As bolsas internacionais fecharam em queda, mediante aos dados de conjuntura econômica decepcionantes. O Livro Bege e a contração econômica em todas as regiões dos Estados Unidos, advindas das consequências do isolamento social feito para tentar reduzir os efeitos do covid-19, contribuíram para essa queda.
Dentre os dados que trouxeram mau humor para os mercados, se destacam as vendas do varejo, com queda de 4,5% no mês de março, contra a expectativa de queda de 2,5%. O Índice de atividade industrial para o estado de Nova York contabilizou forte queda, com perda de 21,5 pontos no índice.
A queda nos preços do petróleo, com retração de 1,19% no WTI e de 6,45% no Brent, fechando a sessão em US$ 19,87 e US$ 19,87, respectivamente, também influenciaram as bolsas negativamente. O fraco desempenho da commodity, pressionou negativamente os preços da commodity e, por consequência, os ativos de energia e de empresas petroleiras.
Assim, o S&P 500 liderou as quedas, com retração de 2,20%. O Dow Jones, teve perdas de 1,86% e Nasdaq registrou perdas de 1,44%. O Índice VIX, mediante às incertezas trazidas pelos dados negativos dos EUA, teve aumento de 8,16%, alcançando 40,84 pontos.
No Brasil, os dados de petróleo e o cenário político pressionaram o índice para baixo. O STF, com a maioria de seis votos, validou a restrição social por parte de governadores e prefeitos para tentar amenizar a pandemia do covid-19. Todavia, após o fechamento do mercado, o Senado aprovara o texto-base do Orçamento de Guerra, o que comprometerá menos as contas públicas. Assim, o Ibovespa registrou queda de 1,36%, a fechar a sessão a 79.344 pontos e o dólar comercial teve elevação de 0,99%, cotado a R$ 5,24.
Na Europa, mediante aos dados de conjuntura econômica e a retirada das doações dos Estados Unidos à OMS (Organização Mundial da Saúde) lamentada por Tredos, diretor do órgão supranacional, por conta dos cortes impactarem medidas que poderiam ser feitas. Levando receio em relação ao avanço do covid-19 nos mercados do velho mundo.
Assim, Milão liderou as quedas com retração de 4,78%, seguido por Frankfurt, com queda de 3,90%. Madrid teve perdas de 3,79%. Paris e Londres tiveram quedas de 3,76% e 3,34%, respectivamente.
Hoje (16), tal como ocorreu ontem, serão divulgados indicadores que podem influenciar o mercado, tendo em vista que já demonstram de forma consistente os efeitos do covid-19.
Um dos indicadores mais esperados pelo mercado são os pedidos iniciais por seguro-desemprego. Os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho, divulgados na semana passada, alcançaram níveis muito elevados, chegando a 6,606 milhões de pedidos pelo benefício. O mercado espera que 5,105 milhões de pedidos tenham sido realizados na última semana.
Ainda pensando no mercado de trabalho, serão divulgados indicadores de emprego por parte do FED da Filadélfia referente ao mês de abril. Todos os indicadores devem ter resultados ruins, tendo em vista que as medidas referentes ao isolamento social ocasionaram aumento no desemprego, como foi informado pelo Livro Bege divulgado ontem (15), a anunciar que todos os distritos passam e passarão por desemprego por conta dos efeitos do covid-19 nas empresas.
Assim, o Índice de Confiança Empresarial, também divulgado pelo Federal Reserve da Filadélfia, também tem forte possibilidade de ter retração.
O Census Bureau divulgará os dados referentes ao setor imobiliário. Os indicadores são importantes pelo fato de o setor ter sinergias com outros setores da economia.
As Licenças de Construção, que mostram o número de autorizações para que novos projetos de construções sejam feitos, têm perspectiva de queda, saindo de 1,452 milhões de contratos para 1,300 milhões. A provável queda no mês de março, se deve a baixa na demanda por projetos que exijam comprometimento da renda no longo prazo. Deste modo, a construção de novas casas também deve ter retração, saindo de 1,599 milhões de construções de novas casas para 1,300 milhões.
Na Europa, a agência Eurostat divulgará os dados referentes à produção industrial durante o mês de fevereiro. O indicador, apesar de relativamente atrasado, tendo em vista que a pandemia se agravou na Europa em março, é importante, pois os países da Zona do Euro já começaram a sofrer impactos do covid-19 no mês de fevereiro.
Assim, a expectativa do mercado é que tanto na perspectiva anual, quanto na mensal, é de queda de 0,2%.
Para a Alemanha, o Federal Statistical Office Germany divulgará o IPC de março, o indicador de preços ao consumidor. Na perspectiva mensal, por conta na queda na demanda por bens e serviços, o mercado espera que o IPC anual saia de 1,7% para 1,4% e na perspectiva mensal, saia de 0,4% para 0,1%.
O Índice Ifo de Clima de Negócios para abril também pode ter retrocesso em relação a março. Contudo, há possibilidade de melhora no indicador de expectativas por conta da maior economia da Europa estar a registrar controle do covid-19 em relação aos seus pares.
Próximo ao fim da noite no ocidente, no oriente serão divulgados dados da economia chinesa, os quais são fortemente esperados pelo mercado, tendo em vista que o crescimento da economia chinesa significa mais exportações para outros países, principalmente para exportadores de commodities.
O National Bureau of Statistics of China divulgará os dados de produção industrial. A expectativa do mercado é que o indicador de março tenha queda de 7,3%, contra elevação de 13,5%. Apesar da queda esperada ser menos intensa, ainda é insuficiente para a retomada econômica do país, mostrando que a retomada do crescimento econômico pode ser vagarosa.
O PIB anual, quanto o trimestral, deve ter retração muito mais abrupta em relação à última observação. Tendo em vista que o primeiro trimestre do ano foi o período em que a economia chinesa enfrentou o pico do Coronavírus, o indicador, de acordo com as expectativas do mercado, deve ter retração de 6,5% na observação anual e queda de 9,9% para a amostra trimestral.
O investimento em ativos fixos, isto é, a capacidade de gerar capital, o que se refere à aquisição e investimentos em máquinas, equipamentos e planta produtiva, possui expectativa de retração de 15,5% em março, contra a desaceleração 24,5%.
Apesar da população chinesa ter seu consumo fortemente subsidiado pelo governo, o varejo também sofreu fortes impactos advindos do covid-19. Assim, as vendas do setor varejista, segundo as expectativas dos agentes, devem ter retração de 10% em março, contra perdas de 20,5% em fevereiro.