Petrobrás, Usiminas e outras

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A sexta-feira começa com os investidores atentos principalmente à Petrobras e Usiminas. A petroleira divulgou no início desta sexta-feira que sua produção no segundo trimestre de 2019 atingiu 2,553 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), queda de 0,4% na comparação com os 2,461 milhões de boed em igual trimestre do ano passado.

Na comparação com os três primeiros meses do ano, entretanto, o número mostra avanço de 3,7%. Segundo a empresa, a queda na comparação anual refletiu a venda de 25% do campo de Roncador e dos ativos da Petrobras América, que mais do que compensaram os ganhos com o ramp-up das plataformas do pré-sal nos campos de Búzios e Lula. Os números, geralmente, dão a ideia de como será seu balanço financeiro, que será conhecido na próxima semana.

Além disso, a Usiminas anunciou seus resultados do período nesta manhã. Ontem, EcoRodovias, Fleury e Minerva também divulgaram seus balanços.

Olho também em Azul, que no finalzinho do pregão de ontem saiu de queda para alta de quase 3%, após decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre os slots da Avianca no aeroporto de Congonhas.

No exterior, a maioria das bolsas asiáticas fechou em baixa diante da escalada nas tensões comerciais entre Japão e Coreia do Sul. Também contribuíram para as perdas sinais menos “dovish” do que o esperado por parte do Banco Central Europeu (BCE), fator que também pesa nas praças europeias. Já os futuros de Nova York exibem leve alta.

Petrobras

A companhia destacou que, apesar do aumento da produção na comparação trimestral, os números foram inferiores ao projetado, “principalmente devido às dificuldades enfrentadas no mês de junho com a estabilização das plantas de gás dos novos sistemas de produção de Búzios devido a sua maior complexidade”, diz o relatório, destacando ainda parada programada de 14 dias em operações no campo de Lula.

Em águas rasas, a produção de óleo foi de 62 mil de bpd, queda de 17,8% em comparação ao trimestre imediatamente anterior e 34,2% no ano. “Essa queda deveu-se à parada de produção definitiva das plataformas P-9 e PNA-1, que encerraram seu ciclo de produção após mais de 38 anos”, explicou a estatal.

Devido às dificuldades enfrentadas em junho e paralisação programada, a petrolífera cortou em 3,6% sua perspectiva de produção neste ano de 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) para 2,7 milhões de boed, com variação de 2,5% para mais ou para menos. A empresa destacou que as operações já mostraram melhora operacional em julho, com produção média retomada ao patamar de 2,7 milhões de boed.

De acordo com um especialista, os números de produção vieram em linha e não devem influenciar nas ações. Para ele, o dia de hoje será de recuperação das perdas de ontem, com os investidores acompanhando a alta do petróleo.

Entre outras notícias, a estatal informou ontem que recebeu nesta semana R$ 425 milhões em decorrência de acordos de leniência e repatriações promovidas pelo Ministério Público Federal. Assim, o total de recursos devolvidos para a companhia em decorrência de acordos de colaboração, leniência e repatriações, ultrapassa o montante de R$ 4 bilhões.

Além disso, a petrolífera iniciou a fase não vinculante do processo de venda da totalidade de suas participações em quatro campos terrestres denominados Polo Tucano Sul, localizados na Bahia.

Em relação ao imbróglio envolvendo os navios iranianos, a Eleva Química, empresa brasileira responsável pelo afretamento dos dois navios iranianos que estão parados no Porto de Paranaguá (PR) por falta de combustível, já se prepara para receber o abastecimento da Petrobras, como determinou ontem à noite o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, segundo fontes. O escritório de advocacia Kincaid Mendes Vianna, que representa a empresa no processo, afasta a hipótese de a petroleira estatal ser punida pelos Estados Unidos por fornecer combustível aos navios iranianos.

Usiminas

A Usiminas divulgou há pouco que obteve lucro líquido de R$ 171 milhões no segundo trimestre, saindo do prejuízo de R$ 19 milhões obtidos em igual período de 2018. O resultado ficou 32% acima da média dos dados de seis casas (Santander, Itaú BBA, Safra, XP Investimentos, BB Investimentos e Bradesco BBI) consultadas pelo Prévias Broadcast, no valor de R$ 129,5 milhões.

A companhia siderúrgica mineira apresentou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 576 milhões, alta de 11% na mesma comparação, com margem de 16%; estável sobre o segundo trimestre de 2018 e 2 pontos porcentuais acima do primeiro trimestre deste ano. O volume de vendas de aço aumentou 8% no segundo trimestre, para 1,059 milhão de toneladas, e o de minério de ferro cresceu 28%, para 1,772 milhão de toneladas.

“A Usiminas melhorou a margem, o que reflete diretamente no Ebitda, que mostrou um resultado bom, muito disso em função da redução de custo. Como a empresa produz o próprio minério de ferro que utiliza, ela acaba sendo menos prejudicada pelo avanço acentuado da commodity”, disse um analista, destacando que o lucro acima do esperado não é um “baita resultado, mas reverteu a tendência, o que é muito positivo”.

Minerva

A Minerva Foods apresenta prejuízo líquido de R$ 113,3 milhões no segundo trimestre, o que representa redução de 87,8% sobre o resultado também negativo de um ano atrás, porém piora de 260,8% sobre o primeiro trimestre deste ano, quando a cifra negativa foi de R$ 31,9 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia de proteína ficou em R$ 363,9 milhões, 3% acima do segundo trimestre do ano passado e 10,7% maior que no primeiro trimestre. A margem Ebitda fechou junho em 9,0%, ante 9,5% há um ano e 8,8% em março.

Em informe de resultados, a companhia destaca que pelo sexto trimestre consecutivo o fluxo de caixa livre foi positivo, após despesas financeiras, Capex e capital de giro, cifra de R$ 99,8 milhões ao final de junho. A alavancagem, medida pela razão dívida líquida/Ebitda dos últimos 12 meses, foi de 3,8 vezes, estável em relação ao primeiro trimestre e queda de 1,2 ponto porcentual ante um ano.

De acordo com um analista, embora a empresa tenha reduzido o prejuízo, o resultado segue pressionado por custos e endividamento e que a uma reação mais acentuada das ações dependerá do que os gestores da empresa falarão em teleconferência dos resultados.

EcoRodovias

A EcoRodovias registrou lucro líquido de R$ 58,5 milhões no segundo trimestre deste ano, resultado 27,3% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, a performance foi influenciada negativamente pelo menor resultado financeiro devido, principalmente, ao início da contabilização da variação monetária sobre direito de outorga da ECO135, entre outros fatores.

O Ebitda pró-forma, por sua vez, cresceu 17% na mesma base de comparação, atingindo R$ 474,4 milhões, com margem de 68,3%, ante 69,4% de um ano antes. Segundo a empresa, entre os fatores que impulsionaram o resultados estão o início da operação da ECO135 e ECO050 (MGO) e aumento do tráfego.

Fleury

O Grupo Fleury registrou lucro líquido de R$ 77,1 milhões no segundo trimestre do ano, valor 11,1% abaixo do anotado no mesmo período do ano passado. O lucro caixa, que exclui o impacto do imposto de renda diferido, teve queda de 26,3%, para R$ 63,1 milhões. A empresa divulgou também o lucro líquido recorrente, que teve alta de 4,2% entre os segundos trimestres para R$ 90,3 milhões.

O Ebitda do Fleury fechou o trimestre em R$ 172,6 milhões, queda de 3,5% na comparação anual. A margem Ebitda saiu de 26,6% no segundo trimestre de 2018, para 23,7%.

O conselho de administração do Fleury aprovou o pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP) no valor de R$ 0,2002 por ação ON, ou R$ 63,308 milhões. A remuneração será paga com base na posição acionária do dia 30 de julho, e a partir do dia 31, as ações passam a ser negociadas ex-juros. O crédito será feito aos acionistas no dia 04 de outubro.

Azul

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou em reunião extraordinária nesta tarde uma nova regra temporária para a redistribuição dos horários de pouso e decolagem que eram da Avianca no aeroporto de Congonhas. A decisão flexibiliza parâmetros em uma ação que beneficia a Azul, que poderá disputar em condições mais favoráveis até 41 horários que eram da aérea que deixou de operar em maio.

A Azul afirmou em nota à imprensa que “aplaude a decisão da Agencia Nacional de Aviação Civil (Anac) de redistribuir os slots que não vêm sendo utilizados em Congonhas desde o encerramento das operações da Avianca no aeroporto. Como a companhia vem ressaltando, a medida favorece o consumidor e traz maior competitividade ao setor”.

Com isso, ressalta a aérea, Congonhas terá maior oferta e concorrência em rotas domésticas importantes, como São Paulo-Rio e São Paulo-Brasília.

A Latam afirmou, em nota enviada ao Broadcast, que lamenta a decisão da Anac, “que reforça mais uma vez o cenário de insegurança jurídica do setor aéreo brasileiro e que, além de não atender aos parâmetros globais da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), cede à pressão em benefício de um único player do mercado”.

A redistribuição dos horários de pousos e decolagens no aeroporto de Congonhas ocorrerá na próxima segunda-feira, dia 29 de julho. Segundo a Anac, nessa data, companhias poderão demonstrar interesse nos 41 horários que eram operados pela Avianca.

CCR

A CCR anunciou alterações na diretoria da companhia diante dos pedidos de renúncia de Ricardo Antônio Mello Castanheira, no cargo de diretor vice-presidente de negócios da companhia e responsável pela divisão CCR Lam Vias, e Francisco de Assis Nunes Bulhões, no cargo de diretor de comunicação e sustentabilidade.

Eduardo Siqueira Moraes Camargo, Diretor de Negócios da companhia e até então responsável pela Divisão CCR Aeroportos, foi designado como novo responsável pela Divisão CCR Lam Vias. O conselho elegeu para ocupar o cargo de Diretora de Negócios e responsável pela Divisão CCR Aeroportos, em substituição a Eduardo Siqueira Moraes Camargo, Cristiane Alexandra Lopes Gomes.

Eletrobras

O Conselho de Administração da Eletrobras autorizou o início do Procedimento Competitivo de venda de participações societárias em 39 Sociedades de Propósito Específico (SPEs) da companhia, agrupadas em 6 lotes. A operação tem por objetivo concluir a alienação das participações societárias remanescentes do Leilão nº 01/2018, ocorrido em 27 de setembro do ano passado.

Banrisul

A 4ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre deferiu parcialmente uma liminar que condiciona a venda de ações do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) à deliberação judicial. A instituição afirma que analisa as medidas a serem tomadas sobre o processo. Em junho, o governo gaúcho anunciou que tem a intenção de realizar uma oferta pública de ações do Banrisul até o limite de manutenção do controle acionário.

FONTE: AE BROADCAST

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