A sexta-feira (25) foi marcada por queda em todas as bolsas globais, considerando a permanência dos temores em relação à retomada no número de infecções por covid-19 em todo mundo, principalmente nos Estados Unidos, na China e em alguns países da Europa.
Nos Estados Unidos, a preocupação com a segunda onda de covid-19 fez com que as projeções realizadas pelo FED (Federal Reserve) fossem revisadas, resultando em preocupações quanto ao retorno da economia do país nos próximos trimestres, confirmando as expectativas do FMI (Fundo Monetário Internacional).
A nova escalada no avanço do covid-19 ficou evidenciada pelo aumento de 1,7% na taxa de contaminação que, na semana anterior, era de 1,5%. Entre as regiões mais afetadas, estão o Arizona, Califórnia, Flórida e Texas.
Dow Jones teve retração de 2,84%. A Nasdaq teve retração de 2,59% e o S&P 500 também teve queda forte em 2,40%. O VIX, em meio ao ambiente de risco, avançou 7,05%, em 34,49 pontos.
Na Europa, apesar dos indicadores de expectativa apresentarem melhora, com base nos dados de conjuntura econômica foram divulgados ao longo do mês, o anúncio de Christine Lagarde, diretora do BCE (Banco Central Europeu) foi pessimista mostrando que, por mais que o pior do coronavírus tenha passado, o caminho da recuperação será difícil.
Assim, as bolsas europeias seguiram os caminhos das bolsas americanas, a absorver os temores em relação à segunda onda de covid-19.
Madrid teve a queda mais profunda, em 1,26%. Frankfurt teve retração de 0,73%. Milão perdeu 0,57%. Paris caiu 0,18% e Londres teve leve alta, com ganhos de 0,27%.
No Brasil, não obstante o marco regulatório ter levado ânimo a alguns investidores, principalmente a fundos internacionais interessados nas oportunidades que podem ser criadas no setor de saneamento. Além disso, a aprovação sinalizou o retorno das agendas de reforma, a bolsa brasileira acompanhou as quedas do exterior.
Além das perspectivas de aumento no número de infectados em todo mundo, o Brasil continua em números elevados, apesar de já ter atingido o seu pico em 19 de junho segundo a Johns Hopkins University.
Assim, o Ibovespa teve queda de 2,24%, a 93.834 pontos. Em meio ao aumento do risco internacional, o dólar teve alta de 2,58%, cotado a R$ 5,46.
Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa, mas próximos da instabilidade, apesar da melhora no mercado, os temores em relação ao covid-19 geraram as quedas no mercado.
O petróleo Bret teve queda de 0,46%, cotado a US$ 40,93. O WTI também diminuiu com perdas de 0,59% a preços de US$ 38,49.
Para a semana, o avanço do covid-19 e os dados econômicos continuarão a ser os principais fatores de formação de preço.
EUA: vendas pendentes de moradia e Índice de Atividade de Dallas
O National Association of Realtors divulgará as Vendas Pendentes de Moradias para o mês de maio.
Tal qual os demais indicadores referentes ao mercado imobiliário do mês de maio, também há expectativa elevação nesse indicador, uma vez que com a melhora das expectativas em relação à economia americana por parte dos agentes gerou aumento na demanda por imóveis.
O indicador é importante, pois abrange contratos imobiliários assinados por famílias, condomínios e cooperativas. Como leva em consideração os contratos realizados, também são envolvidas as construções.
O mercado espera aumento nos contratos, em maio, com elevação de 19,7% recuperando boa parte da queda registrada em abril, com queda de 21,8%. O FED de Dallas divulgará o indicador de atividade da região para o mês de junho.
Devido a piora das expectativas em relação à economia por conta de uma possível segunda onda de covid-19 a partir da segunda semana de maio, o mercado espera nova contração com o indicador saindo de -49,2 em maio para -59 pontos em junho.
Todavia, com os indicadores antecedentes, existe a possibilidade dos dados terem melhor desempenho que os esperado.
Europa: preços da Alemanha e indicadores de expectativa, clima, percepção e confiança para a Zona do Euro
Na Alemanha, a agência Destatis os dados de inflação por intermédio do IPC (Índice de preços ao consumidor) para o mês de junho.
Devido às novas perspectivas com o avanço no número de infectados, os agentes ficarm cautelosos em relação aos indicadores de conjuntura econômico. No que diz respeito à inflação, as famílias tendem a consumir menos, pois após grande retração econômica, elas vão esperar um cenário mais claro para a voltar a consumir. Porém como a economia pode voltar a ter impactos da segunda onda, o comportamento tende a ser mais conservador.
Assim, as expectativas para a inflação alemã é de -0,2% ao mês em junho, contra -0,1%. Ao ano, espera-se que o indicador continue em 0,6%.
Já para os indicadores da Zona do Euro, a Eurostatis publicará dados importantes no que diz respeito à montagem das expectativas e percepção dos agentes econômicos.
Começando pelos indicadores de confiança, o índice que abrange a confiança de empresas e consumidores tem perspectiva de aumento, saindo de 67,5 e 80 pontos.
A melhora se deve ao retorno da economia europeia após o covid-19. Aumentando a força da demanda e da oferta. O que assegura tal expectativa também está relacionada aos indicadores antecedentes que, em sua maioria, surpreendeu positivamente o mercado.
Seguindo a mesma lógica, o índice de confiança do setor de serviços também pode ter melhora, saindo de -43,6 pontos para 8,3.
Brasil: Boletim Focus e IGP-M.
No Brasil, como ocorre toda segunda-feira, será divulgado o Boletim Focus com as expectativas do mercado em relação à economia.
Devido aos dados antecedentes da atividade econômica, de inflação e endividamento do setor público, os agentes acreditam que indicadores como PIB, inflação e produção industrial terão queda ao fim do ano de 2020 e recuperação, mesmo que vagarosa, somente em 2021.
O IGP-M será divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, evidenciando o quanto os preços de bens de consumo e de bens de produção, tendem a se elevar.
Após o IPCA-15 evidenciar um resultado acima do esperado, se elevando em 0,02%, contra expectativa de queda de 0,08%. Os agentes também esperam avanço, com perspectiva de aceleração de 0,78% em junho, contra 0,28% de maio.
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