Na quinta-feira (30), os mercados fecharam em queda nas principais bolsas internacionais. Os receios quanto aos resultados do covid-19 na economia mundial e a tendência de fechamento das economias em relação à China, fez com que os agentes ficassem receosos, ocasionando retração nos mercados internacionais.
Nos Estados Unidos, além do anúncio da Casa Branca a buscar afastamento da China, os dados de desemprego evidenciados pelos pedidos iniciais por seguro desemprego surpreenderam o mercado, ao registrar 3,839 milhões de pedidos, acima das expectativas de 3,500 milhões.
Assim, as quedas nos Estados Unidos foram lideradas pelo Dow Jones, com perda de 1,17%, seguido pelo S&P, com perdas de 1,03%. A Nasdaq teve retração mais suave, com desaceleração 0,28%. O VIX, tendo em vista a cautela do mercado, teve elevação 9,16%, atingindo os 34,09 pontos.
O receio referente à uma nova guerra comercial entre Estados Unidos e China e dados econômicos pouco animadores, continuaram a ditar o rumo das bolsas americanas no dia primeiro de maio, com queda ainda mais contundente do que fora observado no dia anterior.
A Nasdaq teve retração de 3,20%, seguido pelo S&P 500, com queda de 2,81%. O Dow Jones também teve fortes perdas, a desaceleração 2,55%. O VIX, subiu 8,90%, a alcançar 37,19 pontos.
No velho continente, além da pressão advinda do mercado americano, o comunicado de política monetário do BCE (Banco Central Europeu) trouxe desânimo aos mercados financeiros.
A presidente da autoridade monetária da Zona do Euro, Christine Lagarde, informou que ainda não era necessário reduzir as taxas de referência, aumentar o fluxo de compra de títulos nos balanços dos bancos do bloco e que não haverá hesitação, caso a entidade considere necessário fazê-lo.
O comunicado ainda publicou que o PIB da Zona do Euro pode ter retração entre 5% e 12% no ano, a depender do tempo e profundidade das paralisações.
Tendo em vista tal cenário, Londres teve retração de 3,50%, liderando as perdas, seguida por Frankfurt, com retração de 2,22%. Paris caiu 2,12%. Milão e Madrid derreteram 2,09% e 1,89% respectivamente.
No Brasil, a quinta-feira (30), também foi marcada por retração seguindo o desânimo advindo dos mercados do norte, tendo em vista as expectativas de retração econômica, mesmo após o pico do covid-19 na Europa e Estados Unidos.
Internamente, após três pregões de alta, a expectativa de que o nível mais elevado do covid-19 seja na primeira metade de maio e que a doença continue a avançar, após o período fizeram com que os agentes ficassem cautelosos em relação à ativos de risco e, com isso, abertura para a oportunidade de realização dos lucros.
Outro fator importante, foi a retração dos bancos mediante ao resultado do Bradesco, a evidenciar forte aumento nos níveis de inadimplência e, por seu turno, como a crise atual pode ser severa.
A queda do Ibovespa foi de 3,20%, alcançando 80.505,89 pontos. Mediante a realização de lucros em ativos de risco, o dólar teve elevação de 2,84% frente ao real, atingindo R$ 5,4875 ao fim do dia.
O petróleo, apesar de ainda não haver ajustes em relação ao equilíbrio no mercado de petróleo, escalou a alta pela segunda vez na quinta-feira (30), com os estoques de petróleo a revelar elevação mais leve.
A referência WTI fechou a sessão com elevação de 25,09%, com o barril cotado à US$ 18,84 e o Brent, teve ganhos de 9,29%, a US$ 26,48.
Na sexta-feira (01), a commodity não teve direção única. Apesar da queda no Brent, a qual foi muito sensível, 0,15% finalizando o pregão a US$ 26,44, o petróleo WTI engatou a terceira alta consecutiva (+4,99%), com o barril valendo US$ 19,78 a unidade. A referência WTI respondeu bem com o anúncio de cortes de petroleiras junto a OPEP.
Hoje (04), a agenda referente aos dados de conjuntura econômica será relativamente vazia, com os dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa ISM e o Census Bureau, divulgará dados inerentes à atividade econômica.
O dado publicado pelo Census Bureau, será o Índice de Encomenda à Indústria. O índice é um importante termômetro referente à atividade econômica americana, tendo em vista que o indicador informa o quanto as fábricas do país está a demandar bens duráveis e não duráveis.
Haja vista que a economia dos Estados Unidos vem perdendo muito com a crise ocasionada pelo covid-19, a ponto de fábricas serem fechadas por conta das medidas de isolamento social e, também, queda na demanda pelos bens industrializados advinda da diminuição da renda dos agentes, o mercado espera forte retração no indicador de 19,8% para o mês de março.
O Instituto ISM apresentará dados para a Cidade de Nova York no que diz respeito às condições empresariais para o mês de abril. O mercado espera diminuição no mês de abril, uma vez que o isolamento social ainda não tinha sido destituído, diminuindo a possibilidade de negócios, além da retração na renda ocasionada pelo aumento do desemprego.
No entanto, para o mês de maio, dado que a economia americana reabrirá, o índice de condições empresariais e o Índice ISM, o qual leva em conta as indústrias e estabelecimentos que ofertam bens manufaturados e não manufaturados, tenham desempenho superior ao registrado nas últimas observações.
Serão divulgados hoje (04), os dados do PMI definitivos para muitos países. De acordo com a prévia do PMI, com resultados aquém do esperado e relatórios apontando para forte deterioração da atividade econômica, impactando o setor industrial e de serviços, o mercado não espera resultados diferentes paro o indicador definitivo.
Para a Alemanha, a esperança é que o índice tenha retração de 24,23%, saindo de 45,4 em março e alcançando 34,4 pontos em abril. A mesma perspectiva negativa é atribuída para a Zona do Euro, a qual recebe o resultado de economias mais frágeis em sua composição como Itália, Grécia e Espanha. O mercado espera que o indicado saia de 49,5 e alcance 33,6 pontos no mês de abril, uma retração de 32,12%.
Ainda para Zona do Euro, será divulgado o índice de Confiança do Investidor.
O índice mostra o que os investidores esperam para atividade econômica para o mês. Tendo em vista que é esperado retorno da atividade econômica na Europa durante o mês de maio, o indicador tem perspectiva de melhora, saindo de -42,9 em abril e alcançando -33,5 em maio.
Apesar da melhora, o índice ainda estará em níveis muito ruins, caso as expectativas se concluam. Tal nível, evidencia o estrago causado pelo convid-19 na economia europeia.
No Brasil, como ocorre todas as segundas, será divulgado o Relatório Focus do Banco Central, a evidenciar as expectativas dos agentes mediante aos principais dados de conjuntura econômica.
Conforme o avanço do covid-19, os agentes apostam em um cenário cada vez mais recessivo para o ano de 2020, a depender do impacto da crise atual, para 2021. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, publicará o relatório referente à balança comercial do mês de abril.
Após resultado além das expectativas no mês de março a registrar R$ 4,71 bilhões, contra a projeção de R$ 4 bilhões, o mercado espera que em abril haja retração, com nova projeção de R$ 4 bilhões.
As expectativas negativas em relação ao indicador estão pautadas na queda da renda do restante do mundo e principalmente da China, mesmo com a reabertura do país asiático.
Tal qual na Europa, o PMI calculado pela agência de pesquisa britânica, IHS Markit, publicará o PMI para o Brasil. Assim como no restante do mundo, o indicador deve seguir a prévia, com retração em abril. No dia, o mercado também ficará atento ao resultado das empresas listadas na bolsa de valores.
O Primeira Análise é publicado todos os dias úteis da semana, com as principais notícias do mercado. Clique aqui e confira o anterior!