Os dados de conjuntura econômica na Europa e nos Estados Unidos animaram os mercados financeiros no mundo desenvolvido. Dentre as principais bolsas internacionais, apenas uma delas fechou em queda. Contudo, no Brasil, o mercado engatou mais uma queda.
Nos Estados Unidos, os indicadores macroeconômicos evidenciaram melhora, animando os agentes a evidenciar melhora da economia, caso a segunda onda de covid-19 em algumas regiões sejam contidas.
Além disso, a expectativa em relação às vacinas no combate do covid-19, o anúncio de uma possibilidade de negociação entre Washington e Pequim e os avanços em torno do pacote de ajuda para economia americana levaram bom humor a Nova York.
O Dow Jones, teve alta de 0,62%. O S&P 500, teve ganhos de 0,36% e Nasdaq, subiu 0,35%.
Na Europa, as bolsas fecharam majoritariamente em alta, com melhora nos preços ao produtor e os bons dados de atividade econômica da americana.
A Frankfurt, foi a única praça que registrou perdas, devido à retração em setores de tecnologia, produtos farmacêuticos e cuidados de saúde e serviços públicos.
Milão, teve alta de 1,21%. Madrid, ganhou 0,67%. Paris e Londres, próxima da estabilidade, subiram 0,28% e 0,05% respectivamente. Frankfurt, perdeu 0,36%.
No Brasil, o mercado descolou novamente do exterior, mediante o resultado abaixo do esperado de Itaú, a maior instituição financeira do país.
No call do RI (Relação com Investidores) do banco informou que a retração econômica gerou aumento no número de inadimplência, afetando o resultado e a qualidade de crédito da instituição.
Além disso, o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) realizou a venda em bloco de ações da Vale, empresa com forte participação no índice, fazendo o mercado cair fortemente.
Assim, o Ibovespa fechou em queda de 1,57%, a 101.215,87 pontos. O dólar, fechou com queda de 0,53%, cotado a R$ 5,29.
O petróleo fechou em alta, mediante as perspectivas de nova redução nos estoques do petróleo nos Estados Unidos e com os dados macroeconômicos positivos.
O petróleo Brent, teve alta de 0,63%, a US$ 44,43 e o WTI, subiu 1,68% fechando a sessão em US$ 41,70.
Estados Unidos: PMI, balança comercial, evolução do emprego privado e petróleo
Hoje, a IHS Markiti publica o restante dos dados referentes ao PMI, com os dados compostos e de serviços.
Apesar dos bons resultados evidenciados pela indústria na segunda feira (03), os agentes estão cautelosos em relação ao setor de serviços, impactando no indicador que condensa os dois setores.
Assim, espera-se que o PMI de serviços continue em 46,6 pontos e o composto, em 50 pontos.
A americana ISM Inc. também divulgará outra categoria de PMI, para o setor não-manufatureiro.
A expectativa, do mercado para o indicador é levemente pior que registrado em junho, com expectativa de 55 pontos, ante 57,1 em julho.
A balança comercial americana, divulgada pelo Bureau of Economic Analysis.
Devido à queda na renda americana, o que impacta as importações do país, faz com que o agregado macroeconômico se eleve.
A expectativa do mercado, é que o indicador saia de um déficit de 54,60 US$ bilhões para retração de US$ 50,10 bilhões.
Quanto ao mercado de trabalho, a empresa ADP Systems, que contabiliza a folha de pagamento da maioria das empresas privadas dos Estados Unidos, divulgará a variação no emprego do país.
Dado a estabilização da demanda pelo seguro-desemprego em níveis elevados e o avanço da pandemia, os agentes esperam que o indicador tenha piora de junho para julho.
A expectativa é de queda de aproximadamente 37% no emprego, saindo de 2.369 milhões de novos empregos para 1.500 milhões de novas vagas.
Quanto ao petróleo, a Energy Information Administration divulgará a produção de petróleo bruto durante a semana passada em solo americano.
Mediante aos temores de recuperação da demanda, há esperança de novo corte, 3,001 milhões de barris.
Europa: PMI e vendas no varejo
Na Europa, assim como no restante dos países, serão divulgados dados faltantes do PMI.
A despeito dos bons resultados do PMI industrial, seguindo a mesma lógica dos Estados Unidos, a expectativa do mercado é de que os indicadores para o setor de serviços da Alemanha da Zona do Euro não tenham variação.
Para a economia alemã o PMI de serviços deve continuar 56,7 pontos e o composto deve atingir 55,5.
Na Zona do Euro, PMI composto tem perspectiva de 54,8 pontos e o indicador de serviços tem perspectiva de 55,1.
Também para a Zona do Euro, a Eurostat publicará os dados referentes ao varejo.
As vendas no varejo, é um indicador importante, pois evidencia a força do consumo para o bloco econômico.
Os temores advindos do novo aumento de infectados em alguns países europeus como Espanha e França, fazem os agentes ficarem cautelosos em relação ao setor varejista.
Assim, a expectativa do mercado para junho é de 5,9% ante 17,8% em maio ao mês e, ao ano, há melhora, mas ainda no negativo, saindo de -5,1% para -0,5%.
Brasil: PMI e Copom
Tal qual nos países desenvolvidos, hoje (05), serão divulgados os dados do PMI para o setor de serviços e o composto.
Haja vista a melhora do PMI industrial, ao menos o indicador composto, pode ter leve alta. Já o PMI de serviços, caso siga a mesma expectativa dos indicadores dos demais países, pode ficar estável.
As últimas observações para o PMI de serviços e composto foram de 39,9 pontos e 40,5, respectivamente.
Ao final do dia, a reunião do Copom, iniciada ontem (04), termina com a decisão da taxa de juros.
Apesar da melhora do nível de atividade da economia brasileira e a retração econômica aquém do esperado, o comitê de política monetária deve atender o que é consenso no mercado.
A perspectiva é de mais um corte na taxa Selic, saindo de 2,25% para 2,00%.
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