Ontem (12), os principais mercados internacionais tiveram desempenhos em direção contrária, tanto no velho mundo, quanto nas duas maiores economias da América do Sul (Brasil) e do Norte (Estados Unidos).
Os temores em torno das desavenças entre as duas maiores economias do planeta, deixaram os agentes avessos ao risco dos mercados na América. Os americanos enfatizam a falta de iniciativa do governo de Pequim, quanto ao aviso da doença em solo chinês.
Assim, o S&P 500 e a Nasdaq tiveram retração de 2,06%. O Dow Jones perdeu 1,89%. O VIX, mediante ao aumento do risco percebido, teve elevação de 17,81%, fechando o dia em 32,48 pontos.
Na Europa, apesar da queda nos registros de novos casos de coronavírus, os agentes ficaram receosos com as notícias de que, após a reabertura, a Coréia do Sul computou novos casos de infecção do vírus.
As maiores altas foram de Madrid e Milão com ganhos de 1,36% e 1,02% respectivamente. Londres engatou a quinta alta seguida, com ganhos de 0,93%. As bolsas dos dois países mais influentes da União Europeia registraram queda, com Paris perdendo 0,93% e Frankfurt fechando quase no zero-a-zero, em 0,05%.
Em terras tupiniquins, além das pressões adversas vindas dos mercados exteriores, o cenário político trouxe novo abalo para o mercado. Com o vídeo entregue ao STF pelo advogado do ex-ministro Sérgio Moro com a reunião do dia 22 de abril, podendo afirmar a versão de Moro contra Jair Bolsonaro, onde o presidente da república realmente estaria buscando proteger seus filhos com a troca de chefe da polícia federal.
Todavia, ainda não direção única sobre a questão e o desenrolar desse conflito ainda trará muita volatilidade ao mercado.
Assim, o Ibovespa teve retração de 1,51%, alcançando 77.871,95 pontos. O dólar, mediante o aumento da percepção de risco dos agentes em relação ao Brasil teve alta de 1,15%, fechando o dia cotado a R$ 5,8863.
O petróleo, após os dados da Agência de Petróleo Americana indicarem retração na produção da commodity fez os preços do barril ter alta no dia (12). O petróleo Brent teve aumento de 1,18%, fechando a sessão cotado a US$ 29,98. O WTI teve elevação de 6,79%, cotado a US$ 25,78.
Hoje (13), serão divulgados os dados referentes à inflação sob a percepção do produtor americano pelo Bureau of Economic Analysis, por intermédio do IPP e do núcleo do IPP para o mês de abril.
O núcleo do IPP exclui energia e alimentos, fazendo com que o índice retire os efeitos dos preços de dois bens importantes, levando em conta o preço de outros. Assim, é uma medida que ajuda entender a variação do preço de bens que não são tão essenciais quanto os retirados.
Haja vista que a economia americana ainda ne se recuperou, o que pode ser evidenciado pela queda na renda dos agentes por conta do aumento no desemprego que chegou a um pico histórico, ao nível de 14,7%. Com a queda no consumo, os produtores possuem menor estímulo para que os produtores produzam. Assim, a procura pelos bens fornecidos paras os produtores também cai e, por seu turno, faz os preços desacelerarem.
Assim, as expectativas dos agentes é de que o índice saia de 1,4% em março para 0,9% em abril, na perspectiva anual. Para o mês, a expectativa do índice é de neutralidade em 0,0%, enquanto março registrava aceleração de 0,2%.
Para o IPP considerando energia e alimentos, pode registrar queda mais profunda, com expectativa de deflação na ordem de -0,2% para análise anual e no mês, a expectativa é de retração de 0,5% em abril, contra a diminuição de 0,2% em março.
A EIA (Energy Information Administration) divulgará os dados de estoques de petróleo. Haja vista os cortes voluntários do por parte dos Estados Unidos, membros da OPEP+ e a demanda ainda reprimida pelo bem, o que diminui a produção, contribui para retração nos estoques da commodity.
Assim, os agentes esperem que os estoques de petróleo bruto saiam de 4,590 milhões para 4,147 milhões de barris.
Os barris do petróleo referência para o WTI, os estoques me Cushing, Oklahoma também devem continuar a cair.
No Reino Unido, serão divulgados os dados do PIB pelo Office for National Statistics, a evidenciar os efeitos da crise ocasionada pelas medidas para conter o covid-19 na economia britânica de forma mais concreta.
Tendo em vista as medidas de distanciamento social levando à queda na renda dos agentes por conta do fechamento de alguns negócios e diminuição da demanda por alguns serviços, mesmo com a ajuda dos benefícios governamentais, o consumo e a oferta de bens e serviços teve diminuição. Além disso, a retração da economia global pode impactar negativamente no desempenho da economia britânica.
Assim, anualmente, a expectativa dos agentes é de que o PIB do Reino Unido tenha retração de 2,1%, contra o avanço de 1,1% computado na última observação. No trimestre, a esperança dos agentes é ainda pior, levando em conta que entre os três primeiros meses do ano, fevereiro e março, registraram forte avanço do covid-19 no hemisfério norte.
Para a Zona do Euro, a Eurostat publicará o relatório de produção industrial de março.
A demanda por bens industrializados caiu muito, tanto por parte das famílias, quanto por parte das firmas. A queda no consumo, mediante a queda na renda e ao temor de comprometê-la com bens industriais com um futuro incerto. Desse modo, com queda da procura pelos bens, as firmas diminuem a produção.
Com isso, a expectativa dos agentes é de aprofundamento da produção industrial me março, com desaceleração de 12,1% em março, segundo as expectativas do mercado. Na análise anual, os agentes esperam diminuição de 12,4% na produção industrial.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará os dados de referentes às vendas do varejo em março.
Tendo em vista que as vendas do setor varejista estão estritamente ligadas ao consumo e como essa variável sofreu fortemente com os efeitos advindos das medidas de contenção ao novo coronavírus, com o fechamento de muitos postos de trabalho de pequenas empresas, as quais mais empregam, o mercado espera queda nas vendas do setor.
As expectativas dos agentes são de retração de 0,3% na análise mensal, contra avanço de 1,2% em fevereiro. Na perspectiva anual, o índice deve sair de 4,7% para queda de 2,1%.