A quinta-feira (13) foi de queda para as bolsas globais. Os investidores internacionais foram fortemente influenciados pelo desânimo advindo dos Estados Unidos em envolvendo o embate entre democratas e republicanos.
Nos Estados Unidos, os mercados globais não tiveram direção única, com os agentes buscado alocação em ativos e tecnologia.
Os democratas e republicanos ainda não entraram em consenso com no que diz respeito ao pacote fiscal, de modo que os dados positivos de conjuntura econômica, em especial os pedidos iniciais por seguro desemprego, foram ofuscados sem gerar preços.
O Dow Jones teve retração de 0,29%. O S&P 500, caiu 0,20% e a Nasdaq, avançou 0,27%.
Na Europa, as bolsas seguiram os ventos ruins de Wall Street devido ao impasse entre os dois partidos americanos. O noticiário internacional pesou muito mais que os dados apresentados na Europa, como os dados de desemprego da França e o com David Frost, principal negociador britânico para o Braxit, demostrando otimismo com um acordo entre ao União Europeia e Reino Unido.
Londres, perdeu 1,50%. Paris, teve retração de 0,61%. Frankfurt, teve desvalorização de 0,50%. Milão, caiu 0,88% e Madrid, teve perdas de 0,62%.
No Brasil, o mercado, além de seguir o pessimismo das bolsas do hemisfério norte do mundo, houve ceticismo em relação ao comprometimento do governo em relação às reformas e controle das contas públicas.
Apesar de Bolsonaro informar que a economia continuará a ser guiada por Guedes, o mercado desconfia que a política continuará a interferir nas decisões quanto às reformas e estabilidade fiscal.
O Ibovespa teve retração de 1,62%, a 100.460,60 pontos. O dólar, apesar do ambiente político negativo, teve queda de 1,53%, a R$ 5,36.
O petróleo, também fechou em queda devido aos problemas no avanço da negociação do pacote fiscal nos Estados Unidos.
Além disso, o Departamento de Energia dos Estados unidos enxerga a possiblidade de demanda mais fraca que o esperado no horizonte, fazendo com que a commodity fechasse em queda.
O Petróleo Brent, teve retração de 1,03%, a US$ 44,96 e o WIT, retraiu 1,01%, a US$ 42,24, o barril.
O Census Bureau, publicará os números das vendas no varejo e o núcleo do indicador para o mês de julho.
Haja vista a piora das expectativas dos agentes durante o mês referido, com temores dos agentes em relação ao novo avanço no número de infectados pelo covid-19, espera-se que o varejo tenha tido avanço inferior a junho.
Assim, os números esperados pelo mercado para o mês, é de avanço de 1,9% em julho, ante 7,5% em junho.
O núcleo do indicador, isto é, as vendas no varejo com exceção de automóveis, tem esperança de avanço de 1,9%.
Segundo a mesma lógica de receios quanto ao avanço do covid-19 no país, diminuindo a demanda e o consumo por parte dos agentes, a produção industrial americana, publicada pelo Federal Reserve, tende a ser menor que a registrada no período imediatamente anterior.
O mercado, espera que, ao mês a indústria sai de um avanço de 5,4% e alcance elevação de 3,0%. Ao ano, a perspectiva ainda negativa, mas com retração.
Os números esperados são de -8,3% em julho, ante -10,8% em junho.
Assim, as vendas do setor tendem aa acelerar menos em junho quando comparado ao mês de junho, saindo de 7,2% e com expectativa de 3,0%.
Os estoques, com a observação um pouco mais defasada, tende a cair 1,2% em junho, ante queda de 2,3% em maio, mostrando que a demanda está menos aquecida.
No entanto, a capacidade instalada de julho, tende a mostrar melhora, saindo de 68,6% em junho, para 70,3%.
Quanto aos indicadores de percepção e expectativas, a Universidade de Michigan publicará o Índice de Condições Atuais e a Confiança do consumidor.
Os indicadores são importantes pois evidenciam as percepções das famílias e do mercado quanto a economia da região e, como Michigan é uma região importante dos Estados Unidos, tais dados também são incluídos nas projeções econômicas do país.
Para o indicador de confiança do consumidor, espera-se que ele saia de 65,9%, para 66,7 pontos em agosto.
O Índice Michigan de Percepção do Consumidor, deve cais sensivelmente no mês referido, saindo de 72,5 para 72 pontos.
A queda esperada para o Índice de Condições Atuais, também é de contração leve, saindo de 82,8 pontos, para 81,8.
Por fim, a Baker Hughes, publicará o número de sondas em atividade em solo americano.
Após divulgação de queda nos estoques de petróleo, as sondas extratoras da commodity, também devem registrar queda.
Na Europa a agência Eurostat publicarão PIB do segundo trimestre, a balança comercial e a variação do emprego.
Para o PIB, assim como ocorreu nos outros países, o segundo trimestre tem expectativa de retração. Os meses de maio e junho, geraram fortes impactos nas economias globais, inviabilizando o crescimento econômico, haja vista o enfraquecimento da demanda e da oferta.
A demanda teve retração por conta das medidas de isolamento social, as quais impactaram a oferta de bens e serviços, assim como a impossibilidade de produção com a paralização de muitos setores, gerando a queda na renda das famílias e, por consequência, no consumo.
Sem consumo, não há variação dos estoques, gerando retração no investimento presente e, também nas expectativas de investimento por parte do setor privado. Como houve aumento nos gastos em muitas economias, espera-se, possível elevação dos tributos ou restrição fiscal, à posteriori, deixando o setor privado mais receoso para fazer investimentos e consumo.
Assim, os números esperados pelo mercado são de retração na ordem de 12,1% o PIB trimestral do bloco econômico e de 1,0% no PIB anual.
A balança comercial do mês de junho, tende a melhorar, segundo as expectativas do mercado.
A reabertura de algumas economias do bloco durante o mês contribuiu para que as exportações e o comércio entre as economias aumentassem. Contudo, do lado negativo, a renda dos europeus caiu, o que faz as importações caírem.
O efeito, desses dois movimentos gera aumento no saldo da balança comercial.
Espera-se que balança comercial saia de € 9,4 bilhões em maio para € 12,6 bilhões.
Por fim, os dados do mercado de trabalh, os agentes esperam que o mercado de trabalho continue em níveos baixos, perto da estabilidade.
Quando aa atividade econômica não avança, a demanda por mão de obra tende a cair e, por consequência, a abertura de novas vagas cai.
Todavia, os programas de assistência dos governos da região, contribuíram para que o desempenho do mercado de trabalho europeu não tivesse desempenho pior.
A variação trimestral do emprego, segundo as expectativas dos agentes, tende a sair de -0,2% para -0,1%. Já a variação anual, tende a sair de 0,4% para 0,3%.
O Banco Central do Brasil (Bacen), publicará os dados do IBC-Br, o indicador de atividade econômica, sob a perspectiva da autoridade monetária.
Para o mês de junho, as expectativas do indicador são positivas, haja vista o aumento da produção industrial, varejo, serviços e comércio, evidenciando que a política de auxílio ao covid-19 têm sustentado a demanda no curto prazo, fazendo com que a atividade econômica tenha queda aquém do esperado anteriormente pelo mercado.
Segundo os analistas ouvidos pela Agência Estado, espera-se avanço de 5,10% ao mês 1,31% registrado em maio.