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Carteira Recomendada Mensal: confira do relatório de setembro!

Written by Nova Futura | 04/09/2020 03:00:00

A carteira recomendada Nova Futura registrou retração de 2,39% em agosto, contra queda de 3,44% do Ibovespa. Apesar da queda, a carteira continua a ampliar o alfa positivo ao longo do ano, de modo a superar o Ibovespa em 1,05% no mês e em 31,21%, no ano. Confira abaixo o nosso desempenho mês a mês:

Cenário internacional

No cenário internacional, as desavenças entre China e Estados Unidos continuaram, mas de forma mais amena. Todavia, o foco do noticiário foi ampliado pela tensão em relação à espera pela liberalização de mais estímulos à economia dos Estados Unidos.

Mesmo com os avanços, a melhora perdeu velocidade. O que pode ser evidenciado pelos dados do mercado de trabalho e do setor industrial. Apesar da observação final do PIB americano mostrar dados acima do esperado no segundo trimestre de 2020, alcançando queda de 31,7%, ante expectativa de 32,5%, e com outros indicadores de atividade evidenciarem avanços, a retomada se mostra mais lenta do que o esperado.

Tendo em vista tal cenário, o presidentedo Federal Reserve (Banco Central Americano), Jerome Powell, na abertura do Simpósio de Jackson Hole, que o a instituição fará flexibilizações na regra para a decisão da taxa de juros. A mudança faz com que a autoridade monetária americana, tenha maior liberdade para tomar as decisões. Sendo elas de cortes ou elevação de juros uma vez que elas não serão mais baseadas em um número fixo da inflação, no caso 2,00%, mas na média da inflação no período.

Desse modo, o FED não será obrigado a aumentar a taxa de juros. Como forma de compensar o momento de crise e hiato do produto elevado. Os diretores do FED, no entanto, vêm reafirmando o discurso de que não haverá taxas de juros negativas.

Europa

Na Europa, o aumento de casos de infecção por covid-19 voltou a preocupar os agentes. Fazendo com que muitos revisem suas expectativas para a retomada da economia dos países do continente. Embora o PIB da economia mais importante da União Europeia, tenha mostrado a segunda prévia do PIB acima do esperado, com queda de 11,3% ao ano e de 9,7% ao trimestre, o principal índice de atividade econômica da Zona do Euro teve a mesma queda da primeira observação, -12,1% ao trimestre e de -15% ao ano.

Os temores da volta do covid-19 na região aumentam com a chegada do outono e inverno. Assim, novas medidas de lockdown ou de postergação de ampliação da flexibilização das medidas de restrição social podem ser consideradas. Há um processo de revisão das estimativas para a recuperação da economia europeia, dependente do comportamento da pandemia.

Ásia

Na Ásia, a China se destaca com sinais de recuperação evidenciados pelos dos lucros industriais, da inflação e dos PMI’s. Por outro lado, as vendas no varejo e a produção industrial vieram com recuo. Mostrando assim, que ainda há pontos sensíveis na economia chinesa, embora a maioria dos dados mostrem melhora. Quanto aos conflitos com os Estados Unidos e outros países ocidentais, houve uma ligeira trégua.

Estados Unidos

Todavia, ainda existem alguns atritos como a sanção dos EUA a 24 empresas chinesas que estavam explorando a região do Mar da Ásia Meridional, acusação de pesca ilegal próximo à ilha Galápagos e Macron se mostrando preocupado com os direitos humanos e com as políticas aplicadas a Hong Kong. No restante da Ásia, a covid-19 continua a gerar preocupações. Fazendo com que Coréia do Sul e Japão continuem a tomar medidas de restrição. Na Índia, os casos de covid-19 continuam a aumentar, assim como as tensões com a China, na região do Himalaia.

Brasil

No Brasil, os maiores riscos estiveram associados ao aumento dos ruídos políticos e à guinada para o lado populista de Jair Messias Bolsonaro. Em vários momentos do mês, o mercado temeu que permanência de Paulo Guedes no ministério da economia estivesse em risco. Apesar de considerarmos que o economista não sairá de seu posto, a sua agenda liberal pode ser afetada pelo posicionamento do presidente da república e a ala desenvolvimentista do governo.

Com a possibilidade do aumento dos gastos públicos, o risco percebido em relação ao país se elevou. Em decorrência, a taxa de juros futuros para janeiro de 2027, que chegou a passar o nível de 7%, patamar que o índice não tinha alcançado desde maio, e fechou o mês em 6,85%, maior fechamento desde junho. Quanto aos indicadores de atividade econômica, a inflação absorveu os impactos da variação cambial, já que os salários não estão subindo por conta do grande hiato do produto. Contudo, o os preços de alimentos registraram alta considerável, uma vez que o dólar gerou forte impacto no preço das commodities.

Cenário Fiscal

A despeito dos ruídos políticos e da deterioração do cenário fiscal, com a relação dívida/PIB chegando a 60,2%, os números do IBC-br, vendas no varejo e produção industrial evidenciam recuperação acima do esperado. Por outro lado, mesmo com os indicadores de atividade evidenciando melhora, o PIB do segundo trimestre desse ano caiu mais que o esperado pelo mercado. Segundo os dados divulgados pelo IBGE, o único componente da demanda agregada que subiu foram as exportações, com aumento de 0,5%.

Por setor, a agricultura foi o único que mostrou alta em sua produção, de 1,2%. Assim, com a queda do investimento privado, do consumo das famílias e dos gastos do governo, a economia registrou queda de -9,7% no trimestre e, quando comparado com o mesmo período do ano passado, de -11,7%.

Setembro

Para setembro, os riscos estão focados nas eleições dos EUA, na questão fiscal brasileira e nas dúvidas em relação ao valuation das bolsas globais.

Quanto ao covid-19, ainda há aumento dos casos de infectados nos Estados Unidos, de modo que o mercado já tenha absorvido seus impactos. No Brasil, a curva de infectados ainda não saiu do platô, apesar de haver queda gradual no nos casos e mortes diários. Contudo, conforme ocorre atualmente na Europa, o a possibilidade de segunda onda continua no radar dos investidores, profissionais de mercado e de autoridades da área de saúde.

Como oportunidades, o encaminhamento de reformas pode amenizar os ruídos do mês anterior, além da possiblidade da presidência ter mais parcimônia quanto ao relacionamento com o ministério da economia. Ainda, a recuperação da economia chinesa pode gerar melhora de perspectivas para a exportação de commodities, principalmente do minério de ferro, visto que a recuperação econômica do país, gera elevação na demanda.

Value

Para as empresas de value, a melhora nas pesquisas a favor de Donald Trump, se torna um trigger importante, pois setores tradicionais que tendem a se beneficiar com as políticas frouxas para o meio ambiente. Assim, com o cenário atual, para balancear as oportunidades e riscos citados acima, nossa estratégia contempla um beta ligeiramente mais conservador, mantendo a carteira equilibrada.

A despeito de ainda considerarmos o setor de varejo online promissor, reduzimos a nossa posição no setor, diminuindo a exposição em Via Varejo (VVAR3) e Magazine Luiza (MGLU3). Tal decisão se baseia na possibilidade de ocorrência de ruídos políticos que podem afetar o mercado, além de uma retomada econômica mais lenta que o esperado, conforme foi evidenciado pelos dados mais recentes do PIB brasileiro. Como o desemprego, caso todos os agentes estivessem à procura de emprego, atinge, aproximadamente, 20% um pouco mais de cautela para o setor se faz necessária.

Commodity

Mesmo com os preços de petróleo pressionados, a commodity se manteve negociada dentro de um patamar razoável, com perspectivas de elevação, uma vez que a restrição de oferta dos membros da OPEP+ continua de pé. Assim, as posições de Petrobras (PETR4) e Cosan (CSAN3) permanecem na carteira. Ademais, a reabertura econômica, pode contribuir para elevação de preços do combustível além da logística, contribuindo para o avanço de Cosan (CSAN3).

Setor imobiliário

O setor imobiliário, ainda têm seus ativos descontados, favorecendo grandes construtoras. Além disso, o projeto do governo referente ao Casa Verde e Amarela, buscando mercados de baixa renda ajuda empresas que atuem de forma direta ou indireta em camadas mais desfavorecidas da sociedade. Assim, mantivemos nossa posição em Cyrela (CYRE3). A companhia, além de ter bom espaço relevante no mercado de construção, foi anunciado o IPO da Plano&Plano, braço da empresa focada no setor de baixa renda.

Apesar das perspectivas para o setor imobiliário, retiramos Eztec (EZTC3), com o objetivo de fazer uma alocação mais diversificada, com o objetivo de equilibrar a carteira para o mês de setembro.

A WEG (WEGE3), é um dos ativos que dão segurança a carteira, haja vista sua resistência em momentos de queda e acompanhado o mercado nos momentos de alta. O mercado enxerga o ativo como um porto-seguro, sendo uma ação que gera estabilidade à carteira.

Conforme citado anteriormente, os preços do minério de ferro tendem se elevar por conta do aumento da demanda oriunda de países em recuperação, especialmente, a China. Como a diminuição de cotas de importação do aço semiacabado brasileiro, tende a gerar impactos muito pequenos, compensados pelas oportunidades do mercado. Desse modo, mantivemos Vale (VALE3) e trouxemos de volta Gerdau (GGBR4) para a carteira, empresa que fornece insumos para o setor agrícola e de imobiliário, com produção no Brasil e Estados Unidos.

Setor financeiro

Quanto ao setor financeiro, apesar da melhora nos bancos se concretizar quando a economia galgar uma alta sustentável, os próximos dados de atividade econômica tendem a ser um pouco melhores, fazendo com que o mercado volte a olhar para o setor bancário, o qual está descontado. Além disso, no caso de Bradesco (BBDC4), terá expansão do seguimento de private, fechando um acordo com o banco americano JP Morgan. Com as taxas de juros em queda, o fluxo de investimentos para o segmento, se mostra muito promissor.

Ao longo da crise, não apenas o setor private está migrando para ativos de risco. O número de pessoas físicas e posições de fundos migrando para a renda variável, continua intenso, gerando receitas para B3 (B3SA3). O número de IPO’s previstos também contribuem para o desempenho do ativo.

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