Relatório do Payroll, contas externas, produção industrial e outros dados

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Ontem (06), os mercados fecharam sem direção única. Enquanto, nos Estados Unidos, os agentes se animaram com os números da agenda econômica do dia, na Europa, os investidores se assustaram com um pronunciamento hawkish.

As notícias do relatório dos pedidos iniciais por seguro desemprego publicando dados acima do esperado e mais possibilidade do pacote de ajuda à economia americana sair, fez Nova York fechar em alta na quinta-feira (07).

Além disso a nova funcionalidade do Instagram, pertencente ao Facebook, foi um dos fatores que fizeram a Nasdaq subir.

O Dow Jones, teve alta de 0,68%. O S&P 500, ganhou 0,46% e Nasdaq, subiu 1,00%.

Na Europa, houve queda. O BoE (Bank of England) deixou as taxas de juros para a Inglaterra em níveis baixos, 0,10%. Contudo, Andrew Bailey informou que pode aumentar elevar a taxa de juros a depender dos sinais da economia.

A despeito dos dados positivos de conjuntura econômica da Alemanha, os mercados viram o anúncio da entidade monetária britânica como um possível risco de aumento das taxas de juros no velho mundo.

Londres, teve perdas de 1,27%. Milão e Madrid, também tiveram quedas fortes, em 1,34% e 1,16% respectivamente. Paris, teve queda de 0,98% e Frankfurt, teve retração de 0,54%.

No Brasil, os investidores tiveram bom humor com Nova York e notícias internas.

Além do comportamento dovish do Banco Central do Brasil (Bacen), ao informar que não descarta a possibilidade de corte nas taxas de juros, gerando expectativa de valorização das empresas, o bom desempenho das commodities e a aprovação da Agência Nacional de Energia (Aneel) para os leilões de transmissão de energia para fim do ano deram força para o Ibovespa.

Os bancos, que vinham sofrendo, fecharam o dia em alta, ajudando a bolsa brasileira, após bom resultado do Banco do Brasil.

No cenário político, o mercado ainda ficou de olho na CPMF e no tabelamento dos juros no cartão de crédito para o cheque especial até o fim desse ano em 30%.

Como fator negativo, ainda paira os receios em torno das contas públicas, podendo haver desequilíbrio das contas públicas por conta do aumento dos gastos, como apontou o Banco Central (Bacen).

O Ibovespa fechou a sessão com alta de 1,29% a 104.125,64 pontos. O dólar teve alta de 0,93% a R$ 5,3422.

O petróleo fechou em queda, com a empresa saudita Saudi Aramco anunciar que poderá cortar os preços do petróleo vendido em vários lugares do mundo, gerando temeres em relação à commodity.

O petróleo Brent, teve queda de 0,18%, a US$ 45,09 e o WTI, caiu 0,57% fechando a sessão em US$ 41,95.

Estados Unidos: Relatório do Payroll com dados referentes ao mercado de trabalho

O Departamento do Trabalho, divulgará o relatório do Payroll, a evidenciar a situação deste mercado durante o mês de julho.

Começando pelo indicador mais esperado pelo mercado, o Payroll do setor não-agrícola, tem perspectiva de aumento no emprego, criando mais 1580 milhões em julho, após ter criado 4.800 milhões de pessoas sendo empregadas em junho.

Caso a melhora se concretize, em grande medida, se deverá à melhora das perspectivas dos agentes quanto à economia americana, no que diz respeito a retomada econômica do país.

Além disso, os estímulos realizados pelo governo e pelo FED, contribuíram para amortecer os impactos da crise gerada pelo covid-19.

O mesmo efeito se vê no relatório do emprego privado, seguindo a mesma lógica do payroll não agrícola também tem perspectiva de mais empregos criados, com aumento 1.474 milhões em julho, ante 4.767 milhões em junho.

Além dos dados serem menores do que o registrado anteriormente, isso também ocorre pelo fato da variável ser de estoque, existe a possibilidade do indicador registrar dados abaixo do esperado como o informado pela ADP System.

O desemprego, tende a cair levemente, saindo de 11,1% para 10,5%, haja vista à melhora na atividade econômica. Todavia, o dado não abrange as pessoas que não estão a procurar emprego.

Com a expectativa de diminuição de desempregados e aumento das recontratações, o mercado tem expectativa que o custo do trabalho saia da -1,2% para -0,5%.

Apesar da elevação no indicador, ele continua negativo, evidenciando que a demanda por trabalho ainda não está satisfatoriamente aquecida e que os salários ainda estão diminuindo.

Ao ano, espera-se que o indicador saia de 5% para 4,2%.

Apesar da melhora no indicador, a retomada ainda é gradual, havendo riscos inerentes à segunda onda de covid-19.

China: Contas externas

Na China, o National Bureau of Statistics of China, divulga os dados referentes às contas externas do país.

Levando em conta que o país é maior importador/exportador do mundo, os dados apresentados são muito importantes pois mostram como um dos países que tem maior participação na economia mundial.

As exportações do país para julho, tendem a ter queda, saindo de 0,5% para -0,2%.

As importações também tendem a ter aceleração menor, saindo de 2,7% para 1,0%.

A balança comercial, abrangendo a subtração entre exportações e importações, tem expectativa de que saia de 46,42 bilhões para 42 bilhões em julho.

A queda no indicador se deve, essencialmente, pela queda na renda do restante do mundo, que passa a comprar menos do país, No entanto, como o país investe em infraestrutura para voltar a crescer, há a possibilidade que importação de commodities, principalmente de minério de ferro, tenda a subir, ajudando o setor.

Assim, o dado é muito importante não só para o mundo, mas também para o Brasil e a bolsa brasileira.

Europa: Produção Industrial e Contas Externas da Alemanha

Na Europa, a agenda econômica ficará com foco nos dados de conjuntura econômica da economia alemã.

A agência Destatis, publicará os dados referentes à produção industrial para o mês junho.

A expectativa dos analistas é de que o indicador tenha melhora, com a indústria do país saindo de uma aceleração de 7,8% em maio para 8,1% em junho.

O dado é positivo, evidenciando que a atividade econômica do país pode estar a se recuperar, trazendo boas perspectivas também para a Zona do Euro, tendo em vista que a significância do país para o bloco.

No tocante às contas externas o Deustsche Bubdesbank (Banco Central da Alemanha), publicará o resultado da balança comercial e o desempenho das exportações e importações.

Brasil: IPCA

No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará o principal indicador de inflação o IPCA.

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é o principal indicador de inflação brasileiro, utilizado também para que o Banco Central (Bacen) tome sua decisão em relação à taxa Selic.

Mesmo com a economia caindo menos que o esperado, os agentes acreditam que a atividade econômica ainda não está aquecida o suficiente para gerar aumento nos preços.

O esperado pelo mercado, é que a inflação para o mês de julho tenha variado em 0,33% contra 0,26% em junho ao mês. Ao ano, esperasse que a variação dos preços saia de 2,31% e tenha ido para 2,31%.

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