Ontem (05), as principais bolsas internacionais fecharam o dia em alta mediante as expectativas de reabertura econômica nos países da Europa Ocidental e nos Estados Unidos. Outro fator que ajudou as bolsas internacionais foram foi o avanço do petróleo, também por conta das expectativas em relação à abertura da economia.
Nos Estados Unidos, as bolsas fecharam em alta, uma vez que a abertura econômica de muitos estados já começaram acontecer e outros já possuem planejamento para reabrir ao longo do mês.
Além disso, os relatórios de grandes players, como o Morgan Stanley mostrando que as economias asiáticas já podem começar a dar sinais de melhora durante o segundo trimestre e as economias do ocidente no terceiro, também contribuíram para o bom humor das bolsas americanas.
Contudo, o mercado perdeu força com as falas do Bullard, membro do FOMC, dizendo que novos estímulos na economia podem ser necessários.
Assim, os ganhos em Nova York foram liderados pela Nasdaq, alta 1,13%. O S&P 500 e o Dow Jones também tiveram os ganhos em 0,90% e 0,56% respectivamente.
O VIX, com a percepção de risco em relação diminuída e com o mercado de olho na recuperação econômica, teve queda de 6,28%. Chegando aos 33,71 pontos.
O velho continente rompeu a sequência de pregões negativos, com expectativas positivas relacionadas à abertura da economia nesse mês. Além do sentimento de que o covid-19 ficou para trás nos países desenvolvidos.
O mercado, ontem (06), ignorou o fato da Alemanha pedir esclarecimentos ao BCE, pois o programa de compra de ativos com o intuito de arrefecer os impactos do covid-19 na economia do bloco viola as leis alemãs, de modo que o pacote seja impactado.
Outro fator que contribuiu para o bom desempenho das bolsas europeias foi o avanço nos preços do petróleo.
Frankfurt teve o melhor desempenho entre as bolsas, com aumento de 2,51%. Paris teve elevação de 2,40% e Milão, com a abertura do país, engatou elevação de 2,06%. Londres e Madrid se elevaram em 1,66% e 1,11%.
No Brasil, as bolsas seguiram o ânimo dos mercados internacionais e do avanço do petróleo. No entanto, o lado político contribuiu para que os ganhos não fossem mais expressivos.
O mercado ficou tenso mediante a divulgação do documento com as declarações de Sérgio Moro contra Jair Bolsonaro.
Todavia, as declarações do ex-ministro não mostraram afirmações muito contundentes para que um possível impeachment de Jair Bolsonaro, com a polícia federal alegando que não há “bala de prata” na exposição do ex-ministro.
Assim, o Ibovespa fechou a sessão em 79.470,78, com elevação de 0,75%.
O finalizou o dia com elevação de 0,61%, cotado a R$ 5,5797.
Quanto ao petróleo, a commodity teve nova alta nos preços por conta das expectativas positivas em relação a reabertura de economias no hemisfério norte, tendo em vista que aquecimento da economia gera aumento na demanda por petróleo.
Assim, a petróleo WTI teve elevação de 20,45%, com a commodity fechando a sessão cotado a US$ 24,54 e o Barril do Brent fechou com elevação de 13,86%, cotado a US$ 30,97.
Hoje (06), os principais dados de conjuntura econômica dos Estados Unidos são referentes ao mercado de trabalho e aos estoques de petróleo.
Quanto ao mercado de trabalho, será divulgado o índice contabilizado pela empresa ADP, a calcular a variação de contratações para o setor privado durante o mês de abril, dado que é a empresa que faz a folha de contratação da maioria das empresas privadas em solo americano.
Tendo em vista a reabertura da economia americana e o anúncio positivo de formuladores de políticas ao longo do mês passado a informar que após o isolamento, a economia voltará a crescer, apesar da expectativa dos agentes ainda ser negativa em relação ao indicador, ela é mais amena do que a registrada em março.
As expectativas para o mês de abril é de que ocorra diminuição 20.050 milhões de vagas do setor privado, contra retração de 27 milhões de vagas. Apesar da diminuição, o dado ainda é ruim e pode surpreender, tal qual os pedidos por seguro-desemprego da semana passada.
Quanto ao mercado de petróleo, será publicado o relatório da EIA (Energy Information Administration) os estoques de petróleo bruto.
Com os cortes voluntários de empresas americanas quanto ao corte de petróleo e o esforço dos membros da OPEP para tentar reajustar o mercado da commodity pelo lado da oferta, a expectativa dos agentes é de que ocorra queda no estoque de petróleo.
As expectativas do mercado são de que os estoques alcancem 7,759 milhões, contra 8,991 milhões de barris, sendo uma retração de 13,70%.
Também serão divulgados os estoques de petróleo em Cushing, Oklahoma, sendo a referência para a cotação do WTI. Tais estoques, devem seguir o mesmo comportamento do petróleo bruto.
Começando pela principal economia da Zona do Euro, serão divulgados o PMI composto e de serviços pela HSI Markit, referentes a abril e referente ao mês de março.
Os três indicadores segundo os agentes terão retração. Apesar da Alemanha ser um dos países que suportou relativamente bem os efeitos do covid-19, sendo um dos países com o menor número de mortes, o isolamento social contribui para queda na demanda por bens e serviços. Por mais que a cultura do alemão que é voltada para poupança o que em momentos de crise permite maior renda disponível, os agentes ficam receosos em comprometer a renda mediante a um cenário adverso. Assim, o mercado espera retração no PMI de serviços e no composto, o qual envolve o industrial.
A esperança do mercado é de que PMI composto alcance 17,1 pontos em abril, contra o nível de 35 de março. O setor de serviço se mostra bem reprimido. Em março o indicador já evidenciava 31,7 e a expectativa é de 15,9 pontos.
Pela agência Destats, será publicado o relatório de encomendas à indústria.
O dado informa a quantidade de pedidos feitos pela indústria do país para o mês de março.
Como a produção industrial vem caindo em decorrência do avanço dos efeitos do covid-19 na economia. Como à queda na demanda por bens e serviços, as empresas não possuem estímulo para aquisição de insumos e matérias primas para produzirem.
Assim, mercado espera que março tenha retração de 10% nas encomendas, contra a queda de 1,4% em fevereiro.
Quanto aos dados da Zona do Euro, os também serão divulgados os PMI’s.
Por motivos análogos ao da Alemanha, em outras palavras, os efeitos do covid-19 na economia europeia. Como o mês de março foi mais difícil para outros países do bloco o indicador recebe tais efeitos.
Os agentes esperam que o PMI composto de abril alcance os 13,5, contra os 29,7 pontos no índice e o PMI do setor de serviços, a expectativa é de que o índice sai de 26,4 pontos para 11,7 pontos em abril
Pensando pelo lado do consumo, a Eurostat divulgará o relatório do vendas no varejo para o bloco econômico do mês de março.
Haja vista que no mês de março, muitos países da Europa ainda passavam por forte restrição social para evitara o alastramento do covid-19, a expectativa é de que forte queda para o varejo, a evidenciar a retração no consumo.
Para a análise anual, o mercado espera retração de 8%, contra o avanço de 3% em fevereiro. No mês, o indicador deve desaceleração 10,5% contra o avanço de 0,9% no mês anterior.
No Brasil, o Banco Central divulgará a sua decisão quanto a taxa básica de juros da economia, a taxa Selic e também as suas perspectivas em relação à economia.
Tendo em vista o cenário econômico deteriorado evidenciado por indicadores econômicos antecedentes com o PMI, desemprego, varejo, produção industrial e os indicadores de expectativa dos agentes, a autoridade monetária, segundo as perspectivas do mercado, vai realizar novo corte nas taxas de juros.
O Bacen, ao definir a taxa de juros da economia olha, principalmente para o hiato do produto de inflação, isto é, a diferença entre o PIB observado e o potencial e a taxa de inflação observada e a meta. Quanto maior é essa distância, mais espaço há para cortes nas taxas de juros.
Assim, o mercado espera corte 0,5 pontos base na taxa Selic, saindo de 3,75% e alcançando 3,25%, com o objetivo de gerar mais liquidez ao mercado financeiro, contribuindo para liberação do crédito necessária para o momento de retração ocasionado pela crise.