A maioria dos mercados fecharam a segunda-feira (22) em queda, com Wall Street, apesar de terem ganhos, as elevações foram leves e o destaque foi para o setor de tecnologia. Na Europa, os agentes ficaram receosos com a possibilidade de segunda onda de covid-19 que pode colocar em xeque a retomada econômica, de modo que deixasse os investidores avessos ao risco.
Quanto aos Estados Unidos, as bolsas subiram de forma sensível. Houve muita oscilação durante o pregão, mas resistiram e fecharam no positivo, ignorando a possibilidade de segunda onda de covid-19 e o fechamento de lojas da Apple em algumas cidades americanas.
A Nasdaq, levando em conta que o setor de tecnologia tem sido um dos portos seguros para muitos investidores, teve alta de 1,11%. O S&P 500 e o Dow Jones também fecharam em alta, mesmo que de forma mais sensível, em 0,63% e 0,59% respectivamente. O VIX registrou queda de 9,54%, atingindo os 31,77%.
Na Europa, todos os mercados derreteram refletindo o temor advindo do aumento dos números de infectados por covid-19.
Além do aumento dos casos na China e nos Estados Unidos, o instituto Robert Koch divulgou aumento de reprodução do coronavírus para 2,03, levando o mercado a ter forte mau-humor.
Assim, Madrid teve retração de 0,92%. Londres teve retração de 0,76%. Milão teve perdas de 0,71%. Paris e Frankfurt também tiveram queda de 0,62% e 0,55% respectivamente.
No Brasil, além do fato de um ambiente com maior risco internacional fazer os players internacionais sair de investimentos mais arriscados. Todavia, um dos fatores que também levaram as ações de empresas brasileiras terem perdas.
O clima político continuou a esquentar com Frederick Wassef a anunciar que deixará a defesa de Flávio Bolsonaro, após Queiroz e um suspeito de ser operador financeiro do esquema de “rachadinhas” estar em seu apartamento.
O Ibovespa fechou com queda de 1,28%, com 95.335 pontos. O dólar teve queda de 0,87%, sendo cotado a R$ 5,27.
O petróleo fechou o dia em alta. Apesar do perigo de segunda onda de coronavírus, a abertura continuou em muitos países podendo gerar aumento na demanda pela commodity. Além disso, os cortes de muitos exportadores também ajudaram no desempenho dos preços.
O petróleo Brent teve elevação de 2,11%, cotado a US$ 43,08. O WTI teve elevação de 2,26%, negociado a US$ 40,73.
EUA: PMI, vendas de novas casas e FED de Richmond
Hoje (23), se inicia a divulgação da prévia do PMI. O indicador para os Estados Unidos tem perspectiva de melhora em relação ao mês anterior, mesmo com os receios em relação a segunda onda de covid-19 que se espalhara durante o mês de junho.
A melhora no indicador se deve, principalmente, por conta da reabertura e flexibilização do distanciamento social. Assim, com maior circulação e os negócios voltando a funcionar, os dados do PMI podem ser positivos, apesar de ainda não estarem nos níveis aceitáveis, isto é, nos cinquenta pontos.
As expectativas do mercado é que o PMI composto saia de 37,5 em maio para 50 pontos, o único que fica dentro do aceitável. Do setor de manufatura, o industrial, pode sair de 39,8 para 42,3 pontos e o de serviços, que se ampliam com a abertura comercial e com os serviços de tecnologia, tem expectativa que alcance 49,7 pontos, saindo de 37,5 em maio, caso as expectativas do mercado se concretizem.
Ainda no que se refere à atividade econômica, o FED de Richmond divulgará seus indicadores para o distrito, de modo a evidenciar como a economia está se recuperando na região.
Para as manufaturas, os agentes esperam que saia de -27 para 41 pontos e para serviços, de -48 pontos em maio para 37 em junho.
A lógica é a mesma para o PMI, com os agentes esperando melhora após a reabertura da economia americana.
Quanto ao mercado imobiliário, após as vendas de casas usadas, hoje o US Department of Commerce publicará os dados referentes às vendas de novas casas, para o mês de maio.
O mercado espera melhora nos dados apresentados pela instituição uma vez que com o sentimento de que o pior da crise já tinha passado durante o mês de maio uma vez que os agentes econômicos com caixa, comecem a adquirir ativos que estejam com custos mais baixos por conta da crise.
Assim, após alta de 0,6% em abril, os agentes esperam que maio tenha elevação de 3,5%, com expectativa de 640 milhões de casas em maio, saindo de 623 milhões.
Europa: PMI da Alemanha e União Europeia
Assim como nos Estados Unidos, também se inicia a temporada de PMI’s publicados pela agência londrina de pesquisas Markit.
Começando pela principal economia da Zona do Euro, a Alemanha terá melhora em seus resultados tanto para o setor de serviços, manufaturas e composto.
O mercado acredita que para manufaturas, os dados saiam de 36,6 em maio para 41,5. Para os setores de serviços, também há expectativa de elevação saindo de 36,6 pontos para 41,5 em junho e para o indicador composto, há expectativa que o indicador chegue aos 44,2 pontos.
Para a Zona do Euro, O PMI industrial pode alcançar 44,5 pontos em junho, após registrar 39,4 em maio. O composto deve atingir 42,4 pontos em junho saindo de 31,9. Por fim, o setor de serviços, o que estava mais fragilizado pela crise no bloco, pode sair de 30,5 para 41 pontos, caso as perspectivas do mercado se concluam no mês de maio.
A lógica para a expectativa de melhora, é a mesma da citada para os Estados Unidos, a reabertura das economias. As expectativas para que o país da América tenha melhor desempenho está relacionado ao aumento surpreendente no emprego.
Brasil: Ata do COPOM
O Conselho de Política Monetária (COPOM) divulgará a sua ata com as perspectivas dos formuladores de política monetária em relação aos rumos da economia brasileira.
Após a decisão da taxa de juros, ainda ficou em aberto novos cortes em relação a taxa de juros e a Ata ajudará os agentes a alinharem as suas expectativas e entenderem as possiblidades de política monetária.
Outro fator importante é que a Ata pode informar a percepção do tempo em que a economia pode começar a se recuperar.
Deixe um comentário