Os mercados globais finalizaram as operações de sexta-feira (11) sem direção única. Em meio aos ruídos em torno de um possível hard Brexit na Europa. Nos Estados Unidos foi dia de rotação de Tech para setores mais tradicionais em meio dia de grande volatilidade. No Brasil, mediante às incertezas do mercado externo e sem muitos dados internos, o principal índice da B3 fechou em queda.
Em Nova York, o dia foi de forte volatilidade com os agentes a ponderar a rotação em suas respectivas alocações de ativos, em Tech ou setores tradicionais e setores relacionados ao que alguns analistas chamam de at home e out of home, pois além de refletirem a possibilidade da vitória de Trump, mas também a chance de uma das vacinas terem sucesso, gerando a valorização de ativos de empresas relacionadas ao retorno da economia.
Do ponto de vista da conjuntura econômica, a inflação superou levemente as expectativas, alcançando 0,4% ao mês e de 1,7% ao ano. O dado evidencia, em certa medida, a retomada da atividade econômica que também pode ser observada pelos indicadores antecedentes. Todavia, os números relacionados ao mercado de trabalho também mostram que a economia do país ainda enfrenta um ambiente desafiador.
O Dow Jones, teve alta de 0,48%. O S&P 500, ficou muito próximo da estabilidade, avançando 0,05%. A Nasdaq, teve queda de 0,60%.
Mais uma vez, os mercados europeus tiveram um dia de aversão ao risco, apesar da correção em alguns mercados.
Os atritos entre Reino Unido e União Europeia continuaram, com os britânicos firmando um contrato de livre comércio com o Japão e confirmando que não cederão as exigências da União Europeia. Todavia, os líderes europeus informaram que não haverá acordo de livre comércio entre as partes, caso as demandas do acordo não sejam cumpridas.
Por parte da agenda de conjuntura econômica, os dados de atividade econômica no Reino Unido foram positivos, com o PIB mensal dentro das expectativas e a produção industrial a alcançar resultados acima do esperado.
Na Alemanha, a inflação ainda não sobe, dando sinal de preocupação quanto à deflação, repetindo os números do mês imediatamente anterior, alcançando -0,1% ao mês em agosto e 0,0% ao ano.
Londres, avançara 0,48%. Paris, subiu 0,20% e Milão, ficou estável em 0,00%. Frankfurt e Madri, fecharam em queda, com -0,05% e -0,80% respectivamente.
No Brasil, os mercados seguiram o movimento internacional, com um dia de grande volatilidade e aversão ao risco.
Ainda, os investidores observam com cuidado a possibilidade de inflação em itens específicos da cesta de bens do IPCA e pelos números captados pelos indicadores IGP’s e os riscos externos relacionados às eleições americanas e uma segunda onda de infecção de covid-19 no mundo.
Assim, o Ibovespa teve queda de 0,48%, cotado a 98.363,22 pontos. O dólar teve elevação de 0,24%, a R$ 5,33.
O aumento dos estoques de petróleo e a recuperação da demanda ainda não ter aumentado tanto quanto o esperado fez os preços da commodity fechar sem direção única.
O petróleo Brent, teve queda de 0,6% a US$ 39,83. O WTI teve alta de 0,64%, a US$ 37,56.
Após uma semana conturbada, nos Estados Unidos do ponto de vista política por conta do desacordo entre democratas e republicanos quanto à aprovação dos benefícios fiscais, o Tesouro Americano divulgará o seu relatório.
O documento possui as principais perspectivas econômicas por parte da autoridade fiscal do país, tal como as medidas que podem ser tomadas. No momento atual, as expectativas de importantes formuladores de política são importantes para a formação de expectativas dos agentes e, por seu turno, preços no mercado.
A despeito do aprofundamento no déficit do orçamento federal, recuperação econômica, apesar de dar sinais de avanço, a retomada será mais lenta que o esperado, necessitando de estímulos.
Os agentes na Europa, continuam receosos quanto à segunda onda de covid-19 no continente, podendo continuar a impactar a economia e, por consequência, dificultar a recuperação dos países do continente.
Apesar dos aumentos anteriores de maio e junho, com a indústria a assubir 12,3% e 9,1% respectivamente, a expectativa é que o setor suba 4% em julho, um dos meses que começaram os receios quanto à retomada no número de infecções.
Assim, a Eurostat, publicará seu relatório, a evidenciar o quanto o momento atual pode impactar a economia da região.
Além disso, também haverá a reunião do Eurogrupo, com as perspectivas dos agentes quanto ao momento atual da economia do grupo e, inclusive, questões inerentes ao Brexit.
No Brasil, o Banco Central do Brasil (Bacen) divulgará o Relatório Focus como ocorre em toda segunda-feira, trazendo as expectativas dos agentes em reação as projeções do mercado.
Além disso, a autoridade monetária divulgará o IBC-Br referente a julho. O indicador busca antecipar o resultado do PIB brasileiro, sendo uma espécie de proxy para o principal indicador de atividade econômica.
Apesar da melhora de muitos dados de atividade como produção industrial e PMI, a economia brasileira ainda encontra desafios, com os agentes esperam elevação de 3,40% em julho, contra 4,89% registrado em junho.
Na China, após o fechamento dos mercados, o National Bureau of Statistics of China publicará divulgará importantes dados de atividade econômica do país.
Começando pelos dados de atividade econômica e pela variável de investimento da demanda agregada, a produção industrial e o investimento em capital fixo, possuem perspectiva de avanço segundo as expectativas do mercado.
O controle do vírus no país e a retomada da economia que ocorreu em consequência disso e dos investimentos focados em impulsionar a economia podem fazer a produção industrial em 5,1% em agosto e o investimento em capital fixo pode sair de -1,6% para -0,4%, caso a esperança do mercado se concretize.
O Varejo, também tem perspectiva de avanço, mostrando avanço do consumo e recuperação da renda.
Os agentes esperam que o indicador sai do negativo (-1,1%) que foi registrado em julho, para ter avanço de 0,1%.
O desemprego, que está em 5,7% tende a continuar no mesmo patamar, refletindo as políticas governamentais focadas no setor.