O mês começou positivo para as bolsas internacionais. Os dados do PMI animaram a maioria dos investidores no mundo desenvolvido trazendo alívio, principalmente para a Europa.
Nos Estados Unidos, os indicadores macroeconômicos evidenciaram retomada gradual da economia, após a pressão na demanda advindas das medidas de isolamento para combater o covid-19.
O setor de tecnologia foi, novamente, destaque. A Microsoft informou que poderá, possivelmente, adquirir a TikTok, plataforma que pertence à chinesa ByteDance. Todavia, caso a compra não ocorra até o dia 15 setembro, o aplicativo será banido dos Estados Unidos, uma vez que o governo americano vê a empresa como possível meio para espionagem chinesa.
Todavia, os atritos entre democratas e republicanos para a liberalização do pacote de ajuda econômica continua. No entanto, Donald Trump pretende passar o auxílio de qualquer maneira.
A Nasdaq, teve alta de 1,47%. O S&P 500, teve ganhos de 0,72% e o Dow Jones, subiu 0,89%.
Na Europa, o mercado seguiu um rumo muito parecido com o dos Estados Unidos.
Os dados do PMI divulgados pela IHS Markit, registraram números além das expectativas para praticamente todos os países do velho mundo.
Todavia, o aumento no número de contaminados pelo novo coronavírus continua no radar dos agentes.
Frankfurt, teve elevação de 2,71%, seguida por Londres, a 2,29%. Paris, ganhou 1,93%. Milão e Madrid ganharam 1,51% e 1,42%, respectivamente.
No Brasil, o mercado operou muito próximo da estabilidade, fechando quase no zero a zero.
Além de haver muitos agentes realizando posições e fazendo rebalanceamento de carteira no mês, a CPMF também gerou aversão no mercado, pois além de impopular, ela pode levar o congresso a ter discussões mais longas, fazendo com que a reforma tributária leve mais tempo para ser aprovada.
O Ibovespa teve retração de 0,07%, a 102.829,96 pontos. O dólar, teve aumento de 1,86%, a R$ 5,31, impulsionado pelo corte na Selic e os riscos que podem ser trazidos pela CPMF.
O petróleo fechou em alta. Os números positivos nos indicadores de atividade econômico fizeram os agentes terem uma perspectiva positiva em relação à demanda pela commodity,
O petróleo Brent, teve alta de 1,44%, a US$ 44,15 e o WTI, subiu 1,83% fechando a sessão em US$ 41,01.
Entre os dados mais importantes nos Estados Unidos que serão divulgados hoje (04), se destacam os números relacionados à indústria e ao mercado de petróleo.
Começando pela indústria, o Census Bureau, divulgará o índice de encomendas à indústria para o mês de junho.
Devido ao aumento do covid-19 no país, o mercado espera que o indicador tenha aceleração menor em junho em relação a maio, atingindo variação de 5% ante 8% de maio.
Caso as perspectivas de mercado se concluam, o resultado não será positivo, pois evidencia que a demanda está mais fraca.
Contudo, os dados do PMI de ontem (03), podem ser uma prévia de melhora para o indicador.
Quanto ao mercado de petróleo, a API (American Petroleum Institute) publicará a produção do setor privado referentes à semana anterior.
O dado antecipa os números da EIA (Energy Information Administration), que coleta dados mais abrangentes.
Após a forte queda da semana anterior (-6,829 milhões de barris), os cortes podem ser mais moderados, em relação à última observação.
Na Europa, a agenda será menor, apenas com os dados divulgados pela Eurostat, referentes a inflação sob a ótica dos empresários na Zona do Euro para o mês de junho.
Apesar da retomada no número de casos do covid-19 em alguns países, os agentes esperam leve melhora no indicador, evidenciando um aumento na demanda por parte dos produtores, que se deve, à reabertura econômica entre os países do bloco.
A perspectiva do mercado é que o indicador saia de -0,6% em maio para 0,5% em junho ao mês. Ao ano, a perspectiva ainda é de negativa, saindo de -5,0% para -3,9%.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará os dados da produção industrial do mês junho.
Os dados antecedentes referentes à indústria como o PMI e os indicadores de confiança da FGV fizeram com que os agentes tenham perspectivas positivas em relação à indústria, haja vista uma possível contenção do covid-19, que ainda não teve queda na curva, e por conta da reabertura econômica.
Segundo as perspectivas da agência de notícias BroadCast, a expectativa é de que o indicador saia de -21,90% em maio para -9,9% em junho na análise anual. Ao mês, a espera-se que o indicador saia de 6,96% para 7,8%.
Quanto à inflação, a FIPE (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica) divulgará o IPC (índice de preços ao consumidor).
O indicador da FIPE, que leva em conta o município de São Paulo, tem perspectiva de redução em julho, saindo de 0,22% para 0,20% ao mês. Ao ano, a expectativa é avanço de 2,68% nos preços.
Quanto ao Copom, a reunião se inicia no dia hoje. Provavelmente, ocorrerá o que o mercado espera, mais um corte residual, fazendo com que a taxa de juros saia de 2,25% para 2,00%.
Na China, durante a noite, serão divulgados dados do PMI, nesse caso, no que diz respeito ao setor de serviços e o composto (serviços e indústria).
Haja vista que o PMI industrial e os indicadores de atividade econômica anteriores já evidenciavam melhora, a expectativa é de que os dados macroeconômicos de hoje também sejam positivos.
Todavia, apesar dos dados positivos da economia chinesa, o mercado também estará de olho nos atritos geopolíticos e possíveis novos focos de covid-19 no país.