Agosto encerrou com os principais índices globais em queda. Começando pelo velho continente, os agentes não digeriram bem a mudança política monetária do FED, juntamente com o aumento nos casos de covid-19. Nos Estados Unidos, o discurso dos membros dos FOMC também fez os mercados acionários fecharem em queda. No Brasil, a parte fiscal continuou a pesar forte, fazendo o mês fechar no vermelho.
Em Nova York, os agentes não digeriram bem os discursos de Bostic e Clarida. Além dos membros do FOMC informarem que o FED não perspectiva de taxa de juros negativas, fez com que os mercados fechassem em baixa.
Ademais, os dois formuladores de política informaram que a economia americana, apesar dos indicadores acima do esperado, tende a ter recuperação mais longa que o esperado.
O Dow Jones, teve retração de 0,79%. O S&P 500, teve queda de 0,22% e a Nasdaq, ganhou 0,60%.
Na Europa, não houve muitos drivers internos de atividade econômica, com os agentes a aguardar os dados do PMI, inflação e desemprego. Todavia, os anúncios de Bostic e Clarida não soaram bem para os índices europeus. Além disso, o aumento dos casos de covid-19 coloca em xeque a retomada econômica no continente.
Frankfurt, teve queda de 0,67%. Madri, caiu 2,29%. Paris e Milão tiveram desvalorização de 1,11% e 1,04% respectivamente. Londres, estava em feriado bancário.
No Brasil, após a melhora nos ânimos dos investidores com Guedes e Bolsonaro encontrando uma possiblidade de lugar comum no que diz respeito às tomadas de decisões de política econômica, mais uma vez o lado fiscal foi criador de risco.
Apesar do balanço orçamentário e superávit terem apresentado resultados melhores que esperado, a relação dívida/PIB teve alcançou mais de 60% do PIB, gerando receios aos agentes, já no começo do pregão.
Ao longo do dia, o mercado estava ansioso com o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), para 2021. A documento apresentou possível rombo primário de R4 233,6 bilhões, fazendo o risco fiscal ser ampliado e com o mercado indo abaixo.
O Ibovespa, teve queda de 2,72%, perdendo os 100.000 pontos, a 99.369,15. Com o aumento do risco, o dólar teve elevação de 1,20%, cotado a R$ 5,48.
O Petróleo, fechou em alta, após a informação que houve aumento dos estoques de petróleo produzindo nos Estados Unidos. Como a recuperação da demanda é lenta, o equilíbrio no mercado da commodity, pode ser afetado.
O WTI, teve queda de 0,84%, a US$ 42,61% e o Brent, teve desvalorização de 1,61%, cotado a US$ 45,28.
Hoje (01), após a divulgação da observação final do PMI de agosto da China, a IHS Markit fará a publicação do indicador para países do ocidente.
Começando pelos Estados Unidos, o PMI industrial de agosto divulgado pela instituição britânica tem perspectiva de elevação. Considerando a primeira prévia do indicador que que atingiu 53,6 pontos, ante expectativa de 51,9 pontos.
Além disso, os indicadores antecedentes de atividade econômica de julho e agosto também evidenciaram um bom desempenho.
Outro indicador de atividade muito próximo e com maior abrangência, o PMI da ISM Inc, também será divulgado. O mercado se mostra mais cauteloso com esse indicador, como a amostra é maior, ele mostra de forma mais concreta a situação da atividade econômica do país, seguindo a mesma regra do PMI da Markit, isto é, números acima de 50, são considerados positivos.
O mercado espera leve alta no indicador, saindo de 54,2 em julho e atingindo 54,5 pontos em agosto.
A agência ISM ainda divulgará outro indicador importante, mostrando a evolução do emprego do setor manufatureiro para o mês de agosto.
Como o emprego tende a se recuperar posteriormente aos primeiros sinais de recuperação do setor, ele ainda não atingiu os níveis aceitáveis para uma alta consistente, conforme vem sendo anunciado pelos pedidos iniciais por seguro-desemprego.
O mercado espera que o índice saia de 44,3 pontos em julho e alcance 48,3 em agosto.
Por fim, entre os indicadores mais importantes do dia, a API (Association Petroleum Institute) publicará os estoques de petróleo bruto por parte do setor privado.
Após forte queda na semana anterior, com a redução de 4,524 milhões de barris, existe a possibilidade de novar retração haja vista os efeitos do furacão Laura no Golfo do México e as perspectivas em relação à demanda pela commodity.
Na Europa, o a agenda de dados econômicos estará cheia, com dados divulgados pela IHS Markit e outros importantes dados de atividade econômica.
Começando pela Zona do Euro, os agentes se mostram cautelosos com indicador de atividade econômica publicado pela IHS Markit, após dados aquém do esperado na primeira prévia do indicador.
Há cautela quanto às expectativas dos agentes para o indicador na maioria dos países, além da queda anterior, os novos casos de covid-19 em todo continente, faz com que a possibilidade de retomada nas medidas de distanciamento retorne e/ou permaneçam, de modo que gere riscos para o retorno da atividade econômica.
Assim, espera-se que o PMI industrial do bloco econômico continue em 51,7 pontos em agosto.
Como a atividade econômica ainda não mostra sinais de recuperação consistentes, o emprego também deve patinar.
O mercado espera aumento na taxa de desemprego, saindo de 7,8% em julho e passando para 8,0%, caso as expectativas dos agentes se concluam.
Seguindo o mesmo raciocínio, como a inflação depende do nível de atividade econômica e do emprego, os quais estão fortemente relacionados com a demanda, também têm projeções conservadoras.
O indicador publicado pela Eurostat, tem perspectiva de menos aceleração em agosto, computando 0,2%, ante 0,4% em julho.
Ao ano, a perspectiva é de leve aumento contra o mês imediatamente anterior, saindo de -0,4% para 0,0%.
Na Alemanha, apesar de ser uma das economias mais sólidas do continente, as perspectivas também não são muito animadoras.
O aumento no número de casos de covid-19 no continente e no país geram temores e, segundo a chanceler alemã, Agela Merkel, existe a possiblidade de uma pandemia local com chegada do outono e inverno.
Tal perspectiva, gera receio nos agentes, fazendo com que os agentes revisem suas decisões de consumo e de produção, impactando a contratação. Assim, as perspectivas de emprego, renda, atividade e consumo começam a ter viés mais conservador.
Seguindo tal raciocínio, espera-se que o PMI industrial continue em 53 pontos em agosto.
A taxa de desemprego, também tem perspectiva de se manter nos números do mês de julho, em 6,4%. Todavia, a variação no desemprego, pode se elevar, após queda de 18 milhões, há perspectiva de elevação para 1 milhão.
Por fim, as vendas no varejo de julho, têm perspectiva de queda, evidenciando que há retração do consumo.
Os números esperados pelo mercado, é de queda de 3,3% ante retração de 1,6% em junho.
Na França, com o aumento dos casos de covid-19, após a reabertura econômica e para eventos públicos faz com que os agentes esperem que o PMI industrial ainda não chegue aos 50 pontos, nível considerável razoável.
O mercado projeta que o indicador continue em 49 pontos em agosto.
O mesmo raciocínio vale para o Reino Unido que, apesar de ter apresentado um dos melhores resultados para região na última observação, o aumento de casos de covid-19 na Inglaterra, faz com que os agentes tenham previsões conservadoras.
A expectativa dos agentes é de manutenção para o indicador em 55,3 pontos, mesmo número de julho.
No Brasil, serão divulgados importantes dados de atividade, dentre eles, o PIB trimestral do país, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Há leve melhora na expectativa de queda do PIB trimestral anualizado por parte do mercado, saindo de 11% para 10,7%. Todavia, os números ainda não evidenciam uma melhora sustentável da economia, apesar dos indicadores antecedentes como o IBC-Br e a produção industrial.
Apesar de tais números serem considerados positivos, endossados pelas expectativas dos dados divulgados pelo IBRE – FGV.
Todavia, a queda na atividade econômica só não foi maior por conta dos estímulos fiscais, os quais sustentaram parte do consumo e da demanda agregada. No entanto, tais medidas colocam em xeque a estabilidade fiscal do país, aumentando o risco percebido.
No trimestre, a expectativa é de retração 9,4% para o PIB brasileiro, mediante queda de 1,5% na observação imediatamente anterior.
O Ministério da Economia, publicará os dados da balança comercial referentes ao mês de agosto.
Após elevação de para US$ 8,10 bilhões, em julho, os dados ainda ficaram levemente aquém do esperado. Para esse mês, mediante as perspectivas quanto ao avanço do covid-19 em alguns países. Além disso, há aumento das expectativas em relação às importações conforme ocorreu na variação de junho para julho.
Assim, os agentes esperam que a balança comercial saia de US$ 8,10 bilhões para US$ 6,7 Bilhões em agosto.
Por fim, a IHS Markit também divulgará o PMI industrial para o Brasil, a evidenciar a demanda dos gerentes de compras e, por consequência, a atividade do setor.
Como a indústria está sendo um dos setores que mais evidenciam a recuperação, o PMI industrial pode ter avanço.