Carteira Recomendada: confira o relatório do mês de agosto!

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A carteira recomendada Nova Futura registrou rentabilidade de 20,82% em julho, contra avanço de 8,27% do benchmark, ampliando o alpha positivo ao longo do ano, de modo a superar o Ibovespa em 12,55%. Confira abaixo o nosso desempenho mês a mês:

No cenário internacional, o mês foi marcado pelo aprofundamento das tensões entre o ocidente e a China, além dos impactos da segunda onda de covid-19 na economia internacional, especialmente nos Estados Unidos. Todavia, ao final do mês países do velho continente como Reino Unido, Espanha e França também apresentaram novo aumento no número de infectados.

Não obstante, também tiveram eventos positivos para o mercado, empresas como Pfizer, em parceria com a BioNTech, e a Moderna apresentaram importantes avanços em relação a vacinas que podem ser um poderoso auxiliar na batalha contra a pandemia.

Conjuntura econômica

Quanto à conjuntura econômica, os dados foram heterogêneos. Nos Estados Unidos, as vendas no varejo e a produção industrial computaram avanços além do esperado. Mas o consumo e o investimento se deterioram, impactando fortemente o PIB americano, o qual registrara a maior queda já apresentada na história. Assim, alcançando retração de 32,9% no segundo trimestre de 2020 na análise anualizada. O emprego, que mostrava recuperação, se estabilizou em níveis elevados, evidenciando os impactos da segunda onda no país.

Em contra partida, o FED continua propenso a ajudar a economia americana, assim como o Tesouro Americano, apesar das discordâncias entre republicanos e democratas. Na coletiva aberta do FOMC Joreme Powell adotou um discurso dovish, a evidenciar que não há perspectivas de aumento das taxas de juros e que a retomada da economia americana dependerá da contenção do covid-19 e dos estímulos monetário e fiscal.  

Ademais, do ponto de vista corporativo, os resultados do segundo trimestre de 2020 estão somando resultados majoritariamente positivos no país, com destaque para as companhias relacionadas ao setor de tecnologia. 

Europa

Na Europa, o pacote de ajuda às economias da União Europeia logrou êxito, após intensas negociações entre os membros do bloco. Enquanto as lideranças, Alemanha, França, e os países mais afetados pela pandemia buscavam o acordo o mais rápido possível, o chamado Frugal Four composto por Áustria, Dinamarca, Holanda e Suécia demonstrando resistência. Mas as negociações tiveram sucesso, culminando em um acordo de € 750 bilhões, sendo € 390 bilhões em transferências e € 360 bilhões em empréstimos.

O pacote levou alívio para os mercados financeiros, gerando expectativas positivas nos agentes, fortalecendo o euro frente ao dólar. Contudo, o fim do mês evidenciara resultados piores que o esperado para o PIB trimestral anualizado da ZE (Zona do Euro) e Alemanha, além da retomada do covid-19 na Espanha, França e Reino Unido.

A despeito dos conflitos de ordem geopolítica encadeando uma segunda guerra fria com tensões no mar do sul da China, os problemas em torno da lei de segurança nacional em Hong Kong que continuou a se estender e os problemas relacionados à espionagem, a economia do país deu sinais de recuperação.

O PIB do segundo trimestre do país asiático, registrou elevação de 3,2% contra expectativa de 2,4%. No entanto, o varejo continuou a decepcionar com resultados ainda fracos para o período.

Cenário nacional

No cenário nacional, a diminuição dos conflitos políticos entre os três poderes deu espaço para a discussão da primeira parte da reforma tributária. Apesar do texto entregue a David Alcolumbre por Paulo Guedes ser um passo rumo à simplificação tributária e abrir espaço para a discussão de outras reformas, a junção do PIS e Confis na CBS, dividiu opiniões. Haja vista que do jeito que foi entregue, gerará aumento de custos para os setores de serviços e bancário.

Apesar do ambiente favorável para reformas e diminuição do risco político, atrás das cortinas, é discutido a possibilidade da flexibilização do teto dos gastos, para facilitar a política expansionista como forma de conter os impactos da crise. Todavia, o desequilíbrio fiscal pode aumentar o risco percebido em relação ao país no médio e longo prazo. Dessa forma, gerando efeitos indesejáveis para economia como um todo, inclusive, aos mais vulneráveis. 

Do ponto de vista da conjuntura econômica, o auxílio na renda garantiu o aumento dos gastos dos consumidores e, consequentemente, melhora no varejo, fazendo com que a economia não tivesse um desempenho tão ruim quanto o esperado, de modo que muitos agentes estejam a reconsiderar suas respectivas projeções para o crescimento da economia brasileira.

Inflação

Os dados referentes à inflação evidenciaram que ainda há espaço para um corte residual na taxa de juros que deve ocorrer no começo de agosto, com o Banco Central do Brasil (Bacen) mudando a taxa de juros de 2,25% para 2,00% ao ano.

Para agosto, ainda consideramos um cenário desafiador em decorrência da segunda onda de covid-19 nos Estados Unidos e, mais recentemente, na Europa e em alguns lugares da Ásia. No Brasil, apesar do número de infectados ter alcançado um platô, ainda são elevados. Porém a recuperação depende da reabertura econômica e, por seu turno, da reversão dos números de casos no país.

Todavia, o mês de agosto pode trazer boas notícias em relação às novas fases das vacinas. Além disso, os resultados positivos das companhias brasileiras e americanas podem fazer com que os mercados financeiros reajam bem. Assim, como ainda não há horizonte de dinamismo da atividade econômica no curto prazo, os juros continuarão baixos, mantendo o valuation das empresas em níveis consideráveis.

Ainda levando em consideração os riscos da segunda onda de covid-19 mais evidentes, mantivemos a posição em ativos de valor, que podem se beneficiar da alta do dólar e da possível manutenção dos cortes na produção de petróleo, mediante à incerteza da retomada na demanda pela commodity. Ademais, também foi mantida a participação de ativos de crescimento por conta das oportunidades em seus respectivos mercados, considerando a compra de agentes com caixa para adquirir ativos.

Setor de varejo

Ampliamos a alocação em empresas do setor de varejo, devido às perspectivas de balanços positivos Via Varejo (VVAR3), Magazine Luiza (MGLU3) e B2W (BTOW3), uma vez que tais companhias se adaptaram muito bem à crise, com a estratégia de e-commerce, tal como vem sendo evidenciado pelos resultados de empresas do setor nos Estados Unidos. Além disso, a taxação das transações via internet não deve passar, dando fôlego às ações do setor.

Petróleo

Como foi dito acima, o petróleo tende a continuar com os preços estáveis, apesar da incerteza em relação à retomada da economia. Todavia, a abertura parcial em muitos países deve continuar fazendo com que a demanda por gasolina aumente, beneficiando Cosan (CSAN3) e Petrobras (PETR4), empresa que, apesar do prejuízo reportado na semana passada, apresentou números acima das expectativas.  

Setor imobiliário

O setor imobiliário, vem mostrando força na bolsa de valores nos últimos meses e, de acordo com a prévia operacional de Cyrela (CYRE3) uma grande companhia do setor, com as vendas sobre oferta se mantendo praticamente estável e Even (EVEN3). Todavia, tendo em vista os ganhos de Even (EVEN3) e as possibilidades ainda em aberto para Eztec (EZTC3) com sua entrada na carteira teórica do Ibovespa trocamos as empresas da carteira.

A WEG, mais uma vez registrou bons resultados, mantendo a geração de caixa e lucro de forma consistente, independente da crise. O know-how, tecnologia e o fato da demanda por equipamentos ciclo longo como motores de média voltagem e transformadores não ter sido afetada pela crise, a WEG (WEGE3), continua em nossa carteira, como um dos ativos valor, mas com potencial variação considerável.

Vale

A recuperação econômica da China e a manutenção da demanda por minério de ferro e, por consequência melhora nos preços, faz com que a Vale (VALE3), continue a ser uma empresa interessante para estar no portfólio. Além disso, o dólar nos níveis atuais e a possibilidade de desvalorização do real frente ao dólar gera uma boa perspectiva em relação às commodities, fazendo com que, além da manutenção, amentemos a alocação no ativo.

O apetite pelo risco por parte dos agentes continua a aumentar dentro do país. Conforme os juros vão caindo, os investidores buscam alternativas para rentabilizar seus investimentos e, a mais requisitada continua sendo a renda variável, gerando aumento de receitas para a bolsa, a B3 (B3SA3). Desse modo, aumentamos a ponderação nessa ação.

Após a forte elevação, há uma correção técnica quanto à Cogna (COGN3). Apesar de ainda haver oportunidades no papel para o longo prazo, o IPO da subsidiária Vasta (VSTA) na Nasdaq evidenciou que alguns agentes ainda consideram Cogna (COGN3) como um ativo de risco. Assim, tendo em vista os desafios do mês e correção técnica que pode se perpetuar no curto prazo, retiramos a empresa da carteira.

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