A quinta-feira (17) foi um dia de retração para as bolsas dos mercados desenvolvidos, com os agentes a digerirem as mensagens dos banqueiros centrais dos Estados Unidos, Reino Unido e Japão. No Brasil o petróleo contribui para o desempenho dos ativos brasileiros.
Nos EUA, os mercados fecharam em queda. Os agentes esperavam que o discurso de Powell fosse mais conivente com altas da inflação, assim parte do mercado considerou os discursos menos dovish do que o esperado. O setor de tecnologia, também sofreou mediante os processos antitruste.
Do ponto de vista da conjuntura econômica, os dados do mercado de trabalho americano vieram um pouco abaixo do esperado, evidenciando sensibilidade em relação à economia americana. O Dow Jones, teve queda de 0,46%. O S&P 500, perdeu 0,84% e a Nasdaq, teve desvalorização de 1,27%.
Quanto ao FED, apesar da melhora das perspectivas de Jerome Powell em relação aos indicadores de crescimento econômico, inflação e desemprego, a tolerância com inflação informada no Simpósio de Jackson Hole, talvez não se mantenha por muito tempo.
Na Terra da Rainha, o discurso do BoE também foi positivo, mas os agentes ainda estão a avaliar o tom positivo conforme os indicadores de atividade do Reino Unido serão divulgados.
Quanto aos dados de conjuntura, o setor de automóveis teve forte queda no número de licenciamentos, em -18,9%, o que evidencia demanda mais fraca para um setor que possui sinergias importantes com outras indústrias.
Londres, finalizou com queda de 0,47%. Frankfurt, perdera 0,36%. Paris, desvalorizou em 0,69%. Madri, perdeu 0,35% e Milão, derreteu, 1,12%.
No Brasil, os mercados abriram em queda, impulsionados pelos mercados desenvolvidos. Todavia, sem demais drivers, o anúncio da OPEP+ a informar que mudará suas perspectivas anunciando mais cortes para compensar os estoques da commodity. A redução do CDS Brasil de 5 anos, também contribuiu para a ampliação do apetite ao risco.
No cenário político o deputado Ricardo Barros, líder do governo na câmera, passou segurança quanto à aprovação do novo pacto federativo e reforma tributária até o final do ano.
A bolsa brasileira fechou com alta de 0,42% e o dólar, teve retração de 0,13%, cotado a R$ 5,23.
O anúncio da OPEP quanto às restrições da oferta de petróleo até dezembro e o ministro de energia da Rússia a gerar expectativas positivas, acreditando que a demanda pode se normalizar ao fim do trimestre atual.
O WTI, teve elevação de 2,02%, cotado a US$ 4,97 e o Brent, ganhou 2,56%, cotado US$ 43,30, com as duas referências voltando ao patamar de US$ 40,00.
Após os mercados digerirem o pronunciamento de Jerome Powell e a decisão do FED quanto à política monetária, a agenda econômica americana fecha a semana com destaque para os dados de transações correntes e os indicadores de Michigan.
Começando pelas transações correntes do segundo trimestre, a evidenciar o volume de comércio dos Estados Unidos.
Devido aos impactos da crise em muitos países parceiros dos americanos, além da queda nas receitas e outras rendas enviadas para os Estados Unidos por conta crise, o mercado espera queda nas transações correntes. Além disso, com o retorno parcial da renda dos americanos, as importações aumentaram, além de considerar os efeitos advindos da aquisição de máquinas e equipamentos para combater o covid-19.
Assim, os números esperados pelo mercado para o indicador são de aumento do déficit na conta de transações correntes no segundo trimestre em relação ao primeiro, saído de US$ -104,2 bilhões para US$ -157,9 bilhões.
A Universidade de Michigan, divulgará os indicadores relacionados à percepção e de confiança dos consumidores da região.
Como o desemprego ainda se mantêm em níveis elevados, as expectativas do mercado para os indicadores não muito elevadas. Outro fator que impacta as expectativas dos agentes, foram dos dados referentes ao setor de varejo dos Estados Unidos que, apesar de crescer, está abaixo do esperado.
Para o indicador de Confiança do Consumidor, o mercado espera queda sensível em setembro, saindo de 68,5 para 67,8 pontos.
Já a percepção dos consumidores da região, expectativa de sensível elevação, saindo de 74,1 pontos para 75.
O Office for National Statistics, divulgará as estatísticas relacionadas às vendas do varejo para o mês de agosto.
Após os preços do setor terem caído, os agentes esperam menor atividade no varejo para o mês de agosto, revelando menor impulso do consumo das famílias.
Os números esperados pelo mercado são de avanço mais baixo para o núcleo do índice no mês, saindo de 2% para 0,4%. Ao ano, os agentes esperam que que o indicador avance de 3,1% para 4,2%.
Para o indicador amplo, considerando todos os bens, o mercado espera que, ao mês, o indicador saia 3,6% para 0,7%. Ao ano, a expectativa de mudança de 1,4% para 3,0%.
Na Alemanha, a agência Destats, publicará a inflação da aos produtores para o mês de agosto.
Conforme os demais indicadores de inflação do país, os agentes também esperam deflação para os preços aos produtores, evidenciando que a demanda por parte das empresas também continua reprimida em decorrência da dificuldade para economia retornar seu dinamismo.
Para o mês de agosto, os agentes esperam que o IPP (índice de Preços ao Produtor) saia de 0,2% para -0,1%. Ao ano, espera-se leve aumento, mas ainda há deflação, saindo de -1,7% para -1,4%.