- Os juros das treasuries continuam a configurar curvas atípicas e esse movimento foi acentuado após o comunicado do primeiro ministro britânico, Boris Johnson, de que ele pediu a suspensão das atividades do Parlamento por um mês, entre 12/setembro e 14/outubro. Com essa manobra, ele e seu grupo esperam garantir a aprovação do BREXIT sem acordo com a UE. O mercado viu nessa “tacada” a possibilidade de abertura de uma crise política mais séria e isso derrubou a libra.
- Junto com a libra foram as bolsas globais e a percepção de risco. Os juros das treasuries de 30 anos caíram para 1,91% e o spread de 3M x 10y foi para -55 bps. O índice VIX, outro indicador importante da percepção de risco global, subiu para 22%, mostrando que o fly to quality continua acelerado.
- No Brasil, o prêmio de risco medido pelo CDS de 5y saiu de 131, no começo do mês para bater os atuais 142 bps. Vale notar que no primeiro semestre ele caiu para 110 bps. A curva de juros brasileira subiu um pouco, mostrando que a aversão ao risco também atingiu a dívida brasileira referência em reais.
- O dólar voltou a s subir, e o comercial está sendo negociado a R$ 4,146, com 0,5% de alta, mesmo com os leilões mais agressivos do BC, anunciados ontem. A aversão ao risco também atingiu as moedas de países emergentes e além do real, o peso argentino está em queda, de 3,5%, saindo a $58,175.
- O Ibovespa está sendo negociado com queda com queda de 0,5%, acompanhando o exterior, no qual o S&P500 futuro cai -0,40% e o Nasdaq cai -0,60%.
- O IBRE-FGv divulgou o índice de incerteza da economia, IIE-Br, que caiu 5,8 pontos em agosto. Segundo Aloísio Campelo Jr, “após recuar expressivamente no mês anterior, o Indicador de Incerteza volta a subir e a ocupar um patamar elevado em termos históricos. Enquanto no mês anterior a queda havia sido influenciada por notícias favoráveis no âmbito interno, como a aprovação em primeiro turno da Reforma da Previdência na Câmara, neste mês a alta parece ter uma forte relação com acontecimentos externos, como o aprofundamento da guerra comercial entre EUA e China e a piora das perspectivas de crescimento econômico mundial”