Os mercados internacionais amargaram quedas consideráveis, tendo em vista o aumento considerável no número de infectados por covid-19 na Europa e a ausência de esperança quanto ao pacote de estímulos nos Estados Unidos. No Brasil, o risco fiscal e o exterior impactaram negativamente o principal índice da B3.
Nova York teve desempenho misto com os agentes ponderando os números dos dados do varejo, superando as expectativas do mercado e a possiblidade do adiantamento de uma vacina por parte da Pfizer e BioNTech. Apesar de Trump propor um pacote de US$ 1,8 trilhões para ajudar a economia americana, Larry Kudlow, diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, acredita que é pouco provável que o pacote seja aceito antes das eleições.
O Dow Jones teve alta de 0,39% e o S&P 500, ficou estável em +0,01%. A Nasdaq, perdeu 0,36%.
Na Europa, o humor dos investidores melhorou em relação aos demais dias da semana. A proposta de Trump sobre o pacote de estímulos e o possível uso da vacina, ainda em estudo, da Pfizer em conjunto com BioNTech, ajudaram os mercados.
Paris e Milão, lideraram as altas, com ganhos de 2,03% e 1,70% respectivamente. Frankfurt e Londres, tiveram de valorização de 1,62% e 1,49%. Madri, subiu 0,48%.
São Paulo fechou em queda, descolando das bolsas do mundo desenvolvido na tarde de sexta-feira devido às expectativas negativas em relação ao risco fiscal no país, uma vez que não perspectiva clara relativa à condução da política fiscal. Assim, a taxa de juros foi pressionada mais uma vez, o DI com vencimento para janeiro de 2027, fechou negociado a 7,57% contra 7,53% na quinta-feira (15).
O fiscal também pressionou as ações fazendo o Ibovespa perde 0,75%, a 98.309,12 pontos. O dólar, teve alta de 0,34%, cotado a R$ 5,65.
Apesar da possibilidade do uso emergencial da vacina produzida pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech, o mercado de petróleo ainda não digeriu o aumento nos casos de coronavírus no hemisfério norte.
O WTI para novembro, fechou com queda 0,19%, a US$ 40,88. O Brent com vencimento ara dezembro, caiu 0,53%, cotado em US$ 42,93.
As bolsas asiáticas iniciaram a semana majoritariamente em alta, com vistas às expectativas renovadas de estímulos nos Estados Unidos, apesar de ainda existirem divergências, Pelosi se mostrou favorável à nova possibilidade de pacote.
A sinalização positiva da Pfizer, ainda na sexta-feira (16), também aumentou o apetite pelo risco nas praças asiáticas.
As bolsas da China continental, todavia, viraram para o vermelho, após o PIB do país ter resultado abaixo das expectativas, alcançando 2,7% ao trimestre e 4,9% ao ano.
Na China, o Xangai composto e Shenzhen recuaram 0,71% e 0,70%, respectivamente. Em Tóquio, o Nikkei teve ganhos de 1,11%. Fora da China continental, Hong Kong subiu 0,64% e Taiwan se valorizou em 1,24%. Na Coréia, o Kospi avançou 0,22$. Bombaim também subiu forte, a 1,12%.
O retorno da possibilidade de estímulos anunciadas por Pelosi, faz com que a esperança dos agentes retorne, levando os futuros em Nova York e as bolsas Europeias a abrirem em alta.
No Brasil, Guedes e Maia, em evento online, informam a impossibilidade e extensão dos gastos emergenciais e do estado de calamidade. Além disso, Guedes, disse ser improvável elevação dos gastos para 2021.
O IPC-Fipe na 2ª quadrissemana de outubro subiu em 1,05%, contra a estimativa de 0,97%, mostrando aceleração dos preços em São Paulo,.
A agenda na Europa hoje (19), está relativamente vazia, sendo preenchida pelo pelos discursos de Christine Lagarde, diretora do BCE (Banco Central Europeu) e de Cunliffe, membro do Comitê de Política Monetária do BoE (Bank of England).
Lagarde discursará na abertura da conferência online do BCE sobre política monetária e Cunliffe falará na conferência do Fundo Monetário Internacional e no Painel de Líderes de Bancos Centrais.
Powell, também fará seu discurso na reunião do Fundo Monetário Internacional sobre Pagamentos Transfronteiriços e Moedas Digitais. Mais tarde, Clarida falara sobre as perspectivas econômicas e sobre as estratégias de política monetária nos Estados Unidos.
Ainda, haverá a divulgação do Livro Bege do FED, a evidenciar as perspectivas da autoridade monetária em relação à economia americana.
O Tesouro Americano, divulgará a segunda observação do balanço orçamentário de setembro. A expectativa é de que o déficit tenha queda de 38%, saindo de -US$ 200 bilhões para -US$ 124 bilhões.
As expectativas de queda no déficit das contas públicas americanas estão relacionadas ao retorno parcial da economia americana, gerando mais receita para o governo.
Na primeira pesquisa do indicador, foi registrado déficit no montante de -US$ 125 bilhões.
Do ponto de vista corporativo, a Vale (VALE3) divulgará parte de seu desempenho do terceiro trimestre após o fechamento dos mercados. Segundo os especialistas consultados pela Bloomberg, a produção da companhia pode chegar a 85,7 milhões toneladas de minério.
As expectativas dos analistas de mercado tendem a piorar em relação aos números de inflação.
Tal aumento, pode levar a uma taxa de crescimento de stead state, isto é, de longo prazo, menor.
Após os números do IGP-10 acumular alta de 19,85% em 12 meses e de 3,20% ao mês em outubro e do comportamento do IPC-S, ambos divulgados pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), as perspectivas de inflação tendem a se elevar.
No que diz respeito ao PIB, após os dados de atividade econômica de serviços, comércio e do IBC-Br podem fazer com que a as expectativas de crescimento melhore para o fim desse ano.
Todavia, para o ano que vem, o cenário fiscal pode gerar pressões nas perspectivas de crescimento.