Vale, Petrobrás, empresas aéreas e varejistas

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Os ativos domésticos iniciam os negócios nesta quarta-feira, pós feriado em São Paulo, na expectativa pela votação da reforma da Previdência. Nesta madrugada, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 353 votos a 118, o requerimento apresentado pelo PSL para o encerramento da discussão sobre a reforma.

De acordo com o placar da Previdência, ferramenta atualizada constantemente pelo Estadão, subiu para 300 o número de deputados favoráveis à reforma da Previdência nesta manhã, atingindo o maior apoio já registrado em todas as edições do Placar da Previdência. Deste total, apenas 25 condicionam o voto sim a mudanças no texto. O número de votos contrários chegou a 117. Até o momento, 24 ainda se dizem indecisos. Outros 63 deputados não quiseram responder. Apenas sete deputados não foram encontrados. Para aprovar o texto na Câmara, são necessários 308 votos, em dois turnos.

Como ontem a Bolsa brasileira ficou fechada devido ao feriado da Revolução Constitucionalista em São Paulo, quem exibiu otimismo com o andamento da reforma da Previdência foram principais American Depositary Receipt (ADRs) brasileiros negociados na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse). Mais importante fundo composto por ações brasileiras negociado em Nova York, o EWZ fechou em alta de 0,99%, cotado a US$ 46,02. Vale subiu 0,41%, Gerdau avançou 0,63%, Petrobras ganhou 0,25% e Itaú Unibanco expandiu 0,36%.

“O que vem dando suporte aos ativos brasileiros é a confiança com a aprovação da Reforma”, disse Bruno Madruga, sócio e chefe de renda variável da Monte Bravo. Segundo analistas, aqui no Brasil, as ações de estatais devem se beneficiar com uma eventual aprovação da reforma da Previdência, uma vez que mostra um fortalecimento do governo, além de abrir caminho para outras reformas e o andamento da economia.

Vale

A Vale informou ontem à noite que a 6ª Vara de Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte declarou a empresa responsável pela reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), em janeiro deste ano.

No comunicado, a empresa diz ainda que a Justiça manteve o bloqueio de R$ 11 bilhões de bens da empresa, mas autorizou que R$ 5 bilhões sejam substituídos por outras garantias financeiras, como fiança bancária, seguro garantia e/ou investimentos à disposição do juízo, em adição à substituição do valor de R$ 500 milhões previamente aprovada.

Petrobras

A Petrobras reduziu o preço médio da gasolina em 4,4% e do óleo diesel em 3,8%, apesar da alta do petróleo no mercado internacional. Desde ontem, o litro da gasolina está em média custando R$ 1,6817 nas refinarias e o diesel valendo R$ 2,0649.

Além disso, nos próximos dias, a TAG vai sentar para negociar com a Petrobras. O foco será a ocupação do gasoduto que a estatal deve liberar a concorrentes para cumprir o acordo firmado na última terça-feira com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A petroleira se comprometeu a se desfazer de ativos até o fim de 2021 e assim abrir espaço no setor de gás à competição. Um dos compromissos é o de que vai abandonar o segmento de transporte de gás, o que significa que terá que vender os 10% de participação que manteve na TAG, assim como fatias em outras duas transportadoras de gás – a NTS e o Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). A aquisição da parcela da estatal no negócio interessa aos novos sócios.

Ainda sobre Petrobras, investidores estão solicitando que a petrolífera abra mão de mais uma vaga no conselho de administração na BR Distribuidora, de quatro para três cadeiras, conforme informou a Coluna do Broadcast. O pleito tem sido feito durante os roadshows, que são as reuniões feitas com potenciais investidores para a realização da oferta subsequente (follow on) pela qual a petroleira reduzirá sua participação para até 37,5%, em uma operação que poderá superar os R$ 9 bilhões.

Aéreas

O mercado deve acompanhar com atenção também o setor aéreo. Isso porque está marcado para hoje o leilão de slots da Avianca, em recuperação judicial. A Gol e a Latam confirmaram suas participações no leilão de ativos da Avianca Brasil. Já a Azul informou que não participará por não acreditar na legitimidade do certame.

O plano de recuperação judicial da empresa aérea prevê a divisão de seus slots (horários de pouso e decolagem) nos aeroportos em Unidades Produtivas Isoladas (UPIs), que irão a leilão. O plano é questionado judicialmente, pois os slots não podem ser considerados ativos de uma empresa.

Na semana passada, a Justiça autorizou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a distribuir os slots que eram da Avianca entre as empresas concorrentes, o que inviabilizaria o leilão. A companhia endividada, porém, pretende realizar o leilão e aguardar, posteriormente, o desenrolar da disputa na Justiça.

Ainda em relação à Gol, a agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito de longo prazo e em moeda estrangeira da Gol de B para B+, com perspectiva estável. Em comunicado, a Fitch apontou que a atualização do rating da Gol reflete uma melhora no perfil de crédito da companhia “devido à menor alavancagem, melhores custos e dinâmicas mais favoráveis do setor no Brasil”.

Varejistas

As ações de varejistas podem ficar pressionadas neste pregão pela divulgação do aumento do porcentual de famílias endividadas, segundo analistas. Dado da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que é o sexto mês consecutivo de alta em junho e o maior nível desde julho de 2013. O endividamento cresceu 0,6 ponto porcentual em junho em relação a maio, e na comparação anual – com junho de 2018 -, o aumento foi de 5,4 pontos porcentuais.

Ainda em destaque, os investidores devem continuar de olho em Via Varejo, que voltou a mostrar forte alta na segunda-feira (de 6,30%) diante da perspectiva sobre os possíveis avanços da companhia que está sob o comando de Michael Klein.

Fonte: AE BROADCAST

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