao impacto do valor total do desembolso a ser supostamente pago em cerca de três anos (R$ 1,2 bilhão a valor presente) em relação ao valor de mercado da companhia, com previsão de mais queda. No entanto, para ele, a investigação faz parte da fase de ajuste pela qual a empresa passa nesse momento. “Continuamos acreditando que a Via Varejo apresenta hoje um perfil de governança melhor do que aquele apresentado no passado”, apontou.

No exterior, o clima é de otimismo, após fontes afirmarem que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve assinar com a China um “acordo limitado” para pôr fim à guerra comercial travada há um ano e meio entre os dois países, de acordo com relatos obtidos pela Dow Jones Newswires, adiando um novo aumento de tarifas previsto para este domingo (15). Trump se reuniu na tarde de ontem com importantes assessores econômicos e comerciais para fechar os últimos detalhes do plano. Uma fonte disse que o acordo pode ser confirmado ainda hoje. Já a Reuters noticiou, com base em duas fontes familiarizadas com as negociações, que Pequim concordou em comprar US$ 50 bilhões em produtos agrícolas americanos em 2020, um dos principais entraves ao acordo.

Na Europa, contribui para os ganhos superiores a 1% nas principais bolsas da região a esmagadora vitória do Partido Conservador do primeiro-ministro Boris Johnson na eleição geral do Reino Unido. A percepção é de que o premiê do Reino Unido tem melhores condições de garantir um “Brexit” (saída do Reino Unido da União Europeia) organizado. “Eu vou implementar o Brexit até 31 de janeiro”, disse o primeiro-ministro, referindo-se à data final concedida pela UE para que a separação se concretize.

Entre as commodities, o petróleo do tipo Brent avança mais de 1%, atingindo o maior nível desde setembro, em meio ao otimismo com possível acordo comercial sino-americano. Já o contrato futuro do minério de ferro negociado em Dalian avançou 0,31%, cotado a US$ 93,62 a tonelada.

B3

A B3 anuncia algumas projeções para 2020 e revisão de determinadas linhas referentes a 2019. A alteração está relacionada à projeção de alavancagem financeira e de captura de sinergias este ano.

Anteriormente, o guidance para o final de 2019, de até 1,5 vez a dívida total sobre Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente dos últimos 12 meses, caiu para 1,0x. O motivo é a decisão de adiar temporariamente o refinanciamento das debêntures de R$ 1,5 bilhão emitidas em 2016 com vencimento em dezembro de 2019. Para o final de 2020, a meta é de 1,5x.
A previsão é de captura de sinergias de despesas resultantes da combinação de negócios entre a BM&FBovespa e a Cetip de R$ 110 milhões por ano a partir do ano que vem, patamar que no guidance anterior estava estipulado para a partir de 2021.

Já para 2020, a B3 pretende elevar investimentos para uma faixa entre R$ 300 milhões e R$ 330 milhões, ante R$ intervalo de R$ 250 milhões e R$ 280 milhões na projeção para 2019. A previsão para despesas ajustadas no ano que vem é de R$ 1,125 bilhão e R$ 1,175 bilhão, enquanto a faixa de R$ 1,060 bilhão e R$ 1,110 bilhão foi reafirmada para 2019.

Suzano

A Suzano anunciou um plano de investimentos de R$ 4,4 bilhões para o ano de 2020, que serão aplicados em manutenção e expansão de seus negócios. Segundo a companhia, R$ 3,6 bilhões irão para manutenção, e os projetos de expansão e modernização terão desembolso de aproximadamente R$ 300 milhões. Além disso, a Suzano vai investir mais R$ 400 milhões em aquisição e/ou formação de terras e florestas. E os projetos em andamento nos portos em São Paulo e Maranhão movimentarão aproximadamente R$ 100 milhões em pagamentos no decorrer de 2020.

A Suzano vendeu para a Klabin 14 mil hectares de florestas de eucalipto em pé, na região sul do estado de São Paulo. O negócio foi avaliado em R$ 400 milhões e o pagamento será realizado proporcionalmente ao volume de floresta colhido e ocorrerá entre os anos de 2020 e 2026.

B2W

A B2W fechou contrato com a Cielo e com o Banco do Brasil para que as maquininhas da credenciadora aceitem a Ame como meio de pagamento, via QR Code. O acordo permite que o meio de pagamento da B2W se conecte com as mais de 1,5 milhão de POS da Cielo. A Ame tem hoje mais de 6,2 milhões de downloads e presença em mais de 1.600 Lojas Americanas, além dos sites controlados pela B2W e mais 35 mil pontos de varejo físicos.

Oi

A Oi informa que Rodrigo Abreu foi indicado pelo Conselho de Administração por unanimidade para o cargo de diretor presidente da companhia (CEO). Ele assume em 31 de janeiro de 2020, após a saída do atual CEO, Eurico Teles, do cargo. De acordo com a empresa, no cargo de chefe de operações (COO) que ocupa atualmente, Abreu vem sendo responsável por operar o negócio principal da empresa, englobando as áreas de finanças e administração, planejamento e desempenho operacional, gerenciamento de redes, logística, entre outras.

Ânima Holding

A Ânima Holding fechou um negócio jurídico que vai resultar na compra da Administradora Educacional Novo Ateneu, que é mantenedora da UniCuritiba, pelo valor de R$ 130 milhões. A universidade localizada na capital paranaense tem 13 cursos de graduação, 20 opções de especialização, além de Mestrado e Doutorado em Direito. A UniCuritiba tem cerca de 5.200 estudantes, Ticket médio de R$ 1.297 e tem campus localizado no bairro Rebouças, em Curitiba.

Outras notícias

A Localiza aprovou o pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP) no valor bruto de R$ 0,0997 por ação, equivalente a R$ 71,782 milhões. Os proventos serão pagos de acordo com a posição acionária da próxima terça-feira (17), e a partir do dia 18, as ações serão negociadas ex-juros. O crédito será feito aos acionistas no dia 14 de fevereiro. Além disso, a companhia anunciou aumento de capital de R$ 678,4 milhões, com a capitalização de reservas. Isso resultará em bonificação de ações. Os acionistas vão receber um novo papel ON para cada 20 que possuírem. Serão beneficiados quem estiver na base acionária no dia 20 de dezembro, e a partir do dia 23, as ações passam a ser negociadas ex-bonificação.

A Neoenergia aprovou o pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP) no valor de R$ 0,1793 por ação, equivalente a R$ 217,695 milhões. Os proventos serão pagos de acordo com a posição acionária do dia 06 de janeiro de 2020, e a partir do dia 07, as ações passam a ser negociadas ex-juros. O crédito aos acionistas será feito até o dia 30 de junho.

Fonte: AE Broadcast