Na sexta feira (29), o temido mês de maio registrou comportamento misto ao fim da sessão dos principais mercados internacionais. As bolsas passaram por volatilidade por conta das tensões entre Estados Unidos e China, aguardando o pronunciamento do presidente americano, Donald Trump.
Em Nova York, os agentes aguardaram o pronunciamento e fecharam o dia com cautela mediante às promessas de sansões aos chineses. Todavia, apesar das citações de queixas em relação à China e a promessa de encerramento do apoio dos EUA à OMS (Organização Social da Saúde), não houve nada muito contundente em relação a ações sobre o comércio.
Assim, o Dow Jones ficou quase no zero-a-zero, tendo desempenho de retração 0,07%. O S&P 500 teve crescimento modesto de 0,53% e, por fim, a Nasdaq subiu de forma mais forte com elevação de 1,29%. Mesmo com as incertezas em relação aos anúncios de Trump, o VIX teve queda de 4,30%, alcançando 27,36 pontos.
As tensões entre as duas maiores economias do mundo, se estenderam ao velho continente. Como as bolsas europeias fecharam antes do anúncio de Trump, os investidores ficaram avessos ao mercado de risco europeu.
A principal queda do continente foi em Londres, com retração de 2,29%. Madrid, Frankfurt e Paris também caíram fortemente, com quedas de 1,77%, 1,65% e de 1,59%, respectivamente. Milão teve perda menos expressiva, com retração de 0,84%.
Já, no Brasil, houve leve elevação, com os investideros aliviados com o anúncio de Trump sem afirmações contundentes quanto às questões comerciais entre os dois países.
Os dados de conjuntura econômica como a queda no PIB de 1,5% no trimestre e de 0,3% no ano, assim como o aumento da dívida pública e do déficit nas contas públicas, não geraram preço, uma vez que os agentes já esperavam dados ruins.
O Ibovespa, dado a conjuntura acima, teve elevação de 0,52%, alcançando 87.402 pontos. O dólar, teve queda de 0,84%, sendo cotado a R$ 5,33.
O petróleo, teve forte elevação. Os dados da Baker Hughes, indicaram que diminuição na produção de petróleo em solo americano. Além disso, o fato de Trump não falar nada referente ao rompimento do acordo comercial com a China elevou os preços da commodity.
O barril Brent, fechou o dia negociado com avanço de 5,02%, cotado a US$ 37,84. A referência WTI também subiu fortemente, com elevação de 5,28%, cotado a US$ 35,49.
Para hoje (01), os dados do PMI Industrial Caixin, da China, com avanço de 2,22%, alcançando 50,7 pontos, pode ser uma boa notícia para os mercados. No entanto, as manifestações no Brasil, podem gerar impactos negativos na bolsa brasileira, mas o fato do mercado ter dado mais importância ao que o corre lá fora em parte dos pregões, o efeito pode ser compensando.
Hoje (29), nos Estados Unidos, o foco será nos PMI’s divulgados pela Markit e pelo Instituto ISM e dados referentes à construção.
A IHS Markit, divulgará o PMI Industrial para maio e, há perspectiva de elevação, apesar de ainda não estar em níveis desejados, dentro dos 50 pontos. No entanto a reabertura dá ânimo para que o mercado acredite que possa ocorrer avanços de 10,25% saindo de 36,1 e alcançando 39,8 pontos em maio.
Para o mesmo indicador da ISM Inc, não obstante estar mais próximo do aceitável, com expectativa de 43,5 contra os 41,5 pontos de abril. O indicador é o resultado de uma pesquisa mensal de mais de 400 empresas de 20 indústrias ao longo dos 50 estados, sendo amplamente utilizado por conta da abrangência.
A instituição ainda divulga outros PMI’s, como as de Preços no Setor Manufatureiro, os de Índice ISM de Emprego no Setor Manufatureiro e de Novos Pedidos.
De olhos na reabertura, os agentes esperam dados positivos para os indicadores acima, com exceção dos preços do setor manufatureiro, que pode ficar relativamente estável, saindo de 35,3 em abril e podendo alcançar 35 pontos em maio.
Quanto à construção, o Census Bureau publicará os gastos da construção civil medida pela conclusão de edifícios e projetos.
Como o indicador se refere a abril, momento em que a economia americana ainda absorvia fortemente os impactos da crise, os agentes acreditam que o indicador tenha redução de 6%.
A perspectiva de retração é decorrente da queda na renda dos agentes e o receio de comprometê-la em um momento incerto, tendo em vista que, em abril, o cenário ainda era muito desafiador.
Assim como nos Estados Unidos, os agentes esperam melhora para os PMI’s dos países da Europa.
Ao longo do mês o BCE e a União Europeia divulgou muitas medidas e programas de ajuda a membros, podendo estimular a economia e a produção. Individualmente, Macron e Angela Merkel também buscam medidas para impulsionar a economia durante a reabertura dos países.
No Reino Unido, também se espera melhora, com a reabertura e estímulos por parte do governo e do BoE.
Assim, as expectativas para Zona do Euro, Alemanha, França e Reino Unido são de 39,5, 36,8, 40,3 e 40,6 respectivamente, com todas superando os resultados de abril.
No Brasil, como ocorre toda segunda-feira, será divulgado o Boletim Focus, com as expectativas do mercado em relação à economia.
Devido aos dados antecedentes da atividade econômica, de inflação e endividamento do setor público, os agentes acreditam que indicadores como PIB, inflação e produção industrial terão queda ao fim do ano de 2020 e recuperação, mesmo que vagarosa, somente em 2021, ainda mais com os dados ruins do PIB e das contas públicas da semana passada, apesar dos números já estarem precificados pelo mercado.
Quanto ao PMI, tendo em vista o avanço do covid-19 no Brasil avança em contraste em relação aos países de primeiro mundo, enquanto os indicadores de atividade começam a dar sinais de retorno para melhores níveis, os indicadores brasileiros começam a cair.
Assim, a expectativa do mercado é de queda no PMI industrial saindo de 36 pontos em abril, chegando em 33,2 em maio.
O ministério do desenvolvimento divulgará os dados referentes as contas externas do Brasil.
Tendo em vista a diminuição da renda do resto do mundo, a expectativa dos agentes é de queda.
Por com a retração econômica mundial, o fluxo de comércio diminui fortemente, afetando o país. O resultado da balança comercial não mostra queda maior, pois a renda do Brasil também caiu fortemente, diminuído as importações brasileiras.
Assim, o mercado espera queda de 8,21% no saldo da balança comercial, saindo de R$ 6,7 Bilhões para R$ 6,15 Bilhões.