O aumento no número de casos e mortes por covid-19 na Europa gerou forte temor nos mercados financeiros no começo dessa semana, fazendo as bolsas globais caírem forte, além do possível escândalo de corrupção envolvendo grandes bancos.
Nova York amargou forte queda, sendo influenciada pelos temores advindos da Europa e os escândalos anunciados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos por parte de, ao menos, grandes bacos como JP Morgan, HSBC, Deutsche Bank, Mellon e Standard Chatered Bank.
Do lado da geopolítica, a China intensificou a elaboração de uma lista com empresas americanas de tecnologia que podem ser punidas pelo Partido Comunista Chinês ao passo que a Casa Branca também eleva o tom contra as empresas chinesas do setor, afetando o índice de empresas de tecnologia, Nasdaq.
O ambiente política interno também foi ruidoso, com a continuidade das desavenças entre republicanos e democratas, dificultando o avanço das medidas de estímulos à economia americana.
O Dow Jones, teve queda de 1,84%. O S&P 500, perdeu 1,16% e a Nasdaq, teve desvalorização de -0,13%.
Na Europa, os índices foram fortemente afetados pelas expectativas de novas medidas de lockdown que pode retardar a retomada da economia do continente.
Além disso, os rumores envolvendo o possível caso de corrupção envolvendo grandes bancos afetaram o setor financeiro do continente.
Londres, teve perdas de 3,38%. Frankfurt, perdeu 4,37%. Paris, teve retração de 3,74%. Milão derreteu 3,75% e Madri, teve desvalorização de 3,43%.
No Brasil, a bolsa seguiu o mau-humor dos países do norte, mediante os temores de segunda onda de covid-19. Além disso, a queda de grandes bancos também afetou os ativos brasileiros.
O risco país, como pode ser evidenciado pela taxa de juros mais longa, para janeiro de 2027, os agentes ficaram receosos, gerando aversão ao risco, tendo em vista as incertezas em relação às contas públicas.
A bolsa brasileira fechou com queda de 1,54%, a 96.780,78 pontos. O dólar teve alta de 0,43%, a R$ 5,40.
O petróleo fechou queda mediante os temores de retorno da segunda onda de covid-19, que pode levar o mercado à retração, colocando em xeque a elevação da demanda pela commodity.
Além disso, a Líbia informou que retomaria a produção, também contribui para a queda nos preços.
O WTI teve perda de 4,31%, cotado em US$ 39,54 e o Brent, perdeu 3,96%, a US$ 41,44 o barril.
Hoje (22), após uma agenda relativamente tranquila do ponto de vista dos dados de atividade econômica, há importantes indicadores e anúncios referentes à atividade econômica.
Começando pelo mercado hipotecário, a Associação Nacional de Corretores dos Estados Unidos divulga aquecimento do setor por intermédio da venda de casas usadas.
Após forte alta em julho, alcançando aumento de 21,7% nas vendas de casas usadas, o mercado espera que o avanço seja apenas de 2,4%, voltando para os níveis de elevação pré-crise.
Apesar da variação aguardada pelos agentes ser positiva, as incertezas em relação à retomada da economia e as desavenças entre democratas e republicanos quanto ao avanço dos estímulos podem comprometer a atividade econômica e, por consequência, o mercado de imóveis.
No dia, também haverá informações de importantes formuladores de política econômica, do lado do FED, Jerome Powell fará mais um depoimento, a ponderar a situação econômica atual e contribuindo para que os agentes formulem suas expectativas.
Pelo lado do tesouro, será publicado o relatório do Departamento do Tesouro Americano. O documento é disponibilizado ao Congresso para analisar os acontecimentos e situação econômica do país. Assim, o relatório serve de matéria prima para pautas do Congresso americano e, por consequência, formulação de políticas.
Por fim, a API (American Petroleum Institute), divulgará os estoques de petróleo por parte do setor privado.
Após a Líbia anunciar que se prepara para retomar a produção da commodity e os temores quanto à retomada da economia mundial devido às incertezas quanto à segunda onda de covid-19, os agentes esperam redução nos estoques da commodity.
Começando pelos dados do Reino Unido o Office for National Statistics, publicará os dados referentes às contas públicas do Reino Unido, mais precisamente, a dívida pública do setor público.
Devido à necessidade da expansão da política fiscal por conta do avanço do covid-19 no país, os países começaram a se endividar mais para financiar seus programas de amortecimento dos impactos da crise ocasionada pela pandemia.
Desse modo, os agentes projetam elevação do aumento da dívida pública do Reino Unido, saindo de £ 25,94 bilhões para £ 29,30 bilhões.
Além disso, tal como nos Estados Unidos, o banqueiro central britânico, Bailey, fará seu pronunciamento quanto às políticas que poderão ser tomadas e a situação atual e perspectivas para a economia do Reino Unido.
Os anúncios de banqueiros centrais são sempre importantes, mas agora, com o aumento do risco de uma segunda onda de covid-19 na Europa.
No outro lado do Canal da Mancha, a Eurostat publicará o índice de confiança do consumidor para setembro.
Os agentes se mostram cautelosos quanto às suas expectativas, haja vista às incertezas que o aumento no número de infectados e mortos pela pandemia voltam a aumentar.
A expectativa é de que o indicar fique quase inalterado, saindo de -14,7 em agosto e alcançando -14,6 em setembro.
No Brasil, o Bacen (Banco Central do Brasil), divulgou a ata da última reunião do Conselho de Política Monetária (Copom).
O documento mostrará as expectativas do formulador de políticas econômicas em relação ao mercado e as perspectivas econômicas, evidenciando as perspectivas em relação ao desemprego, inflação e crescimento da economia.
Além disso, algo que o mercado espera, são as expectativas do Banco Central em relação às contas públicas.
Evidenciando a situação fiscal do país, pelo lado da receita, o Tesouro publicará os dados da receita tributária.
Devido à queda na renda e o aumento dos gastos do governo em decorrência da crise gerada pelo covid-19, a expectativa é de que as receitas caiam.
O mercado espera receita de R$ 110,20 bilhões, ante R$ 155,90 bilhões, na última observação.