Ontem (19), foi a tão esperada “superquarta-feira” com muitos balanços de grandes empresas divulgados antes e após o pregão. O mercado considerou os resultados positivos, com destaque para WEG, IRB, Telefônica e Engie.
O Ibovespa fechou em alta de 1,34% com a Weg liderando as altas, chegando a ter valorização de 9,22% no dia. A empresa do ramo industrial divulgou resultado acima das expectativas, acumulando um lucro líquido de R$ 500,49 milhões no quarto trimestre de 2019.
O IRB, apesar de muitos analistas considerarem o balanço “fraco” também apresentou resultados acima do que se esperava, acumulando lucro líquido de R$ 632 milhões no último trimestre do ano passado. Segundo o CEO da empresa, na conferência de resultados, a ressegurada terá seu melhor ano, animando o mercado em relação ao papel da empresa que subiu 1,02%.
Ainda, falando de IRB, a divulgação do balanço e os pareceres positivos informados pela auditoria da Ernst Young e da PwC, levam a novela para o último capítulo, cujo desfecho será guiado pela CVM.
Após o pregão, houve a divulgação de Fleury, Gerdau, Itautec, Gerdau Metalúrgica, Petrobras, GPA, Raia Drogasil e Ultrapar.
Lá fora, os mercados ficaram em alta, com a ata do FOMC apresentando moderação e certa segurança em relação à economia americana, fazendo a diferença entre as taxas das Treasurys de três meses e dez anos se distanciarem um pouco. Além disso, a desaceleração do coronavírus trouxe mais segurança para os mercados.
Na Europa, a liderança foi protagonizada por Londres, com 1,02% de avanço. Milão teve 1,02% de alta, Paris +0,90%, Frankfurt registrou +0,79% e, por fim, Madrid + 078% de ganho.
Nos EUA, Dow Jones fechou com 0,40 de alta, S&P 500 teve 0,47% de ganho e a Nasdaq subiu 0,87%.
O petróleo também subiu bem, teve 1,14% de alta, mostrando que as expectativas por parte da demanda global não estão tão ruins. O Petróleo WTI terminou o pregão cotado a US$ 53,90 o barril.
Hoje teremos os resultados de B2W, Copasa, Gol, Lojas Americanas, Intermédica, Sul América, Vale, Wiz, Carrefour e, a mais esperada entre essas, da Vale. Além dos resultados corporativos, também há indicadores nacionais e internacionais.
O banco central da China, conhecido como PBoC (Banco Popular da China), realizou novos cortes nas taxas de juros para empréstimos de 1 ano a 5 anos em 10 pontos base, com o objetivo de minimizar os danos causados pelo coronavírus. Assim, os juros passam de 4,15% para 4,05% contribuindo para o avanço das bolsas asiáticas. Nikkei subiu 0,34%, HANG SENG teve leve queda de 0,17% e XANGAI avançou 1,84%.
O Grupo Pão de Açúcar contabilizou queda de 80,8% no resultado do quarto trimestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior. A queda nos lucros pode ser explicada, entre outras coisas, pelo aumento nas despesas que avançaram em 18,5%.
O resultado da Ultrapar ficou além de todas as expectativas do mercado. O grupo registrou prejuízo líquido de R$ 267,7 milhões contra o lucro de R$ 495,6 milhões registrado no último trimestre de 2018. Além do resultado ruim, a empresa se mostra mais alavancada com aumento da dívida líquida/EBITDA passando 2,72 vezes par 2,87 veze
A Marfrig, registrou queda de 84% em seu lucro líquido quando comparado com o mesmo período do ano passado, computando resultado de R$ 27 milhões no quarto trimestre. A elevação dos custos da carne bovina no Brasil, Chile e Uruguai fizeram que a despesa aumentasse. Contudo, o aumento da demanda da China no fim do ano por conta da peste africana que afetou o gado na Ásia, foi um fator positivo. A alta do dólar e a o coronovírus podem impactar o negativamente a companhia, pois sua dívida é dolarizada e a empresa possui forte relação com o mercado externo.
O resultado mais esperado ao dessa quarta-feira (19) era o de Petrobras e a maior empresa brasileira não decepcionou. O lucro anualizado foi o maior da história das empresas de capital aberto, totalizando R$ 40,1 bilhões em 2019.
O resultado trimestral foi de R$ 8,15 bilhões, uma elevação de 287,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
A receita de vendas da empresa caiu anualmente 1,24%, somando R$ 81,771 bilhões em 2019. A queda também aconteceu quando utilizado o resultado trimestral contabilizado em R$ 302,2 no último trimestre do ano passado, registrando queda de 2,58% em relação ao mesmo período de 2018.
A queda nas receitas se deve a diminuição dos preços do petróleo brent e dos custos de concessões. Contudo, a empresa, com mudança de estratégia pode mostrar um bom desempenho de seus ativos no mercado com o projeto de privatizações, redução do custo médio de extração de petróleo no pré-sal e foco na digitalização.
A greve dos petroleiros foi amenizada com as negociações que ocorreram ontem (19). Assim, A FUP (sindicato da categoria) anunciou a suspenção da greve.
Apesar da alta na bolsa e dos bons resultados das empresas, alguns dados macroeconômicos não foram positivos, mas ontem (19) o indicador de confiança da indústria da FGV mostrou avanço na expectativa do setor industrial em relação à economia. Hoje teremos o índice de confiança do consumidor, o IPCA-15 e Índice de evolução do emprego do CAGED. Tais dados nos ajudam a entender o andamento da economia que, atualmente, divulgando dados aquém do projetado pela grande maioria dos economistas.
Ontem (19), tivemos o PPI e os dados da construção civil com desempenho acima do esperado pelo mercado. A ata do FOMC foi relativamente tranquila, mostrando serenidade por parte dos membros do FED, apesar do choque do coronavírus. Hoje (20), entre os indicadores mais importantes, serão divulgados mais dados da terra do Tio Sam. Para o país, serão divulgados o índice de produção industrial da Philadelphia, relatório de emprego, também da Philadelphia, estoques de petróleo bruto e o índice de medida dos pedidos de seguro desemprego.
A Fleury divulgou resultado dentro do esperado. O lucro líquido da companhia, ficou em R$ 62,5 milhões no quarto trimestre de 2019, um crescimento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado.
A receita líquida teve desempenho parecido, registrando aumento de 10% em relação ao quarto trimestre de 2018, somando R$ 720 milhões.
Ao longo do mês, os dados dos países do continente europeu não foram positivos. Ontem (19), apesar do resultado das transações correntes apresentar superávit, devemos lembrar que um saldo positivo das contas externas pode ser um resultado negativo, mostrando que a região está importando menos devido uma desaceleração da economia, uma vez que importação é uma variável que depende do crescimento da economia. Hoje (20), temos os dados do PPI (preços sob a ótica do produtor) e clima (percepção) do consumidor na Alemanha, ata do BCE e índice de confiança do consumidor para a Zona do Euro e União Europeia.