As bolsas globais fecharam sem direção única na tarde desta quarta-feira (11). Nos Estados Unidos, os Republicanos protocoloram uma ação judicial para a revisão de votos no Michigan e o secretário de Estado da Georgia, afirmou a recontagem dos votos. A Europa continuou beneficiada pelas notícias da vacina. No Brasil, houve realização em meio a ruídos políticos.
Os principais índices acionários do velho continente continuaram a levar em conta os resultados positivos da vacina produzida pela Pfizer em conjunto com a BioNTech. Além disso, Lagarde, em seu discurso o Fórum online do BCE, reafirmou a importância das medidas fiscais sem conjunto com os esforços monetários para sustentar os preços da economia dos países da Zona do Euro, para afastar os riscos de deflação, o que também contribuiu para os mercados.
Londres, liderando as altas, teve desempenho positivo de 1,35%. As bolsas da península ibérica fecharam com ganhos de 1,07% cada. Milão, ganhou 0,68% e Paris e Frankfurt, tiveram valorização de 0,48% e 0,40% respectivamente.
As perspectivas de crescimento da economia americana elevando os preços dos Treasuries americanos e o dólar mais forte na sessão de ontem (11), pressionaram os preços internacionais do ouro. O contrato da commodity metálica para dezembro teve baixa de 0,79%, cotado em US$ 1.861,60 a onça-troy.
A expectativa de redução na oferta por petróleo nos Estados Unidos e a continuação da busca pelo risco nos mercados globais, ajudaram a elevar os preços do petróleo, no entanto, a valorização do dólar a
O WTI, teve avanço de 0,22% a US$ 41,45 e o Brent, ganhou 0,44%, a US$ 43,80 o barril.
Em Nova York, houve retorno para o setor de tecnologia. Apesar dos agentes ainda estarem animados com os resultados da Pfizer/BioNTech e os anúncios positivos em relação aos dados russa Sputnik V e da Moderna houve retorno ao setor de companhias de tecnologia, com o aproveitamento de ativos que tiveram desconto ao longo da semana.
O Dow Jones, caiu 0,08%. O S&P 500 teve redução de 0,77% e a Nasdaq ganhou 2,01%.
Em meio ao retorno aos ativos de tecnologia nos Estados Unidos, os investidores também aproveitaram para realizar os ganhos obtidos na bolsa brasileira. Adicionalmente, o governo ainda se mostra perdido em relação à mudança dos rumos da política externa, com o presidente, Jair Bolsonaro, criando ruídos desnecessários regados por pólvora, deixando de lado o pragmatismo.
O Ibovespa teve queda de 0,25%, a 104.808,83 pontos. O dólar, teve alta 0,43% a US$ 5,42.
Os mercados asiáticos fecharam com queda na maioria dos índices fecharam em queda. Os investidores aproveitaram para realizar os lucros, em meio à disseminação de coronavírus no hemisfério norte.
Na China, o Xangai Composto teve queda de 0,11% e o Shenzhen avançou 0,43%, estimulado pelos ativos de tecnologia. Hong Kong perdeu 0,22% e Taiwan teve desaceleração de 0,11%.
No Japão, o Nikkei teve alta de 0,68% e o sul-coreano Kospi teve recuo de 0,30%.
Para hoje (12/11):
As bolsas internacionais abrem com queda, dissipando o bom-humor gerado pelo o noticiário em torno da vacina. Na Europa, os dados ruins de atividade econômica alinhado com os balanços negativos de algumas companhias, fazem todos os mercados fecharem em queda.
Nos Estados Unidos, ainda há o risco advindo da judicialização das eleições e restrições que ocorrem em Hong Kong. Além disso, há preocupações do retorno da segunda onda fazendo contribuindo para as quedas dos futuros americanos.
No Brasil, o Tesouro testara o DI ofertando LTNs com vencimentos para 2021, 2022 e 2024; NTN-Fs para 2027 e 203; e LTFs para 2022 e 2027, após as declarações de Bolsonaro e a pressão por gastos públicos. Balanços e os números de serviços também estarão no radar.
Europa: Agenda cheia, com produção industrial, PIB e indicadores de preços
Hoje, o velho continente tem uma agenda cheia de dados econômicos e começando pelo Reino Unido, o Office for National Statistics divulgará os números do PIB trimestral e mensal, tal como a produção industrial e lucros de companhias do país insular. A expectativa da segunda observação do PIB anual de setembro era de retração de 9,4% e, no trimestre, espera-se alta de 15,8%, recuperando parcialmente a queda do período imediatamente anterior. Os números publicados foram de aceleração um pouco abaixo do esperado, com PIB Trimestral chegando a 15,5% e, de forma anualizada, registrando queda de 9,6%. Ao mês o agregado macroeconômico teve elevação de 1,1%, ante as expectativas de 1,5%
Para a produção industrial para setembro, apesar do aumento de infectados pelo coronavírus já terem começado a aumentar em setembro, as expectativas eram de melhora, saindo de 0,7% e alcançando 1,0%. A agência de pesquisa divulgou elevação abaixo das projeções, em 0,5%. Ao ano, houve queda de 6,3%.
Quanto às contas externas, para o Reino Unido, a Balança Comercial de setembro chegou a £ -9,35 bilhões em setembro e o indicador sem considerar a União Europeia, teve desempenho de £ -1,65 bilhões. Apesar de haver diminuição do déficit, a queda na renda impacta as importações, contribuindo para melhora do saldo, mas não por um bom motivo.
Do Outro lado do Canal da Mancha, os dados divulgados pela Eurostat também decepcionaram as projeções. A produção industrial teve queda de 0,4% no mês de setembro, contra a expectativa de avanço de 0,7% e ao ano, houve retração de 6,8%, enquanto o mercado projetava queda de 5,8%. A exemplo do Reino Unido, a economia europeia vem sofrendo com os efeitos da segunda onda da COVID-19.
Para a economia mais importante do bloco econômica, a agência Destatis divulgou um dos indicadores que mais vêm gerando preocupação aos agentes ao longo do ano, a inflação. Como a demanda vem sendo pressionada por conta do aumento dos riscos de lockdown devido à segunda onda de coronavírus. Os números da inflação do país permaneceram iguais em outubro com o IPC chegando a 0,1% ao mês. Ao ano, ainda há deflação de 0,2%.
Estados Unidos: Pedidos Iniciais por seguro-desemprego, inflação e estoques de petróleo
Tal qual nos demais países do hemisfério norte, hoje (12), serão divulgados os números de inflação, também, nos Estados Unidos. O mercado espera que o IPC (índice de preços ao consumidor) e seu núcleo tenham desempenho próximo da estabilidade. Mesmo que a economia americana tenha mostrado recuperação, ela vem evidenciando sinais de diminuição da aceleração. Os números de projetos para o núcleo do IPC são de 0,2% ao mês e de 1,8% ao ano. Para o indicador amplo, incluindo os preços de energia e alimentos, ao ano, o mercado espera avanço de 1,3%, ante 1,4% em setembro. Ao mês, a expectativa é de 0,1%, contra 0,2% no mês imediatamente anterior.
Após os pedidos por seguro-desemprego sair da faixa de 800 mil, o mercado acredita em leve queda, com a demanda saindo de 751 mil pedidos para 753 mil. Mesmo que as expectativas do mercado se concluam, o número ainda evidencia a presença de fragilidade na economia americana, dado que alguns setores ainda não registraram recuperação contundente.
A EIA (Energy Petroleum Administration), publicará os números relativos à produção de petróleo bruto em solo americano. Após à redução de 7,998 milhões de barris na semana imediatamente anterior, a expectativa de agentes é de retração de 913 mil barris.
Brasil: Serviços
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), após a divulgação dos números do comércio varejista ontem (11), publicará o crescimento do setor de serviços. A expectativa é de alta, uma vez que a reabertura da economia pode continuar a favorecer o setor, mesmo que de forma menos intensa em relação ao mês de setembro com avanço de 1,1% ao mês e retração da queda, saindo de -10,0% para 8,1%.
Autor: Matheus Jaconeli
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