Ontem (20), após o pregão, a Vale divulgou seu resultado. A empresa acumulou prejuízo de US$ 1,262 bilhão no último trimestre de 2019. Os custos com indenização, questões jurídicas e a queda nos preços do minério de ferro contribuíram para o mal desempenho da mineradora.
O Ebitda ajustado caiu 2,48% em relação ao terceiro trimestre de 2019 e, em relação ao mesmo período de 2018, houve aumento de 1,54%.
A queda no resultado e no Ebitda reflete o aumento nos custos, inclusive os custos relacionados às reparações de Brumadinho.
A receita operacional líquida, somou USS$ 9,964 bilhões, com queda de 2,48% em relação ao período imediatamente anterior. A queda nas receitas, entre outros fatores, se deve a queda nos preços do minério de ferro e de outros minérios durante o período.
O indicador mostra que a empresa está conseguindo pagar suas dívidas com o lucro gerado a partir de sua produção ao longo dos trimestres. Há elevação pelo fato da valorização do real frente ao dólar após o terceiro trimestre de 2019. A partir desse período, as incertezas em relação á economia internacional e os conflitos comerciais entre EUA e China geraram elevação no dólar, mas a empresa demonstrou boa capacidade de gestão de suas dívidas.
O patrimônio líquido mantido praticamente constante, fez com que a Vale não deixasse esse indicador tão comprometido. O controle do endividamento, também foi outro fator que contribui para o desempenho do indicador.
A margem líquida foi impactada negativamente pelo prejuízo no último trimestre de 2019. Além disso, os custos judiciais, não recorrentes por conta de brumadinho e a queda no preço do minério de ferro, afetaram o indicador. Fazendo com que a empresa não retornasse lucro a partir da receita das vendas. Com isso o indicador, além de estar em um nível ruim, apresenta tendência de queda:
O retorno sobre o patrimônio líquido (Return on equity), indicador que mostra o quanto de retorno é gerado pela empresa a partir do capital nela investido e de seus recursos próprios apresenta tendência de queda, tal qual a Margem Líquida. A queda nos lucros e o prejuízo contribuíram para esse desfecho:
A liquidez corrente, mostra estabilidade quanto ao pagamento de obrigações no curto prazo. Apesar da leve queda no quarto trimestre de 2019, sendo um indicador com resultado positivo apresentado pela empresa. Conforme a regra, um índice de liquidez saudável, precisa ficar acima de 1 e a Vale consegue entregar o resultado com estabilidade:
O múltiplo de mercado informa, em anos, quanto tempo o valor investido retornará. No caso da Vale, e de outras empresas que também registram prejuízo, o P/L do último trimestre ficou negativo.Em teoria, isso significa que o retorno do investimento levará infinitos anos para ser recebido. Isso pode ser interpretado como um tempo imprevisto, isto é, não há previsão para o retorno:
A vale apesar de sua liderança no mercado, apresentou queda em muitos indicadores por conta do prejuízo computado em 2019 e outras variáveis que elevaram os custos e diminuíram a receita. A falta de observância em relação às suas barragens gera um problema de desconfiança quanto à governança da empresa, sendo um fator qualitativo que pode impactar a companhia negativamente. Outro fator que deve ser levado como um desafio para a empresa é a variação cambial, a exposição ao mercado esterno e variação a volatilidade nos preços da commodities. Contudo, mesmo com os problemas decorrentes do coronavírus, a Vale continua a operar nos portos chineses, sendo algo negativ
Esse relatório foi elaborado em 21/02/2020.
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