Os mercados europeus fecharam em alta no pregão dessa terça-feira (03). Apesar da forte alta do índice de preços ao produtor chegando a 36,8% ao ano, os investidores deram importância aos bons números de balanços corporativos como os da BP e BNP Paribas. As companhias do setor financeiro também subiram com as perspectivas de elevação de juros no Reino Unido e Estados Unidos. Londres teve alta de 0,22%. Frankfurt ganhou 4,05%. Paris teve avanço de 0,79%. Milão ganhou 1,61%. Lisboa e Madri tiveram avanço de 0,33% e 1,83% respectivamente.
Nos Estados Unidos, as bolsas também fecharam em alta, impulsionadas pelo pelos dados de atividade econômica. As ordens à indústria tiveram alta de 2,2% contra expectativa de 1,1% e retirando transportes, teve alta de 2,5% a oferta de emprego, também superou as expectativas, atingindo 11,549 mil contra expectativa de 11,000. Os dados não impactaram o desempenho das Treasuries de 10 anos e nem os mercados em Nova York, com uma alta de 50 pontos, base já no preço. O Dow Jones teve alta de 0,2%. O S&P 500 e Nasdaq tiveram ganhos de 0,48% e 0,22% respectivamente.
Apesar do bom-humor externo, não foi possível fazer o Ibovespa fechar em alta no pregão de ontem (03) e alta da produção industrial teve avanço de 0,3%. Todavia, a cautela em relação a alta de juros no Brasil e nos EUA acabaram por afetar as expectativas dos agentes. O Ibovespa teve queda de 0,10% cotado a 106.528 pontos. Dentre as altas, a SLCE3 foi um dos destaques devido às perspectivas de baixa oferta global de commodities agrícolas, favorecendo a empresa. CSNA3 e CMIN3, apesar dos lockdowns na China, tiveram bom desempenho acompanhando a produção industrial. As empresas de aviação foram bem por conta da queda no dólar e do petróleo. A cautela em relação à decisão de política monetária afetou fortemente companhias do setor de consumo fazendo com que elas ficassem entre as quedas, como foram o caso de JHSF3 que possui exposição a incorporação e shoppings, MGLU3 e AMER3. A CASH3 teve queda influenciada pela alteração do Lock-Up.
Para hoje (04/05)
Na Ásia, os mercados continuam com pouca liquidez dado que ainda há feriado na China continental e no Japão. Todavia, a investigação da Digi Global por parte dos EUA e em dia de decisão de política monetária, as empresas de tecnologia de Hong Kong fecharam em queda de 1,10%. O Kospi da Coreia do Sul teve perda de 0,11%.
Nos Estados Unidos os futuros sobem antes da decisão do FOMC. A alta dos futuros está relacionada ao fato de uma alta de 50 pontos, base que já no preço dos investidores. Todavia, para as próximas reuniões a autoridade monetária americana pode ser mais agressiva no que diz respeito ao combate à inflação. No dia, também serão divulgados dados do PMI da Markit e a ISM Inc, variação de empregos provados da ADP Systems de abril com expectativa de criação de 395 mil empregos e estoques de petróleo.
Na Europa as bolsas seguem rumo oposto dos futuros das bolsas americanas. As vendas no varejo da Zona do Euro caíram -0,4% ante expectativa -0,1%. Já os PMIs na Zona do Euro vieram dentro do esperado, mas na Alemanha, principal economia do bloco, ficou abaixo do esperado.
No Brasil, os ativos seguirão as perspectivas dos agentes em relação à decisão do FOMC e, principalmente, aos comentários de Jerome Powell pós decisão. Pelo lado positivo, temos embargo ao petróleo russo, fazendo com que a commodity energética tenha alta no mercado internacional podendo beneficiar ativos brasileiros.
Na Agenda econômica, temos o PMI, fluxo cambial e decisão da política monetária, a expectativa é de que teremos alta de 1 ponto fazendo com que a taxa Selic fique em 12,75%. Na agenda de balanços temos antes da abertura: CSN (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3), Getnet (GETT11) e Omega Energia (MEGA3). Após o fechamento: Banco Pan (BPAN4), BRF (BRFS3), Energias do Brasil (ENBR3), Pão de Açúcar (PCAR3), PetroRio (PRIO3), Suzano (SUZB3), Totvs (TOTS3) e Oi (OIBR3).
No corporativo também temos: a Marfrig (MRFG3) registrou lucro líquido de R$ 108,8 milhões no primeiro trimestre deste ano, representando uma redução de 61,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
A TIM (TIMS3) reportou lucro líquido normalizado de R$ 419 milhões no primeiro trimestre de 2022, alta de 51,2% na comparação com igual etapa de 2021.
A 3R Petroleum (RRRP3) registrou prejuízo líquido de R$ 335,1 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), o que representa um crescimento de 662,2% em relação ao mesmo trimestre de 2021.
A Iguatemi (IGTI11) registrou um prejuízo líquido contábil de R$ 16,355 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo lucro de R$ 38,945 milhões apurado um ano antes.
A Cielo (CIEL3) registrou um lucro recorrente de R$ 184,6 milhões, representando uma alta de 35,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A Raia Drogasil (RADL3) registrou lucro líquido de R$ 153,6 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), cifra 18,6% inferior ao mesmo trimestre de 2021.
A elétrica aprovou dividendos no valor de R$ 800,2 milhões, equivalentes a R$ 0,77435441646 por ação ordinária e preferencial ou R$ 2,32306324937 por unit (TAEE11). O pagamento ocorrerá no dia 31 de maio de 2022, com base na posição acionária do dia 9 de maio de maio 2022. A partir do dia 10 de maio 2022, as ações e units passarão a ser negociadas “ex-dividendos”.
A Copasa confirmou pagamento de JCP no valor de R$ 33,871 milhões, equivalentes a R$ 0,0893279501 por ação ordinária. O pagamento será feito em 16 de maio, a partir da base acionária de 22 de março de 2022.
Klabin aprova o pagamento de R$ 346 milhões em dividendos mínimos obrigatórios, o equivalente a R$ 0,0628 por ação ON e PN e R$ 0,3144 por unit, até 18 de maio; ex partir de 9 de maio.
Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917