A quinta-feira (30) fechou com a maioria dos mercados em baixa. Os resultados decepcionantes da conjuntura econômica nos Estados Unidos e na Europa, levaram desânimos aos investidores.
Nos Estados Unidos, apesar dos bons resultados de muitas empresas, a queda recorde no PIB da maior economia do mundo evidenciou um número ainda muito ruim, baixa de 32,9% no trimestre.
Os pedidos iniciais por seguro desemprego, ficaram em linha com o esperado, mas com números acima do registrado na semana anterior.
O Dow Jones e o S&P 500, tiveram retração de 0,85% e 0,34% respectivamente. A Nasdaq teve alta de 0,43%, com os bons resultados das empresas de tecnologia.
Na Europa, as quedas foram consideráveis. Em Frankfurt, foi de 3,45%, seguido por Milão, que também caiu 3,28%. Madrid, teve retração de 2,91%. Londres e Paris, também perderam, com perdas de 2,31% e 2,13%, respectivamente.
No Brasil, o mercado seguiu as bolsas do hemisfério norte, mas com queda contida mediante os resultados positivos de empresas divulgados ontem (30).
Além disso, a desoneração da folha de pagamentos está sendo estudada pelo Ministério da Economia, o qual pode chegar até 25%, podendo arrecadar R$ 120 bilhões. O Ibovespa teve queda de 0,56% a 105.008 pontos. O dólar comercial teve queda de 0,26% a R$ 5,15.
O petróleo acompanhou as bolsas, com a queda no PIB da economia americana e da Alemanha, a commodity registrou queda, tendo em vista as preocupações de retomada da demanda.
O Brent teve queda de 1,90%, cotado a US$ 43,25 e WTI perdeu 3,27%, com retração de US$ 39,92.
Estados Unidos: preços, PMI-Chicago, consumo, petróleo e confiança do consumidor
O Bureau of Economic Analysis divulgará o PCE (Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal) e o seu núcleo para o mês de junho. Os agentes esperam que o os preços ainda não se elevem.
O núcleo do indicador tem tendência de estabilidade para o mês de junho continuando em 1,0% ao ano e que saia de 0,1% para 0,2% ao mês. Já o PCE, levando em conta todos os bens, tende a ficar inalterado ao ano, em 0,5% e saia de 0,1% para 0,0% ao mês.
A agência também divulgará os dados dos gastos pessoais dos americanos. A expectativa do mercado é de que o indicador avance 5,5% no mês de junho, contra 8,2% em maio.
O Bureau of Labor Statistics divulgará o índice do emprego para o segundo semestre de 2020. Após alcançar aceleração de 0,8%, os agentes esperam que para o período de referência, tenha elevação de 0,6%.
Como a lei trabalhista é flexível, as mudanças nos custos estão mais relacionadas aos preços, isto é, o salário.
Apesar dos dados ruins acima, o índice de pedidos dos gestores de compras (PMI) divulgado pelo instituto ISM-Chicago tem perspectivas de melhora. O mercado espera que o indicador saia de 36,9 em junho para 43,9 pontos de julho para Chicago.
Apesar da melhora, o indicador ainda não estará em níveis positivos que é preciso estar, no mínimo, em 50 pontos para que ainda seja considerado neutro.
Ainda, regionalmente, a Universidade de Michigan publicará indicadores referentes às expectativas e perspectivas dos consumidores. A confiança do consumidor tende a se deteriorar, haja vista ao retorno da pandemia nos Estados Unidos, impactando a atividade econômica, saindo de 72,3 pontos para 66,2. Assim, os agentes esperam que o próximo mês seja pior que o atual.
Quanto a percepção dos agentes, o indicador tende a ficar quase inalterado, saindo de 73,2 pontos para 73.
Por fim, como ocorre toda sexta-feira, a empresa Baker Hughes divulgará o número de sondas de extração de petróleo. A expectativa é que o número diminua, considerando a queda nos estoques de barris divulgados durante a semana.
Europa: vendas no varejo, PIB e inflação
Após os temores em relação à segunda onda de covid-19 nos Estados Unidos e até mesmo na Europa em países como Espanha e França, além do PIB da Alemanha de ontem (30), com dados ruins, pode fazer com que as vendas estejam piores que o esperado.
A expectativa é de que as vendas no varejo saiam de 13,9% em maio para -3,3% em junho e que saia de 3,8% para 3% ao mês.
Para a Zona do Euro a agência Eurostatis divulgará os dados do índice de preços ao consumidor (IPC) e o PIB. A inflação para o mês de julho (IPC), tem expectativa leve queda, saindo de 0,3% para 0,2%. Quanto ao PIB se espera forte queda, saindo de -3,1% para -13,9% ao ano e de -3,6% para -11,2% ao trimestre. Os dados evidenciam os impactos da crise na economia europeia.
Brasil: Contas Públicas e índice de preços ao produtor
Serão divulgados os dados referentes às contas públicas do país. A Relação Dívida/PIB pode ter saído de 55% para 57%, segundo as expectativas do mercado.
O efeito da crise do covid-19, principalmente para a faixa mais desfavorecida da população, fez com que o governo ampliasse seus gastos. Assim, precisando emitir mais dívida para o pagamento de benefícios sociais. Além disso, a queda na renda e no nível de atividade, também fazem com que o indicador caia.
Em virtude do aumento da dívida e a necessidade de financiamento, por conta do aumento dos gastos e queda na arrecadação, o mercado espera que o agregado alcance o montante negativo de R$ 64,079 bilhões. Seguindo a mesma lógica, o superávit primário, tende a alcançar R$ -163,500 bilhões.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará o IPP (índice de preços ao produtor).
Para junho, o mercado espera que a inflação ao produtor fique próximo da estabilidade ao ano, saindo de 4,6% e indo para 4,58%. Ao mês, o indicador pode ter queda, saindo de 1,22% e alcançando 0,57%.
Apesar das expectativas baixas, que se devem à queda na demanda dos produtores, a reabertura pode gerar efeitos positivos para o indicador, além do aumento de bens intermediários evidenciados pelo IGP-M do mês de junho.
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