Resultados de Eletrobrás, Magazine Luiza, Banco Inter e outras

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Um dia após o mau humor generalizado nos mercados mundo afora, as empresas podem encontrar nesta terça-feira espaço para alguma recuperação em meio a uma série de resultados trimestrais, como Eletrobras, Magazine Luiza, Banco Inter, entre outros. No entanto, a cautela persiste no exterior, com o investidor monitorando o pânico gerado na Argentina, preocupações com a onda de manifestações em Hong Kong e tensões comerciais entre Estados Unidos e China, pontos que pressionam as bolsas no exterior.

A Eletrobras anunciou no início de hoje lucro líquido de R$ 5,56 bilhões no segundo trimestre deste ano, avanço de 327% em relação ao ganho de R$ 1,3 bilhão observado em igual período de 2018. Segundo a empresa, a alta refletiu a privatização da Amazonas Energia e a consequente reversão do patrimônio líquido negativo.

Neste mesmo período, a empresa teve receita de vendas de R$ 6,64 bilhões, frente à cifra de R$ 5,9 bilhões registrada no segundo trimestre do ano passado. A compra de energia para revenda custou R$ 466 milhões e os encargos para uso da rede elétrica, R$ 575 milhões.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)recorrente da companhia cresceu 8% em relação ao período entre abril e junho de 2018, ao passar de R$ 2,8 bilhões para R$ 3,1 bilhões no segundo trimestre deste ano. Com isso, a empresa registrou índice de alavancagem (dívida líquida/Ebitda recorrente LTM), nos período de 12 meses concluído em junho, de duas vezes, ultrapassando a meta da companhia de ficar abaixo de três vezes.

No exterior, as bolsas asiáticas fecharam em queda, enquanto que as praças europeias e os futuros de Nova York também operam em baixa à medida que investidores evitam comprar ações em meio a incertezas políticas na Itália, em Hong Kong e na Argentina. Madruga chama a atenção para as ações de empresas que fizeram investimentos na Argentina, como é o caso de Marcopolo. Além disso, a continuidade das tensões comerciais entre Estados Unidos e China também contribuem para o sentimento negativo ao redor do globo.

O Banco do Povo da China orientou uma nova depreciação do yuan em relação ao dólar nesta terça-feira pela quarta sessão seguida, ao fixar a moeda americana em 7,0326 yuans, acima da marca psicológica de 7 yuans pela quarta sessão consecutiva. Entre os indicadores, as vendas do setor automotivo da China recuaram 3,9% em julho ante igual mês do ano passado, para 1,5 milhão de veículos, registrando queda pelo 13º mês consecutivo, o que pode pesar no setor de siderurgia.

Magazine Luiza

O aumento acentuado da vendas do Magazine Luiza contribuiu para a alta de 174,7% do lucro líquido da empresa no segundo trimestre de 2019, atingindo R$ 386,6 milhões. O número inclui os resultados da Netshoes desde a data da conclusão da aquisição, finalizada em 14 de junho.

Para melhor comparabilidade com o segundo trimestre do ano passado, o Magazine Luiza fez um cálculo pró-forma que desconsidera não só a aquisição da Netshoes, mas também os efeitos da norma contábil IFRS 16, os créditos tributários e outras provisões e despesas não recorrentes. Sem esses fatores, o lucro líquido teria sido de R$ 108,5 milhões, com queda de 23,9%.

O Ebitda do período subiu 21,6%, para R$ 379,9 milhões. Na coluna pró-forma, houve queda de 3,6%, para R$ 304,0 milhões. De acordo com a companhia, os investimentos adicionais em melhoria no nível de serviço e aquisição de novos clientes influenciaram a margem Ebitda pró-forma no trimestre, que passou de 8,5% para 7,2%.

No total, as vendas da companhia, incluindo marketplace, subiram 24,4% no período, para o total de R$ 5,7 bilhões, enquanto a receita líquida avançou 16,6%, para R$ 4,3 bilhões.

“O resultado veio bem positivo, principalmente pelas vendas onlines, que são o grande ponto da empresa. No entanto, o que chamou a atenção foram as vendas em lojas físicas, que não foram boas. Além disso, a ação já vinha subindo forte, em parte precificando este resultado, então pode ser que hoje tenha alguma realização, com o investidor já de olho no próximo balanço”, ponderou Madruga.

BTG Pactual

O lucro líquido do BTG Pactual no segundo trimestre do ano atingiu R$ 972 milhões, alta de 56% em relação ao observado no mesmo período do ano anterior. De acordo com o critério ajustado, o lucro no intervalo entre abril e junho somou R$ 1,029 bilhão, alta de 50% na relação anual. No ano foi de R$ 1,751 bilhão, crescimento de 30%.

A receita total do banco no intervalo foi de R$ 2,181 bilhões, alta de 76% ante o segundo trimestre de 2018. O retorno anualizado, o ROAE, ficou em 20,6% no segundo trimestre do ano, ante 14,5% há um ano e de 15,1% observado no três primeiros meses deste ano.

O índice de Basileia do BTG caiu a 15,1%, ante 17,3% em igual intervalo de 2018 e de 17,6% no primeiro trimestre deste ano. Os ativos totais do BTG ao fim de junho somava R$ 174,3 bilhões, expansão de 10% ante igual intervalo de 2018.

Banco Inter

O Banco Inter encerrou o lucro líquido do segundo trimestre com alta de 90,9% ante o mesmo período do ano passado, para R$ 32,9 milhões. O retorno sobre o patrimônio líquido ficou em 13,7%, 3,2 pontos porcentuais maior do que no segundo trimestre de 2018. O patrimônio líquido soma R$ 973,1 milhões, alta de 5,9% sobre o mesmo intervalo do ano passado. A carteira de crédito ampliada ficou em R$ 3,963 bilhões, 37,2% acima do segundo trimestre do ano passado.

“O resultado do Banco Inter é o grande resultado do dia. O surgimento das fintechs tem se mostrado cada vez mais forte e até por ser um emergente vale destacar o resultado. Acreditamos que estes resultados sejam uma tendência nas fintechs e provavelmente a lucratividade deste setor será bem positiva no futuro”, apontou Bruno Madruga, da Monte Bravo.

Cosan

A Cosan registrou lucro líquido de R$ 418,3 milhões no segundo trimestre de 2019, revertendo prejuízo de R$ 64,3 milhões de igual período de 2018. O período, entre abril e junho deste ano, corresponde ao primeiro trimestre da safra 2019/2020 de cana-de-açúcar, um dos principais ramos de atividade da companhia. A Cosan relatou lucro ajustado proforma de R$ 315,1 milhões, ante lucro proforma de R$ 26,7 milhões no segundo trimestre de 2018.

O Ebitda da companhia somou R$ 1,409 bilhão no segundo trimestre de 2019, contra R$ 803 milhões no mesmo trimestre de 2018, alta de 75,5%. O Ebitda ajustado proforma atingiu R$ 1,812 bilhão, alta de 14,1% na mesma base de comparação. Já a dívida líquida cresceu 18,4% entre os períodos, para R$ 12,875 bilhões. Com isso, a alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, fechou em 30 de junho em 2,1 vezes, ante 1,8 vez em igual data do ano anterior.

Estácio

A Estácio Participações registrou lucro líquido de R$ 201,8 milhões no segundo trimestre de 2019, no critério pro-forma, o que representa queda de 14,8% ante o resultado apurado no mesmo período de 2018. Com o IFRS 16, o lucro da Estácio no trimestre foi de R$ 194,8 milhões.

Segundo a companhia, no ano passado, o lucro foi afetado positivamente pela reversão de Imposto de Renda e contribuição social no valor de R$ 57 milhões. Assim, o lucro do segundo trimestre de 2018 teria sido de R$ 179,9 milhões, e nesta comparação, o resultado final deste ano teria apresentado crescimento de 12%.

O Ebitda da Estácio no segundo trimestre ficou em R$ 288 milhões, também no critério pro-forma, avanço de 5,1%. Com a aplicação do IFRS 16, o indicador somou R$ 342 milhões entre abril e junho. A margem Ebitda passou de 29,4% para 30,1% na comparação anual. Com o IFRS 16, a margem chega a 35,7%.

Itaúsa

A Itaúsa registrou lucro líquido de R$ 2,435 bilhões no segundo trimestre deste ano, desempenho 19% superior ao reportado no mesmo período do ano passado. O lucro líquido recorrente entre abril e junho atingiu R$ 2,419 bilhões, incremento de 11,2%.

No semestre, o lucro líquido somou R$ 4,921 bilhões, alta de 10,7%, enquanto o lucro líquido recorrente avançou 8,5%, para R$ 4,695 bilhões.

O conselho de administração da Itaúsa aprovou o pagamento de dividendos no valor de R$ 0,3405 por ação. Terão direito os acionistas no dia 15 de agosto e o pagamento ocorrerá no dia 23 do mesmo mês.

Petrobras

A Petrobras realizou o pré-pagamento do Termo de Compromisso Financeiro (TCF) FAT/FC, no valor de R$ 2,7 bilhões, e cujo vencimento se daria em 2028, oriundo do Acordo de Obrigações Recíprocas (AOR) celebrado com a Petros e diversas entidades sindicais em 2006. O Acordo visava uma solução para o reequilíbrio dos planos, ajuste de seus regulamentos e encerramento de litígios judiciais existentes.

Cemig

A Cemig informou, por meio de comunicado, que o conselho de administração aprovou aumento no plano de investimentos da Cemig Distribuição em R$ 1,2 bilhão para o período de 2020 até 2022. O objetivo é acelerar a modernização da base de ativos da empresa, reduzir custos de operação e manutenção, melhorar indicadores de qualidade e aumentar a satisfação dos clientes, afirma a empresa. O Plano de Investimentos da Cemig Geração e Transmissão permanece inalterado. De 2019 a 2023 a Cemig planeja investir R$ 9,973 bilhões no total (Cemig Distribuição e Cemig Geração e Transmissão).

EcoRodovias

A Ecorodovias Infraestrutura e Logística e sua controlada direta Ecorodovias Concessões e Serviços (ECS) celebraram acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF), juntamente com a Concessionárias do Paraná (Concessionária Ecovia Caminho do Mar – Ecovia) e a Rodovia das Cataratas (Ecocataratas). O acordo será levado à homologação da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF e da Justiça Federal de Curitiba.

Pelo acordo, a Ecorodovias Infraestrutura e Logística ou a ECS se comprometeram a pagar o valor de R$ 30 milhões a título de multa; a Ecovia se comprometeu a arcar com R$ 20 milhões de obras e R$ 100 milhões de redução tarifária; e a Ecocataratas, a arcar com R$ 130 milhões de obras e R$ 120 milhões de redução tarifária.

Azul

O presidente da Azul, John Rodgerson, anunciou que a companhia começará a operar no dia 29 de agosto a ponte aérea entre os aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ), com tarifas iniciais de R$ 99 por trecho. Em setembro, a Azul será a única empresa a voar nessa rota, mesmo com a pista principal do Santos Dumont fechada para reforma, já que seus E-Jets estão habilitados para pousar na pista auxiliar do terminal.

Serão 34 slots – 15 herdados da Avianca Brasil e 19 realocados de voos de Porto Alegre e Curitiba -, o equivalente a 17 voos por dia, um a cada 50 minutos. A partir de outubro, a ideia da empresa é operar a rota com os A320Neo.

Direcional

A Direcional Engenharia, incorporadora que atua no Minha Casa Minha Vida (MCMV) e no segmento de médio e alto padrão, apresentou lucro líquido de R$ 25,9 milhões no segundo trimestre de 2019. O montante representa uma reversão frente ao mesmo período de 2018, quando houve prejuízo de R$ 3,8 milhões, conforme balanço publicado há pouco.

O Ebitda ajustado somou R$ 58,5 milhões, valor 2,6 vezes acima do registrado um ano antes. A margem Ebitda ajustado subiu de 8,2% para 15,6%. A receita líquida totalizou R$ 374,5 milhões, um crescimento de 38,2%.

O lucro veio em linha com os R$ 24,8 milhões correspondentes à média das projeções de cinco bancos consultados pelo Prévias Broadcast, que oscilavam de R$ 22 milhões a R$ 27 milhões. Já o Ebitda foi 9,8% maior do que os R$ 53,3 milhões previstos pelos analistas.

Anima Holding

A Anima Holding registrou prejuízo de R$ 16,9 milhões no segundo trimestre de 2019, ampliando o valor negativo registrado no mesmo período de 2018, quando anotou prejuízo de R$ 2,9 milhões. Esse resultado inclui os ajustes decorrentes da norma contábil IFRS 16. Desconsiderando esses efeitos, o prejuízo seria menor, de R$ 6,8 milhões. O Ebitda do trimestre chegou a R$ 49,1 milhões no critério considerando o IFRS16. Sem a regra, o Ebitda seria de R$ 27,9 milhões.

Outros balanços

Hermes Pardini apurou lucro líquido, excluindo efeitos do IFRS 16, de R$ 43,1 milhões no segundo trimestre de 2019, alta de 30,1% sobre os R$ 33,2 milhões anotados no mesmo período do ano passado. O Ebitda cresceu 47,2% no segundo trimestre, para R$ 84,6 milhões, com margem de 24,6%, ante 19,1% no mesmo período do ano passado.

Banco Pine registrou prejuízo líquido de R$ 29,89 milhões no segundo trimestre, revertendo lucro líquido de R$ 5,26 milhões no mesmo período do ano passado. De acordo com o CEO do Pine, Mauro Sanchez, o prejuízo do segundo trimestre deste ano reflete custo de carrego da carteira de crédito monitorada, que teve vários créditos dados como perdas permanentes e cujas garantias, a maioria imóveis, não geram receita. De acordo com ele, esses créditos já estavam provisionados.

Grupo São Martinho reportou lucro líquido de R$ 91,463 milhões no primeiro trimestre do ano-safra 2019/2020, encerrado em 30 de junho. O resultado é 12% menor do que o registrado em igual período da temporada 2018/2019, de R$ 103,959 milhões. O Ebitda ajustado da companhia sucroenergética recuou 13,2% na mesma comparação trimestral, para R$ 348,383 milhões.

Rumo teve lucro líquido de R$ 185 milhões entre abril e junho deste ano, revertendo o prejuízo de R$ 38 milhões reportado em igual período de 2018. De acordo com a companhia, o ganho decorre da melhora do resultado financeiro – despesa líquida de R$ 259 milhões, 48,2% inferior à de um ano antes -, como reflexo da redução da curva futura de juros e também da diminuição da dívida bruta e do custo médio da dívida.

Outras notícias

Assembleia do IRB Brasil Re elegeu Ivan de Souza Monteiro para ocupar o cargo de presidente do Conselho de Administração, conforme adiantado pelo Broadcast. Ele, que é ex-presidente da Petrobras e ex-vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do Banco do Brasil foi eleito em substituição e complementação ao mandato de José Levi Mello do Amaral Júnior.

O executivo Shakhaf Wine apresentou pedido de renúncia ao cargo de membro do Conselho de Administração da BR Distribuidora. Ele tem experiência na área de telecom, com passagens por Liq/Contax, onde foi CEO, Oi, onde atuou como conselheiro, e antes na Portugal Telecom Brasil, como CEO.

FONTE: AE BROADCAST

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