Saídas no Ministério da Economia e expectativas com serviços

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O pregão de ontem (12), foi positivo para as bolsas do mundo desenvolvido, mediante dados de conjuntura econômica acima do esperado e com a compra de lotes da possível solução ao combate contra o covid-19 fabricadas pela Moderna. No Brasil, o otimismo de fora não foi absorvido, com o dia fechando no vermelho.

Nos Estados Unidos, os dados melhores que o esperado da inflação, evidenciando um possível reaquecimento da atividade econômica e, ampliando o otimismo em relação aos dados dos pedidos iniciais por seguro desemprego.

A notícia de compra dos lotes da vacina da Moderna por parte do governo americano, também geraram perspectivas positivas para os agentes.

Todavia, ainda há dúvidas em relação à economia americana, mediante os impasses em relação à aprovação do pacote de ajuda fiscal.

Os dados do petróleo também ajudaram o mercado. A redução na oferta, sustentara os ganhos no mercado de energia.

O Dow Jones, teve alta de 1,05%. O S&P 500, teve valorização de 1,40% e a Nasdaq, ganhou 2,13%.

Na Europa, os índices fecharam em alta. Apesar da queda recorde no PIB do Reino Unido, o número já estava precificado pelo mercado. Inclusive, a retração trimestral de 20,4%, veio em linha com o que era esperado.

Além disso, a produção industrial da Zona do Euro também foi negativa. No entanto, a notícia dos avanços em relação à vacina da moderna e os dados de estoques de petróleo, garantiram as altas no velho continente.

Londres, teve elevação de 2,04%. Milão, ganhou 1,13%. Paris e Frankfurt tiveram alta de 0,90% e 0,86% respectivamente. Madrid, também fechou com ganhos, a 0,45% de alta.

O Brasil, presenciou mais um dia de queda. A política interna teve protagonismo, com a debanda de importantes membros do ministério da economia.

A saída de tais membros geraram aumento da percepção de risco em relação ao país, colocando em dúvida a segurança dos agentes em relação ao cenário fiscal e às reformas necessárias que devem ser realizadas. Além disso, as mudanças dentro da base de apoio do governo, podem ir contra aos objetivos de Guedes, apesar de Jair Bolsonaro informar que a economia ficará sob a batuta do economista.

Assim, o Ibovespa teve queda de 0,06%, a 102.117 pontos. O dólar teve avanço de 0,7%, a R$ 5,45.

Estados Unidos: Pedidos iniciais por seguro desemprego e preços

Como ocorre todas as quintas-feiras, o Departament of Labor publicará os dados referentes aos pedidos iniciais por seguro-desemprego.

Considerando a melhora nos números de vagas criadas evidenciadas pelo Bureau of Labor Statistics por intermédio do relatório JOLTs e, anteriormente, pelo payoroll fez com que os agentes melhorassem um pouco suas expectativas em relação ao mercado de trabalho americano. No entanto, muitas vagas criadas estão relacionadas a recontratações, de modo que o mercado de trabalho ainda não esteja em níveis apurados antes da crise.

Os números esperados pelo mercado evidenciam diminuição na demanda pelo benefício, saindo de 1.186 milhões de pedidos e alcançando 1.120 milhões.

O Bureau of Labor Statistics publicará a variação nos preços de bens importados e exportados.

Com a reabertura das economias da Europa e da China, isto é, com o aumento a recuperação da renda externa aos Estados Unidos, a demanda pelos bens exportados pelo país aumentou, fazendo com que seus preços aumentem. Tal movimento pode ser visto pelo aumento das exportações americanas.

A renda dos Estados Unidos, também mostra sinais de recuperação, mesmo que leve. Assim, a demanda por bens importados também passa a subir.

Todavia, os receios em torno da retomada do covid-19 nos Estados Unidos e outros países, faz com que tal variação seja menor em relação a maio.

A expectativa do mercado é de que os preços de bens importados tenham elevação de 0,6% e de bens exportados, avanço de 0,4%.

Europa: Inflação alemã

Na Europa, a agenda econômica ficará focada nos dados de inflação da principal economia da Zona do Euro, a Alemanha.

Assim, a agência Destatis divulgará os dados do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) do país para o mês de julho.

Mesmo com a melhora de indicadores da atividade econômica como a produção industrial e de indicadores referentes às expectativas dos agentes, como o divulgado pelo instituto ZEW, os agentes se mostram receosos em suas expectativas quanto à inflação.

Isso ocorre pela cautela quanto ao retorno do covid-19 em alguns países da Europa e alguns dados que não desempenharam tão bem quanto o esperado, aumentando o hiato do produto, e consequentemente, diminuindo as expectativas de inflação.

Os números esperados pelo mercado são de queda de 0,1% ao ano e de retração de 0,5% ao mês para inflação.

Brasil: Setor de serviços

Após a divulgação do crescimento do varejo ontem (12), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), publicará os dados referentes ao crescimento dos serviços para o mês de junho.  

O setor de serviços se mostrou muito mais sensível quando comparado ao varejo e à indústria. Isso se deve pelo fato de o setor de serviços ser, em muitos casos, o último a reagir em alguns mercados, haja vista à elasticidade preço da demanda pelo que é entregue pelos produtores desse setor.

No entanto, os últimos dados de atividade econômica, os quais também tiveram resultados acima do esperado faz com que os agentes tenham expectativas positivas quanto ao crescimento do setor.

Os números esperados pelos agentes são de avanço de 4,4% ao mês, ante retração de 0,9% em maio.

Ao ano, espera-se queda de 14,2%, ante forte contração de 19,5%.

China: Investimentos em ativos fixos, produção industrial, vendas do varejo, taxa de desemprego

Como a economia Chinesa está sendo uma das primeiras a mostrar recuperação, os dados referentes à atividade econômica possuem expectativas de melhora.

Começando pelos investimentos, o investimento em ativos fixos continua com expectativa de variarem negativamente. No entanto, já demonstra melhora em relação ao mês de junho, caso os números do mercado se concluam.

O investimento em capital fixo, geralmente, tende a ter um pouco mais de demora para se recuperar uma vez que o investimento, de modo geral, tende ser divido em variação dos estoques e capital fixo.

Em um primeiro momento, ocorre a variação nos estoques, caso a variação seja positiva, os agentes ampliam o capital fixo.

Assim, a expectativa é de que, em julho, tal investimento tenha queda de 1,6%, ante queda de 3,1% em junho.

A produção industrial em si, tem expectativas melhores, haja vista a recuperação da economia do país e o controle no número de infectados pelo covid-19.

Além disso, o governo tem concedido pacotes de estímulos do lado monetário e fiscal, com o objetivo de minimizar os impactos do covid-19 na economia.

Assim, o mercado espera avanço de 5,1% no indicador de julho, ante avanço de 4,8% em junho.

Seguindo a mesma lógica, as vendas do varejo também devem ter elevação durante o mês de junho.

As projeções sinalizam avanço de 0,1% nas vendas do varejo, ante contração ode 1,8% no mês imediatamente anterior.

A taxa de desemprego do país asiático também tende a cair, haja vista que há perspectivas de avanço na atividade econômica, aumentando a demanda por mão-de-obra.

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