Ontem (16), as bolsas em todo mundo tiveram mais um dia amargo. Nos EUA, o mercado já abriu com um circuit breaker e o Brasil teve a mesma trajetória, com a parada às 10h24 da manhã, quando a bolsa acumulava 12,53% de queda.
Antes de mais nada o mercado está avaliando o avanço do coronavírus no ocidente. Enquanto os governos buscam soluções para conter o avanço da epidemia e paralelamente reduzir seus efeitos na economia.
Apesar dos esforços dos bancos centrais em todo mundo, reduzindo as taxas de juros, muito provavelmente serão necessários esforços para sustentar a demanda da economia por intermédio da política fiscal. Visto que isso ocorre pelo fato de que uma economia parada afetará o endividamento das empresas, das famílias e pressionará seus respectivos orçamentos. Principalmente da população mais que possui seu orçamento mais comprometido e de empresas menores, as quais são as que mais empregam.
No entanto, caso não exista ação conjunta por parte dos governos em relação as duas políticas, a queda no consumo e o endividamento dificultará a retomada econômica.
Bolsa brasileira
Considerando esse contexto, a bolsa brasileira registrou queda de 13,92%, dessa forma quase chegando ao segundo circuit breaker ao longo do dia. Houve momentos de desaceleração da queda com os agentes enxergando os efeitos do anúncio do Conselho Monetário Nacional e as iniciativas do Bacen de forma positiva. No entanto, voltou a cair fortemente devido ao avanço do covid-19.
Como resultado o dólar registrou fechamento histórico, sendo cotado a R$ 5,00.
Nos EUA, a história não foi muito diferente, os mercados registraram. O presidente Donald Trump informou em coletiva na Casa Branca, que a recessão pode permanecer até agosto. Assim, até lá, ou atém mesmo por um período maior a depender das políticas econômicas e sanitárias adotadas pelo país, os mercados e a economia tendem a sofrer mais.
Nesse interim as bolsas americanas fecharam em franca alta. O Dow Jones fechou com 12,93% de queda. A Nasdaq regrediu 12,32% e o S&P 500 teve derretimento de 11,98%.
A incerteza dos agentes foi tamanha que o VIX (indicador que mede o risco e a incerteza) registrou novo patamar histórico, alcançando 82,69.
Expectativas
As expectativas ruins em relação à economia e a incerteza de quando e como se dará a recuperação e novo anúncio dos sauditas em relação a o aumento na produção de petróleo derrubaram os preços da commodity ser cotada abaixo dos US$ 30,00, fechando em US$ 29,46.
Na Europa, apesar dos membros da união europeia acreditaram que a política fiscal expansionista não comprometerá o orçamento e de priorização da situação por partes dos governos, a exemplo da França que anunciou que subsidiará as empresas que mandarem os seus funcionários para casa de modo que os mesmos não fiquem sem salário e outras políticas tomadas por membros do grupo, as bolsas do velho continente também fecharam em queda.
Londres teve queda de 4,015. Frankfurt derreteu 5,31%. Parais teve decréscimo de 5,75%. Milhão amargou redução de 6,10% e Madrid reduziu 7,88%
EUA: Quanto à conjuntura, dados da indústria, petróleo e prévia do mercado de trabalho são destaques
A agenda econômica americana de hoje (17), terá mais um dia recheado de dados.
O FED divulgará a produção industrial levando em conta a variação do valor total produzido ajustado pela inflação. Há possibilidade alta de que os dados sejam decepcionantes e aquém do esperado, levando em conta a desaceleração da e economia global, mesmo que a os EUA tenha um mercado consumidor interno muito forte.
A última observação do dado para mês foi negativa, com retração de 0,3%, da mesma forma que ocorrera na comparação anual em -0,83%.
Ainda pensando na esfera da produção, como se refere a janeiro, pode ter redução. Mesmo com o surto do coronavírus, no curto prazo, há retração dos estoques de muitas empresas varejistas, pois as famílias estão guardando alimentos e outros bens de primeira necessidade, se preparando para um cenário muito parecido com o que está na Europa.
O Bureau of Labor Statistics divulgará os dados de oferta de emprego de janeiro. Na última observação foram criadas 6,4 milhões de vagas, contra uma projeção de 7,0 milhões. Contudo, até então, o desemprego nos estados unidos vem caindo.
A situação atual, com o avanço do covid-19, pode agravar muito a situação, tendo em vista que as empresas fecharão suas portas e as pessoas ficarão em casa. Haverá redução de demanda e dos estoques fazendo a economia ficar parada. Com a economia parada, não haverá demanda por mão de obra. A demanda por trabalho poderá aumentar apenas após a retomada da recessão.
Quanto aos níveis do estoque de petróleo bruto, após o anúncio de Trump dizendo que o governo comprará a commodity, pode ser reduzido nas próximas observações. Todavia, com a queda de braço entre russos e sauditas e a desaceleração da economia, os estoques de petróleo podem ter aumento.
Na Europa, os dados sobre conjuntura serão sobre mercado de trabalho e expectativas dos agentes
O índice de percepção da principal economia da Europa deve cair fortemente. Os alemães, mesmo antes do avanço do coronavírus para o ocidente já mostravam forte fragilidade, atualmente isso deve se intensificar. Espera-se que o indicador de condições atuais tenha redução de 30,0 pontos e a percepção econômica tenha redução de 26,4 pontos.
Para o Euro Grupo, a percepção dos agentes também deve cair fortemente tendo em vista o avanço da doença não apenas em alguns países, mas em todo continente.
Também serão divulgados os dados dos salários anuais para o trimestre e o custo da mão de obra, os quais mostravam aumento. Contudo, para que daqui para frente os salários mantenham seu patamar, de modo que não afete o consumo das famílias, será necessário esforços governamentais.
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