Suzano, Cyrela, Lojas Americanas e outras

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Após trégua na sessão de ontem, com destaque para a recuperação das ações de empresas ligadas a commodities, o último pregão da semana pode ser afetado pela cautela vista no exterior. Ainda assim, balanços corporativos divulgados ontem após o fechamento dos negócios e números anunciados hoje devem dar direcionamento ao investidor. Entre os destaques, estão a reversão do prejuízo de Suzano e de Cyrela, além de números fortes de Lojas Americanas. Atenção também para B3, Ser Educacional e BRF.

As ações da B3 têm estado no foco do mercado ultimamente em meio à perspectiva de aumento do fluxo de participantes. Ontem, com o giro financeiro de R$ 20 bilhões, a ação subiu 4,35%. Após o fechamento do mercado, a empresa anunciou lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 654,8 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 9,6% em relação ao observado no mesmo intervalo do ano passado. Ante os três primeiros meses do ano, houve um aumento de 8%.

A queda do lucro na relação anual, de acordo com a companhia, foi devido a despesas relacionadas à alta do preço da ação, com encargos sociais, trabalhistas e provisões. Além disso, a B3 destaca que no segundo trimestre do ano passado houve redução da base fiscal por causa de distribuição de juros sobre capital próprio, o que afeta a base comparativa.

No exterior, as bolsas asiáticas fecharam sem direção única. Por um lado, a inflação ao consumidor da China subiu 2,8% em julho, no maior nível em 17 meses, o que tende a animar as ações ligadas a commodities. Além disso, o PIB do Japão cresceu a uma taxa anualizada de 1,8% entre abril e junho, bem maior do que o avanço de 0,4% previsto por analistas. Ainda assim, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) anunciou aumento no volume de compra de bônus do governo japonês (JGBs, na sigla em inglês) de um a três anos, o que animou o mercado. Ainda assim, os investidores seguem atentos aos desdobramentos das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

Já na Europa, as bolsas operam em baixa generalizada desde a abertura, pesando também sobre os futuros americanos, em meio a preocupações com a conturbada cena política na Itália. Dados fracos da economia do Reino Unido também causam apreensão.

Suzano

Com destaque para o resultado financeiro positivo, a Suzano reportou lucro líquido de R$ 700 milhões no segundo trimestre de 2019. Com o resultado, a empresa reverte prejuízo de R$ 2,060 bilhões registrado um ano antes e perdas de R$ 1,936 bilhão do primeiro trimestre.

O Ebitda ajustado da Suzano, termômetro do mercado para mensurar a capacidade operacional das empresas, ficou em R$ 3,101 bilhões no trimestre. A performance representa queda de 24% ante igual intervalo de 2018, mas acréscimo de 12% ante o trimestre imediatamente anterior. O resultado veio 7% acima das estimativas do mercado. A média entre as sete casas consultadas pelo Prévias Broadcast, de R$ 2,9 bilhões. Na linha de lucro líquido, as estimativas variavam entre R$ 102 milhões e R$ 1,3 bilhão.

A empresa atualizou nesta quinta-feira suas projeções de investimentos (Capex) para a ano de 2019, reduzindo o volume total dos aportes de R$ 6,4 bilhões para R$ 5,9 bilhões.

Ser Educacional

A Ser Educacional encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 59,0 milhões, queda de 15,9% sobre o mesmo período do ano anterior. O dado é comparável, com os resultados dos trimestres anteriores do exercício de 2018 sob as normas do padrão contábil IFRS 16, que começou a vigorar em janeiro deste ano. O lucro líquido ajustado (por efeitos não recorrentes), por sua vez, foi de R$ 53,8 milhões, uma redução de 35,5%.

O Ebitda ajustado foi de R$ 88,4 milhões, retração de 16,2% em relação ao segundo trimestre de 2018, com margem 4,5 pontos porcentuais inferior, para 26,6%. A base total de alunos cresceu 1,5% no primeiro semestre ante o mesmo intervalo do ano passado, de 163,0 mil alunos para 165,5 mil, puxada por EAD, tanto na graduação quanto na pós-graduação, com evolução de 50,9%. Já a base de graduação presencial ficou em 132,5 mil alunos, 4,4% menor.

Eletrobras

A privatização da Eletrobras será por meio de venda de ações, e a companhia terá controle difuso, uma vez que o modelo escolhido para o processo é o de “corporation”, revelou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque ao Valor Econômico.

Segundo ele, a União deixará de ser controlada e nenhuma outra empresa será majoritária. Também será preciso mudar a legislação para tirar usinas da Eletrobras do regime de cotas. “A descotização faz parte desse processo”, afirmou o ministro. A proposta será apresenta à Câmara e ao Senado por ele junto com o ministro da Economia, Paulo Guedes, “e aí vamos ver qual é o melhor caminho, se é apresentação de um projeto de lei do Executivo ou aproveitar alguma coisa que está em tramitação no Congresso”.

BRF

A BRF anunciou há pouco que registrou lucro líquido de R$ 191 milhões no segundo trimestre ante prejuízo no segundo trimestre de 2018. O Ebitda ajustado somou R$ 1,547 bilhão, alta de 333,9% sobre o mesmo período do ano passado. A empresa informou também que reduziu a alavancagem de 5,64x em março para 3,74x em junho.

CCR

O Grupo CCR registrou lucro líquido de R$ 347,4 milhões no segundo trimestre, cifra 25,1% maior que os R$ 277,7 milhões reportados em igual etapa de 2018. O lucro líquido na mesma base, que desconsidera a inclusão de novos negócios no período e efeitos não recorrentes, somou R$ 317,3 milhões, alta de 8,2% no comparativo anual.

De abril a junho, o Ebitda ajustado da CCR atingiu R$ 1,379 bilhão, aumento de 28,9% frente à igual período de 2018.

Lojas Americanas

A Lojas Americanas registrou lucro líquido de R$ 112,7 milhões no segundo trimestre de 2019, aumento de 22 vezes ante o resultado de R$ 5,1 milhões apresentado no mesmo período de 2018. No acumulado da primeira metade do ano, o lucro ficou em R$ 59,2 milhões, crescimento de 104,8% em relação ao ano passado.

O Ebitda ajustado consolidado da rede varejista ficou em R$ 832 milhões entre abril e junho, um crescimento de 26,7% na comparação anual. No semestre, o indicador somou R$ 1,392 bilhão, crescimento de 7,5%. Neste critério, a margem Ebitda ajustado subiu 1,7 ponto percentual, para 18,9%.

B2W

A B2W apresentou prejuízo líquido consolidado de R$ 127,6 milhões no segundo trimestre do ano, 15,1% maior do que o anotado no mesmo intervalo de 2018. Os dados excluem os efeitos da consolidação da Transportadora da B2W Digital.

O Ebitda ajustado somou R$ 110,2 milhões de abril a junho, alta de 16,2% em um ano, com margem de 7,5%, alta de 1,1 ponto porcentual.

BRMalls

A BRMalls apresentou lucro líquido ajustado de R$ 148,9 milhões no segundo trimestre de 2019, alta de 17,7% em relação ao mesmo intervalo de 2018. O Ebitda ajustado somou R$ 242,6 milhões, crescimento de 9% na mesma base de comparação. A margem do Ebitda ajustado ficou estável em 73,6%.

O FFO (lucro líquido excluindo depreciação, amortização e efeitos não caixa) ajustado atingiu R$ 154,1 milhões, expansão de 17,9%. A margem FFO ajustado cresceu 3,6 pontos porcentuais, para 46,8%.

O lucro ficou em linha com a média de R$ 142,1 milhões das projeções de oito instituições consultadas pelo Prévias Broadcast. O Ebitda ajustado também ficou próximo das projeções de R$ 237,4 milhões, Já o FFO ajustado ficou 6,5% acima dos R$ 144,7 milhões projetados pelos analistas.

MRV

A MRV Engenharia, maior operadora do Minha Casa Minha Vida (MCMV), apresentou lucro líquido de R$ 190 milhões no segundo trimestre de 2019. O resultado é 14,6% maior do que no mesmo período de 2018.

O Ebitda atingiu R$ 257 milhões, alta de 3,8%. A margem Ebitda, porém, caiu 2,3 pontos percentuais, para 16,5%. A receita líquida totalizou R$ 1,559 bilhão, uma expansão de 18,3%.

O balanço apresentou lucro líquido, Ebitda e receita líquida em linha com a média das projeções de cinco bancos consultados pelo Prévias Broadcast.

A MRV Engenharia vê a possibilidade de chegar a 50 mil unidades lançadas neste ano, afirmou em entrevista ao Broadcast o copresidente da companhia, Eduardo Fischer.

Cyrela

A incorporadora Cyrela Brazil Realty obteve lucro líquido de R$ 114 milhões no segundo trimestre de 2019, o que representa uma volta ao azul após registrar prejuízo líquido de R$ 28 milhões no mesmo período de 2018. O lucro ficou 70% acima da média das projeções feitas pelo Prévias Broadcast, que apontava para R$ 67 milhões.

A receita líquida totalizou R$ 937 milhões, alta de 46,5%. A incorporadora não divulga o indicador Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização). O crescimento do lucro veio do maior volume de lançamentos e vendas do ano passado para cá, além de melhora das margens operacionais.

A margem bruta da Cyrela chegou a 31,3%, crescimento de 4,5 pontos porcentuais. A melhora da margem foi explicada principalmente pela maior participação no balanço dos empreendimentos mais recentes e mais rentáveis.

Tenda

A Construtora Tenda registrou lucro líquido de R$ 73 milhões no segundo trimestre de 2019, o que representa um crescimento de 41,4% ante o mesmo período do ano passado.

O Ebitda ajustado somou R$ 95,3 milhões entre abril e junho, um avanço de 39,4% ante o registrado um ano antes. A margem Ebitda ajustada ficou em 19,5%, alta de 2,4 pontos porcentuais ante igual período de 2018.

O lucro ficou 28% acima da média das projeções de cinco bancos consultados pelo Prévias Broadcast, que apontava para R$ 57 milhões. O Ebitda ajustado ficou 25% acima das estimativas do mercado.

CVC

A CVC registrou prejuízo R$ 17 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo lucro de R$ 25 milhões no mesmo período do ano passado. A despesa decorrente dos cancelamentos de voos da Avianca, que incluem reembolsos, reacomodações e outras despesas operacionais chegou a R$ 81,8 milhões entre abril e junho, auge da crise da companhia aérea que parou de operar no fim de maio. No primeiro trimestre deste ano, as despesas relacionadas ao impacto da Avianca foram de R$ 10,2 milhões.

Excluindo o efeito Avianca, o lucro líquido ajustado nas operações Brasil da CVC Corp seria de R$ 41,1 milhões no segundo trimestre deste ano, o que representa alta de 16,9% em relação ao mesmo período do ano passado. No semestre, o lucro líquido ajustado foi de R$ 144,7 milhões. Considerando as despesas com a Avianca, o lucro seria de R$ 79 milhões.

Entre abril e junho, o Ebitda normalizado da CVC Corp Brasil foi de R$ 125,7 milhões, alta de 22,2% versus os mesmos meses do ano passado pro forma. A margem Ebitda foi a 34,8% no segundo trimestre, alta de 3,9 p.p em relação ao segundo trimestre do ano anterior. No critério reportado, o Ebitda da CVC ficou em R$ 63 milhões no trimestre queda de 39,9% ante o mesmo período de 2018.

Petrobras

A Petrobras informou que sua subsidiária Petrobras Biocombustíveis assinou contrato para a venda da sua participação de 50% na empresa Belem Bioenergia Brasil (BBB) para a Galp Bioenergy B.V., que detém os outros 50% de participação na empresa.

A BBB foi constituída em 2011 para a produção de óleo vegetal e biocombustível. O valor da operação é de R$ 24,7 milhões, que serão retidos pela Galp até dezembro de 2020 para potenciais pagamentos de indenizações. O fechamento do negócio está sujeito à aprovação do Cade.

Qualicorp

A rede de hospitais D’Or São Luiz S.A. assinou contrato para comprar participação minoritária de cerca de 10% das ações da administradora de benefícios Qualicorp. Segundo fato relevante divulgado pela Qualicorp, a rede D’Or comprará as ações do atual presidente da Qualicorp, José Seripieri Junior. Não foram divulgados valores no comunicado ao mercado.

Até o negócio ser concluído, Seripieri Junior seguirá como presidente e membro do Conselho de Administração da Qualicorp. Após a aprovação do negócio, diz o fato relevante, o executivo deverá deixar a administração e “permanecerá, como acionista indireto, detendo ações representativas de aproximadamente 9,9% do capital da companhia”.

Energisa

A Energisa apresentou prejuízo líquido de R$ 8,9 milhões no segundo trimestre de 2019, revertendo o lucro anotado em igual período do ano passado, de R$ 103,4 milhões. O Ebitda contábil somou R$ 819,0 milhões de abril a junho, um expansão de 38,3%. Já o Ebitda ajustado consolidado totalizou R$ 898,9 milhões, crescimento de 37,7%. A margem Ebitda ajustado ficou em 19,1%, alta de 2,3 pontos porcentuais em um ano.

A Energisa pagará dividendos no montante de R$ 101,615 milhões, equivalente a R$ 0,28 por Unit e R$ 0,056 por ação ordinária ou preferencial. Terão direito os acionistas em 13 de agosto e a partir do dia seguinte, 14, as ações serão negociadas ex-dividendos. O pagamento será efetuado a partir de 23 de agosto.

Marisa Lojas

A rede varejista Marisa registrou prejuízo líquido de R$ 28,282 milhões no segundo trimestre deste ano, uma melhora de 23,6% em relação ao prejuízo de R$ 37,008 milhões do segundo trimestre do ano passado. A empresa informou ainda um prejuízo líquido pro-forma comparável de R$ 21,133 milhões, que representou uma melhora de 42,9%.

O Ebitda ajustado total somou R$ 95,4 milhões no segundo trimestre, aumento de 39,2% em comparação ao mesmo período do ano passado. Já o Ebitda ajustado total pro-forma atingiu R$ 39,2 milhões, sendo que neste critério houve uma retração 19,7%.

Triunfo

A Triunfo Participações e Investimentos (TPI) encerrou o segundo trimestre de 2019 com prejuízo líquido de R$ 103,585 milhões, piora de 155,2% ante o apurado em igual intervalo do ano passado. O Ebitda ajustado somou R$ 86,053 milhões entre abril e junho, um recuo de 19,6% ante o registrado um ano antes.

Burger King

O Burger King saiu de lucro líquido de R$ 8,6 milhões no segundo trimestre de 2018 para prejuízo de R$ 600 mil entre abril e junho deste ano. O Ebitda atingiu R$ 89,8 milhões no segundo trimestre deste ano, alta de 96,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o Ebitda ajustado chegou a R$ 95,1 milhões no segundo trimestre deste ano, avanço de 92,2% em relação ao segundo trimestre do ano passado.

Outras notícias

PetroRio informou que Blener Braga Cardoso Mayhew renunciou aos cargos de diretor Financeiro, de Relações com Investidores e de Novos Negócios da companhia. Assim, em reunião, o conselho de administração deliberou a alteração da designação de Roberto Bernardes Monteiro, que deixou a atribuição de diretor de Operações e foi eleito diretor Financeiro; a eleição de Francisco Francilmar Fernandes ao cargo de diretor de Operações; e a eleição de George Kassab ao cargo de diretor de Relações com Investidores.

Wilson Sons divulgou seus dados operacionais relativos ao mês de julho, quando seu movimento total caiu 15,1% em relação ao mesmo período de 2018, para 87,0 mil teus (um teu é equivalente a um container de 20 pés). No acumulado de 2019, houve recuo de 2,2% na comparação anual, para 573,7 mil teus.

A incorporadora Tecnisa registrou prejuízo líquido de R$ 144,140 milhões no segundo trimestre deste ano, uma perda 67,9% acima da reportada no mesmo período do ano passado, de R$ 85,826 milhões. O Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 122,347 milhões, resultado 170% pior na comparação com resultado do mesmo intervalo de 2018.

FONTE: AE BROADCAST

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