Ontem (28), os mercados nas Américas fecharam em queda, realizando os ganhos do começo da semana. No entanto, a Europa continuou no positivo com boas notícias advindas dos formuladores de política do continente.
Começando pelas bolsas americana, o que mais pesou para os investidores foi o aumento da tensão entre Pequim e Washington. O avanço da China em impor medidas de extradição em Hong Kong, podem selar o fim da paz comercial entre as duas potências.
Ao longo do dia, a oposição e situação americanas fizeram críticas ao governo chinês, com afirmações contundentes dizendo que o governo de Xi Jimping estaria passando dos limites com Hong Kong, tirando direitos e liberdades da cidade.
Além disso, o cenário político interno também levou pressão para os Estados Unidos. A vigilância das redes sociais por parte das próprias empresas que fornecem o serviço, não foi bem absorvido por Donald Tramp. O presidente considera que as redes sociais estão a limitar a liberdade de expressão, sendo parciais ao excluir mensagens, postagens e deletar perfis.
Em meio ao cenário desafiador no campo político, tanto internamente, quanto no exterior, as bolsas em Nova York fecharam todas no vermelho. O Dow Jones teve queda de 0,58%. A Nasdaq perdeu 0,46% e o S&P 500 teve redução de 0,23%. O VIX teve elevação por conta dos receios dos agentes. O indicador subiu 3,73%, alcançando 28,65 pontos.
Na Europa, os agentes continuam esperançosos com a reabertura e, além disso, os ganhos da União Europeia (UE) propôs um fundo de resgate em um valor de € 750 bilhões, compostos por doações e empréstimos advindos do BCE, para ajudar países afetados pelo covid-19.
Milão avançou 2,46%. Paris ganhou 1,76%. Frankfurt teve ganhos de 1,06% e Londres subiu 1,21%. Madrid teve ganhos mais modestos, se elevando em 0,69%.
No Brasil, os problemas políticos em torno do inquérito das Fake News continuaram a afetar o mercado, ajudando na realização. O presidente da república, Jair Messias Bolsonaro e seus apoiadores criticaram fortemente o STF (Supremo Tribunal Federal), de modo que aumentasse o risco político aumentando indecisão dos agentes.
Assim, o Ibovespa teve baixa de 1,13%, cotado a 86.949 pontos. O dólar subiu 1,95%, fechando o pregão a R$ 5,38.
No mercado de petróleo, houve alta. A abertura da economia contribuirá com aumento da demanda da gasolina e, por seu turno, do petróleo. Além disso, a Rússia anunciou que continuará a se comprometer com os cortes de oferta. O petróleo Brent teve alta de 1,63%, fechando a sessão cotado a US$ 36,03 e o WTI subiu 2,74%, cotado a US$ 33,7.
Hoje (29), a agenda dos Estados Unidos estará cheia com dados de preços, gastos, varejo, confiança e expectativas. O Bureau of Economic Analysis, divulgará o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE).
O indicador é importante, pois é capaz de mostrar quanto o consumo das famílias americanas está evoluindo ao longo do período observado. Como o indicador que será publicado se refere ao mês de abril, possivelmente, ele terá queda.
Assim, a expectativa do mercado é de que, na perspectiva anual, o índice tenha aceleração reduzida em relação ao período imediatamente anterior, saindo de 1,7% para 1,1%. Mensalmente, o mercado espera retração de 0,3%. A agência também divulgará dados inerentes aos gastos pessoais e à renda das famílias referentes ao mês de abril.
Quanto a tais indicadores, o mercado espera forte queda, sendo que o mês de referência da publicação evidencia um dos momentos mais delicados do avanço do covid-19 nos EUA, marcados pela intensificação das medidas de restrição social e de aumento do desemprego por conta do fechamento de muitos negócios em meio ao avanço do vírus.
Em Michigan, serão divulgados dados importantes para a região pela University of Michigan para o mês de maio.
Os indicadores, estão fortemente lidados com as expectativas de preço e consumo, sendo eles o Índice de Confiança, Percepção do Consumidor, Condições atuais e Expectativa de Inflação.
O mercado, ao considerar suas perspectivas para os indicadores, parecem estar relativamente cautelosos com a reabertura para a região. Aguardando como a economia de Michigan vai reagir, uma vez que o estado foi um dos que tomaram uma das medidas mais fortes contra a economia.
Assim, para o índice de confiança do consumidor deve permanecer em 67,7 pontos e o de percepção pode variar pouco saindo de 73,7 para 74. O indicador de condições atuais também tendem a ficar inalterado em relação a abril com 83 pontos. Por fim, o índice de expectativa de inflação permanece em 3,00%.
Em Chicago, os agentes estão com perspectivas positivas para retomada da economia, com o PMI divulgado pela ISM-Chicago, Inc.
Apesar das expectativas ainda não serem para um número ideal, dado que o indicador deve alcançar 40 pontos em maio, segundo o mercado, já é evidenciado um norte de retomada.
Na Europa, a Eurostat publicará um dos principais indicadores de inflação para o mês de maio. Apesar da reabertura já estar acontecendo no bloco, em parte do mês, a economia ainda estava parada, fazendo com que não houvesse aumento relevante da demanda. Assim, gerando aumento no nível de preços, evidenciando uma certa rigidez no curto prazo.
O IPC anual de maio, deve sair de 0,3% para 0,1%, no mês, a perspectiva é análoga. Como não deve ter mudanças muito expressivas na perspectiva anual, permanecendo em 0,3% segundo a expectativa dos agentes. No mês, o índice deve sair de 0,7% para 0,0%.
Para a Alemanha, a agência Destats divulgará dados importantes para abril, no que referentes a preços e vendas.
No que diz respeito a preços, será divulgado Indicador de Preços de Bens Importados.
Levando em conta a queda na renda da Alemanha e considerando, que as importações dependem da renda. Pois quanto mais renda, mais o país tem capacidade de adquirir bens de outros países, o indicador deve registrar perdas. Assim, em abril, deve sair de uma retração de 3,5% ao mês para queda de 1,4%. Ao ano, o indicador deve sair de -5,5% e aprofundar a queda fortemente, em -7,2%.
O índice de Vendas do Varejo, o qual também está atrelado à renda, por estar fortemente ligado ao consumo das famílias, deve ter queda considerável em abril, segundo a perspectiva do mercado.
Ao ano, o indicador deve sair de -2,8% em março e alcançar retração de 14,3%. No mês, o índice deve sair de -5,6% em março e chegar a -15%, caso as expectativas.
No Brasil, serão divulgados dados importantes, como o PIB, indicadores referentes às contas do governo e a inflação sob a perspectiva do produtor. Começando pelos indicadores que serão publicados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), O PIB (Produto Interno Bruto) tem perspectiva de queda no primeiro trimestre do ano.
Todavia, a retração já esperada, tendo em vista todos os indicadores antecedentes já mostravam que o PIB do país iria cair, dado o baixo nível de atividade. Assim, o mercado espera queda 0,4% ao trimestre e de 1,5% ao trimestre.
O instituto também divulgará os dados de inflação sob a ótica do produtor, o IPP, para o mês de abril.
Como a economia está desaquecida, por conta da queda na renda, os empresários não possuem estímulo para demandar os produtos de seus fornecedores.
Dado o cenário, a expectativa do IPP mensal é que ele alcance 1,08%, contra 1,32%, registrado no período imediatamente anterior. Anualmente, o indicador deve sair de 6,45% em março e registrar 5,85% em abril.
Por fim, o Tesouro Nacional divulgará os dados das contas nacionais. Tendo em vista o aumento dos gastos governamentais, para tentar diminuir os impactos do covid-19 sobre a economia brasileira.
A Relação Dívida/PIB deve sair de 51,7% em março e ir para 52,4%, segundo as expectativas do mercado. O Balanço orçamentário e o Superávit Orçamentário, tendem a aprofundar o déficit, com retração de R$ -120,100 Bilhões e R$ -118,600 Bilhões respectivamente.