PMI's nos EUA, Europa e Brasil

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Ontem (02), os principais mercados de todo o mundo tiveram alta. O principal gatilho, ignorando todos os ruídos que poderiam interromper os o bom humor dos agentes.

Nos Estados Unidos, em especial, apesar dos protestos e risco político que pode se aproximar de Trump, os mercados desempenharam bem, olhando oportunidades na reabertura. Além disso, mesmo com o conflito geopolítico entre Estados Unidos e China, os importadores chineses continuaram a demandar os produtos do EUA.

Assim, as bolsas americanas fecharam em alta lideradas pelo Dow Jones, com avanço de 1,05%. O S&P 500 se elevou em 0,83% e a Nasdaq teve ganhos de 0,59%. Com a melhora das expectativas, o VIX caiu forte (-5,14%) alcançando 26,78 pontos.

Na Europa, os mercados também operaram no positivo. As expectativas em relação à reabertura econômica e um novo programa de ajuda aos países mais afetados pela crise, no valor de 80 bilhões de euros, estimulou a força compradora nos principais mercados do velho continente.

As principais altas foram em Frankfurt e Madrid, em 3,75% e 2,59% respectivamente. Milão, Paris e Londres também registraram ganhos, com elevação de 2,42%, 2,02% e 0,87% respectivamente.

No Brasil, os problemas políticos envolvendo os três poderes e as repercussões das manifestações não geraram preços no mercado, sem possibilidade risco de curto prazo segundo as perspectivas dos agentes.

Não obstante o avanço da covid-19 e as dificuldades de ajudar pequenas e médias empresas, às quais mais, geram mais empregos no país, os investidores forma seguiram o bom humor advindo do exterior e da reabertura gradual de muitas cidades brasileiras.

O Ibovespa teve alta de 2,74%, a alcançar 91.046 pontos. O dólar com a melhora das expectativas, teve queda de 3,06%.

O petróleo também teve dia positivo, com a aproximação da reunião da OPEP+ e dos anúncios dos produtores podendo estender os cortes na produção até agosto, ajudando no equilíbrio do mercado.

A referência do petróleo Brent fechou o dia cotado a US$ 39,27 o barril, com avanço de 3,26%. O WTI teve elevação de 3,87%, cotado a US$ 36,81.

EUA: PMI, indicadores ISM, petróleo e mercado de trabalho

Hoje (03), importantes dados de conjuntura econômica serão divulgados. A agência britânica Markit, após divulgar os dados referentes ao PMI industrial na semana passada, divulgará o indicador em sua forma composta e para o setor de serviços. 

Com vistas para a reabertura econômica, tal qual aconteceu com os dados da indústria, os agentes esperam melhora para o PMI americano. A retomada do comércio abre possibilidade para o aumento da demanda por serviços.

Com a melhora do indicador para o setor de serviços e o avanço observado para o PMI industrial, o PMI composto tende a ensaiar sua recuperação, mesmo que não alcance níveis satisfatórios.

Assim, o indicador formulado pela Markit deve sair de 27 para 36,4 pontos em sua análise composta e o indicador focado no setor de serviços deve sair de 26,7 para 36,9 pontos em maio.

O instituto ISM também divulgará seu PMI, no entanto, é focado na produção de bens não manufaturados. Tal qual o indicador da Markit, ele deve registrar alta, caso as perspectivas dos agentes se concluam, saindo de 41,8 e alcançando 44 pontos.

Complementando os dados de atividade econômica, as encomendas à indústria possuem papel importante, a demonstrar o quanto o setor está a demandar de seus fornecedores, seja por bens duráveis ou não duráveis.

As encomendas caíram fortemente ao longo do ano em decorrência da crise do covid-19, chegando a alcançar retração de 10,4%. Como o indicador se refere a abril, momento de forte avanço da pandemia em solo americano, os agentes esperam que ocorra aprofundamento da queda, com expectativa de retração de 14,0%.

O indicador de maio pode mostrar possível melhora. Todavia, há grandes chances de continuar no negativo.

No que diz respeito ao mercado de trabalho, após os assombrosos dados evidenciando destruição de mais de 20 milhões de postos de trabalho no setor privado, espera-se que ADP (Automatic Data Processing) empresa de processamento das folhas de pagamento das empresas privadas dos Estados Unidos, divulgue dados melhores.

Apesar de ainda haver expectativa de destruição de postos de trabalho, já é evidenciando uma melhora no dado, sendo que a expectativa é de 9 milhões de postos de emprego. Vale lembrar que desemprego é uma variável de estoque e novos dados negativos quanto ao desemprego, ainda mostra certa fragilidade da economia.

Por fim, no que diz respeito aos dados de conjuntura dos EUA, serão divulgados dados referentes ao mercado de petróleo. Com perspectiva de cortes na produção por parte de membros da OPEP+ e outros fortes produtores. Além disso, a reabertura econômica abre oportunidade para retomada da demanda, podendo equilibrar os preços da commodity.

Após estoques de 7,928 milhões de estoques, os agentes esperam estoques menores, em 3,038 milhões. Os estoques em Cushing, Oklahoma, devem ter novos cortes, o mercado espera na ordem de 7,578 milhões.

Europa: PMI, desemprego e preços ao produtor

Começando pela Alemanha, assim como nos EUA, serão divulgados os dados do PMI. Após a paralização do país fazendo o PMI de serviços e composto chegarem aos níveis de 16,2 e 17,4 pontos, a reabertura da economia pode mostrar o começo da recuperação no país.

No entanto, mesmo com a reabertura, os indicadores ainda não serão abaixo dos 50 pontos, ou seja, muito aquém do ideal, com expectativa de 31,4 pontos para ambos indicadores.

Para a Zona do Euro, o PMI tem expectativas de melhora, mas com menos força do que o que pode ser registrado na Alemanha uma vez que países mais frágeis como Itália e Espanha compõem o bloco, tanto que PMI de serviços chegou a 12 pontos e o composto a 13,6. O mercado espera um PMI composto a 30,5 e serviços em 28,7 pontos.

Quanto ao desemprego, espera-se que taxa chegue em números elevados para a economia mais dinâmica do continente europeu, saindo de 5,8% e indo para 6,2%, caso as expectativas do mercado se concluam.

A variação do número de desempregos, espera-se 200 mil novos desempregados. Para zona do Euro, há a possibilidade de desemprego mais aprofundado, saindo de 7,4% e com expectativa de 8,2%.

Quanto ao Índice de Preços ao Produtor, serão divulgados números apenas para a Zona do Euro pela agência Eurostat.

Como os dados são referentes ao mês de abril, os preços sob a ótica do produtor ainda podem registrar dados ruins, uma vez que a economia estava parada, tanto do lado da oferta, quanto do lado demanda, desestimulando a aquisição de bens necessários para produção e, consequentemente, nos preços.

Brasil: PMI, produção industrial e IPC-FIPE

No Brasil, também serão publicados os dados do PMI, diferentemente do que ocorre nos países desenvolvidos, o Brasil passa pelo aprofundamento da crise, principalmente no que diz respeito ao mês de maio.

Apesar do mercado, esperar recuperação da economia após a reabertura, a expectativa do indicador é de aprofundamento da queda. O indicador composto pode sair de 26,5 pontos e alcançar 12 em maio e, quanto ao setor de serviços, o qual foi fortemente afetado, deve sair de 27,4 e alcançar 12,9 pontos, caso as expectativas dos agentes se concluam.

Ainda pensando na atividade econômica, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicará os dados de produção industrial.

Levando em consideração os impactos das políticas de contenção do alastramento da infecção do coronavírus, gerando forte impacto tanto na demanda quanto na oferta, a produção industrial tende a sofrer fortemente.

O mercado espera que o mês de abril tenha queda de 33,1% no desempenho da indústria brasileira anualmente. Na perspectiva mensal o número esperado pelo mercado também é assombroso, com retração de 29,2%.

As expectativas dos agentes evidenciam a fragilidade e o momento desafiador para a economia do país, levando em consideração a incapacidade do governo amortecer os efeitos da crise.

Por fim, a FIPE (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica) divulgará o índice de preços ao consumidor.

O indicador que é um forte precedente para os demais índices de preços, uma vez que abrange os dados do custo de vida das famílias que vivem com renda entre 1 e 10 salários mínimos na cidade de São Paulo. As informações coletadas são divididas em grupos de despesas que são: habitação, alimentação, transportes, despesas pessoais, saúde, vestuário e educação.

Devido à reabertura da economia da economia no estado, os agentes esperam que o índice saia de -0,3% para 0,3%. Apesar da melhora, o indicador ainda é fraco.

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