Um dos dias mais esperados do ano, com a decisão de política monetária nos EUA

Tempo de leitura: 4 min.

As bolsas europeias, apesar de abrirem em alta, em sua maioria, no começo do pregão com os dados da produção industrial da Zona do Euro superaram as expectativas, a maioria dos mercados da região sucumbiram às expectativas negativas dos Estados Unidos. No Novo Mundo, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) veio com alta considerável, gerando temores em torno de FED mais duro tirando o ânimo inicial dos investidores.

As bolsas americanas caíram na cessão de ontem (14). Os investidores pesaram em suas posições à cautela em relação à decisão do FED que ocorrerá hoje (15) às 16 horas. Os dados fortes de inflação alinhados. O avanço de 0,8% do IPP em novembro, fazendo com que os preços ao produtor chegar a 9,8% um dos maiores níveis já registrados.

O mercado brasileiro, apesar de abrir para cima, não resistiu à pressão advinda do exterior. A Ata com uma postura mais firme por parte do COPOM alinhada com a cautela externa, contribuiu para a força da ponta vendedora. Na política, tivemos a questão da privatização da Eletrobrás travada no TCU, atrasando mais uma das propostas do governo.


Para hoje (15/12)

Os mercados asiáticos fecharam mistos nessa madrugada. Os dados de China geraram certo desconforto nos investidores, mesmo com a indústria crescendo mais que o esperado, investimentos e vendas no varejo ficaram aquém da expectativa, a evidenciar menor crescimento da segunda maior economia do mundo. O anúncio de uma universidade de Hong Kong dizendo que a segunda dose da Coronavac não é eficiente para combater a ômicron e a retomada das tensões sino-americanas devido ao anúncio de boicote de companhias de tecnologia chinesas por Joe Biden também assustou o mercado. Também pelo lado negativo, foi registrado um novo surto de Covid-19 na Província de Zhejiang, uma importante área industrial.

Em Singapura, o minério de ferro teve queda de 0,93% a US$ 111,90.

Na Europa, o mercado opera misto, aguardando a decisão do FED. Os investidores também observam a alta nos preços no Reino Unido.

Os futuros nos Estados Unidos também operam sem direção única, enquanto é aguardada a decisão de política monetária por parte do FED. É esperado que a taxa de juros permaneça nos mesmos níveis, mas o mercado ficará atento ao tapering e as percepções da autoridade monetária em relação à economia. Os últimos dados de atividade e a inflação dão espaço para acreditar em um novo discurso mais firme de Jerome Powell. Adicionalmente, também serão divulgados os dados de varejo. 

No Brasil, os investidores ficarão atentos ao que ocorrerá nos Estados Unidos. Como é o cão que balança a cauda e não ao contrário, mercados emergentes no geral ficam de olho no tom do FED, pois se de fato o banco central americano sinalizar uma política mais contracionista poderemos ter uma “busca pela qualidade”, com a expectativa de maiores rendimentos em títulos americanos.

Internamente, temos a divulgação do IBC-Br. Devido aos últimos dados fracos de atividade econômica, o mercado projeta uma queda do indicador que é a mais importante prévia para o PIB.

Quanto a dados de inflação, hoje o IBRE da FGV divulgou o IGP-10. O dado veio com queda de 0,14%, impactado pela retração do IPA, que saiu de 1,31% para -0,51%. Todavia, o IPC, teve elevação, saindo de 0,79% para 1,08%. Em 12 meses, o indicador chega 17,30%.

Na agenda política, ontem tivemos a Câmara a aprovar em 1º turno PEC dos Precatórios, que banca Auxílio Brasil.

BC fará leilão de 14.000 swaps para overhedge às 10:30 e oferta 15.000 para rolagem a partir das 11:30.

A queda no minério de ferro e do petróleo podem impactar companhias do setor de mineração, siderurgia, metalurgia e petróleo. A cautela em torno da decisão da política monetária dos Estados Unidos também deve impactar o mercado.

Autor: Matheus Jaconeli – CNPI 2917

Deixe um comentário