As atenções se voltam para Brasília nesta sexta-feira, onde avanços no processo de privatizações são aguardados, enquanto a temporada de balanços dá uma pausa. A equipe econômica estuda enviar um projeto de lei para acelerar as privatizações de empresas estatais. A ideia, segundo apurou o Broadcast, é conseguir aval antecipado do Congresso para vender uma lista de empresas. O objetivo é ganhar de seis a oito meses num processo que hoje leva em média dois anos para ser concluído.
O projeto de lei pode ficar no guarda-chuva do conjunto de medidas que o governo está elaborando e deve apresentar na próxima semana, mas não requer mudança constitucional. A lista definitiva das empresas que teriam essa autorização ainda será definida em conjunto com o presidente Jair Bolsonaro. A etapa de precificação para definir o valor de uma empresa também deve sofrer ajustes.
Suzano
Olho também em Suzano, que hoje realiza teleconferências sobre os resultados do trimestre, às 10h. Pressionada pelo câmbio e uma demanda ainda fraca, a maior fabricante de celulose de eucalipto do mundo anunciou prejuízo líquido de R$ 3,460 bilhões no terceiro trimestre. A forte queda é atribuída principalmente ao maior impacto da variação cambial no resultado financeiro, a partir da conversão da dívida bruta em dólar para real (94% atrelada a moeda norte-americana) e do efeito do câmbio sobre os instrumentos de hedge.
Diante do menor preço líquido da celulose em dólar, consequente redução no volume vendido e maior custo caixa de produção, o Ebitda ajustado da companhia recuou 56% na mesma base de comparação, para R$ 2,396 bilhões.
A companhia também anunciou que em razão das atuais condições do mercado decidiu a partir deste mês interromper a divulgação de estimativas de volume de produção de celulose de mercado referente a 2019. Para Rafael Barcellos, analista do Citi, o ritmo de crescimento na demanda menor que o esperado motivou a decisão da Suzano. Entre julho e setembro foi registrada uma queda de aproximadamente 450 mil toneladas nos estoques de celulose da companhia.
A recomendação do Citi para Suzano foi mantida em “neutral”, ao destacar que os fundamentos para celulose continuam desafiadores. Para o analista, embora o volume de “desestocagem” informado pela empresa talvez proporcione uma reação mais positiva do mercado para as ações no pregão de hoje, sua posição é continuar “de lado” por considerar que a redução nos estoques está mais atrelada a retração da produção e não a uma melhora da demanda.
Klabin
A Klabin anunciou ontem a contratação de duas linhas de crédito em um valor total de US$ 1,045 bilhão para financiar a execução do Projeto Puma II.
O financiamento com o BID Invest & IFC chega a US$ 800 milhões e foi dividido da seguinte forma: com a A-Loans e Co-Loans um montante equivalente a US$ 378 milhões, com taxa flutuante de Libor acrescida de 1,75% e prazo final de 10 anos, com carência de principal de 3 anos; com B-Loans um valor de USD 350 milhões, com taxa flutuante de Libor acrescida de 1,45% e prazo final de 7 anos, com carência de principal de 3 anos, e participação de 8 bancos comerciais; e com uma outra entidade internacional a ser efetivada nos próximos meses de US$ 72 milhões.
Petrobras
A celebração do Termo Aditivo ao Contrato de Cessão Onerosa foi adiada para esta sexta-feira. Segundo a estatal, a nova data de assinatura foi aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras, uma vez que atende à recomendação de que a celebração do Termo Aditivo ocorra previamente à realização do leilão dos excedentes da Cessão Onerosa, a ser realizado em 6 de novembro de 2019.
Bradespar
A Bradespar anunciou na noite de ontem que não pagará a primeira parcela da remuneração aos seus acionistas, por não terem sido atendidos os requisitos previstos na Política de Remuneração Anual da companhia.
A empresa, que possui participação direta de 5,56% no capital da Vale, segundo informações no site da B3, afirma que continuará avaliando a evolução do seu resultado em 2019 e do seu fluxo de caixa para saber se é viável submeter a proposta de pagamento de dividendos ou juros sobre capital próprio. A Vale interrompeu seu pagamento de dividendos depois do rompimento de sua barragem em Brumadinho, em janeiro deste ano.
Itaú Unibanco
O Itaú Unibanco fechou a aquisição de 100% do capital da Zup, uma empresa de tecnologia que foi fundada em 2011 em Uberlândia (MG). O valor total da transação é de R$ 575 milhões, e a compra será feita em três etapas ao longo de quatro anos.
Na primeira, o banco vai adquirir 51% da Zup por cerca de R$ 293 milhões. No terceiro ano após o fechamento da compra, o Itaú vai adquirir mais 19,6% do capital, e o restante será comprado no quarto ano.
Copasa
A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) apurou lucro líquido de R$ 193,293 milhões no terceiro trimestre, número que representa um crescimento de 53% ante o mesmo período de 2018.
O Ebitda fechou o trimestre em R$ 458,275 milhões, alta de 32,1% na comparação anual. No período, a margem Ebitda da companhia mineira de saneamento ficou em 37,15%, ante 30,80% no terceiro trimestre do ano passado.
Direcional
A Direcional registrou um lucro líquido de R$ 31,163 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de R$ 84,887 milhões reportado no mesmo período do ano passado – antes dos participantes em SCPs e SPEs. Sem considerar esse critério, o lucro somou R$ 25,951 milhões, revertendo perdas de R$ 83,821 milhões.
O Ebitda ajustado atingiu R$ 60,534 milhões, uma alta de 66,1%. A margem Ebitda ajustada foi de 16,5% (+4,7 p.p.). Segundo a empresa, a melhora foi resultado da alta do lucro bruto – que gerou a maior margem bruta desde 2009 -, levando a uma maior diluição das despesas operacionais.
Cia. Hering
A Cia. Hering reportou lucro líquido de R$ 64,126 milhões no terceiro trimestre de 2019. O valor representa alta de 22,33% na comparação com o lucro líquido de R$ 52,419 milhões de igual período do ano anterior. Os dados foram divulgados hoje, quinta-feira, em balanço enviado à CVM. O A empresa também divulgou o lucro líquido ajustado à norma IFRS, de R$ 64,514 milhões.
O Ebitda ficou em R$ 78,768 milhões, alta de 16,9% em comparação ao mesmo trimestre do ano passado. O Ebitda ajustado somou R$ 71,722 milhões.
PetroRio
A PetroRio registrou prejuízo de R$ 71,860 milhões no terceiro trimestre de 2019, revertendo lucro líquido de R$ 71,458 milhões apurado no mesmo período do ano passado.
O Ebitda ajustado somou R$ R$ 215,9 milhões no terceiro trimestre, valor 103% maior que o apurado no mesmo intervalo de 2018.
FONTE: AE BROADCAST