Petróleo, varejo e dívida do Reino Unido

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Ontem (21), as principais bolsas internacionais fecharam suas sessões com sinal misto. Enquanto o hemisfério norte fechou em queda, devido aos dados ruins advindos do mercado de trabalho norte-americano e a escalada do enfrentamento entre americanos e chineses. Assim, os mercados do norte do planeta perderam os ganhos apresentados no começo dos pregões.

Nos Estados Unidos, os dados referentes aos pedidos iniciais por seguro desemprego, alcançou números acima do esperado, com 2,438 milhões de pedidos pelo benefício. Mesmo que o número seja menor que observado na semana anterior, dados frustrantes sinalizam recuperação vagarosa para os agentes, de modo que os deixem avessos aos riscos, vendendo bolsa.

Além disso, os anúncios dos membros do FED, mesmo informando que a entidade monetária fará o que for necessário para ajudar a economia americana, os formuladores políticos também mostram expectativas de sensibilidade e, possíveis dificuldades para a retomada econômica.

Até houve uma sinalização de um possível arrefecimento das tenções entre Pequim e Washington, com o etanol americano entrando em portos chineses. Todavia, as pressões no campo da política endossado tanto por democratas, quanto por republicados, com a ideia de sancionar autoridades da China, mediante as pressões do país à Hong Kong, fizeram os ânimos esquentarem.

Assim, a Nasdaq liderou as aquedas com perdas de 0,97%. O S&P 500 e o Dow Jones tiveram perdas de 0,78% e 0,41% respectivamente. Mediante o cenário um pouco mais temeroso, o VIX subiu em 5,50%, a alcançar 29,53 pontos.

No velho continente, apesar dos dados do PMI da Zona do Euro registrarem dados melhores que o esperado, evidenciando uma possível retomada da economia europeia, a economia os dados do mercado de trabalho americano e o cenário de tensão internacional entre a China e os Estados Unidos azedaram o humor dos agentes.

Assim, Frankfurt e Paris tiveram as maiores quedas, de 1,41% 1,15% respectivamente. Em Londres e Milão, as perdas foram menos acentuadas, desacelerando 0,86% e 0,73% respectivamente. Madrid, apesar de forma modesta, houve elevação, em 0,037%.

No Brasil, houve trégua na sena política, de modo que a bolsa de São Paulo subisse mediante a sensação de calmaria entre governadores e o presidente da república, logo pela manhã. Durante o dia também ecoou o aumento da aproximação de Bolsonaro a Rodrigo Maia, arrefecendo a possiblidade de impeachment do presidente protocolado pela oposição.

Assim, o Ibovespa de elevação de 2,1%, alcançando 83.027 pontos. O dólar fechou com queda de 1,89%. Fechando a sessão cotado a R$ 5,58 pontos.

O petróleo fechou a sessão em alta, com expectativas de aumento da demanda decorrente da reabertura da economia.

O Barril Brent teve aumento de 0,86%, fechando o dia contado a US$ 36,06 e o WTI teve ganhos de 1,28%, fechando a sessão em US$ 33,92 o barril. 

EUA: mercado de petróleo

As expectativas para o mercado de petróleo são muito positivas. Considerando a melhora do estoque de petróleo, registrando queda e com a esperança dos agentes em relação a retomada da demanda mediante a abertura das economias.

Além disso, existe forte possibilidade de nova queda de sondas da empresa Baker Hughs, a evidenciar a diminuição de produção de petróleo em solo americano.

A expectativa de queda nas sondas de produção de petróleo se deve à queda nos estoques, uma vez que os agentes e os produtores esperam reequilíbrio do mercado, para que haja aumento de preço e a queda na oferta gera redução nos preços. 

Europa: Banco Central e dados do Reino Unido

Na Europa, os destaques são para a ata do BCE e o discurso de Lane, membro da instituição. Após muitas informações divulgando o esforço entre os membros da Zona do Euro para ajudar os países afetados pela crise, pode ser que venham boas notícias nesse sentido, tanto para economias europeias, quanto para o mercado financeiro. Todavia, por outro lado, quanto mais esforços sejam precisos para ajudar a economia, mais sinais de fragilidade são evidenciados.

No entanto, o respaldo de fortes economias como Alemanha e França, as informações no parecer da instituição monetária, pode gerar boas expectativas.

No Reino Unido, apesar da ajuda do governo para tentar assistir à população mediante o covid-19, o consumo continua a cair, tal qual a produção, por conta da retração na renda, com o aumento do desemprego.

Assim, as vendas no varejo devem ter fortes retrações para o mês de abril. O núcleo dessas vendas, devem ter queda profunda, em 15,0% na perspectiva mensal no ano, podendo ser ainda maior, com desaceleração de 18,2%.

As vendas do varejo, incluindo os produtos excluídos no núcleo, como alimentação, também devem ter queda segundo o mercado. Na perspectiva mensal, a expectativa é de retração de 16,0% e na análise mensal tem expectativa de 22,2%.

Por conta dos gastos, para diminuir os efeitos do covid-19, a dívida pública deve ter avanço expressivo caso as esperanças do mercado se concretizem, com a dívida do setor público saindo £ 2,33 bilhões, para £ 35 bilhões.

China: olhando para frente

O gigante asiático terá o PCC (Partido Comunista Chinês) realizará a primeira reunião pós-covid-19.

Sendo ela muito importante, pois os formuladores de políticas de todas as áreas serão delineados. O encontro é significativo, tendo vista a pressão em torno do país, relacionada às informações que teriam sido disponibilizadas no começo da pandemia. Aproximadamente 100 países, com tons mais leves como os da União Europeia e mais incisivos como EUA e Austrália.

Além disso, também serão decididos os passos em relação à retomada econômica do país.

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