Ontem (04), os mercados interromperam a sequência de ganhos do começo da semana, com a cautela dos agentes em relação ao retorno da economia. Além disso, o mercado também viu oportunidade de realização de lucros e está aguardando os dados do payroll.
Nos Estados Unidos, a direção não foi única. Apesar dos números dos pedidos iniciais por seguro desemprego ficarem abaixo do esperado, os agentes preferiram aguardar com cautela o relatório do payroll. Com isso, o dia teve muita volatilidade em Wall Street, com os agentes variando entre a o bom-humor por conta dos dados econômicos apresentados e a esperança de reabertura econômica e a força baixista da realização dos lucros.
Assim, as bolsas americanas não fecharam com direção única. O Dow Jones, ficou praticamente no zero-a-zero, com elevação de 0,045%. Nasdaq e S&P 500 tiveram perdas de 0,69% e 0,34% respectivamente.
Na Europa, o dia foi de realização em todas as principais bolsas do continente. O mercado preferiu aguardar mais dados de conjuntura econômica e realizar os ganhos de três dias seguidos.
No entanto, os anúncios advindos do BCE foram muito positivos para ajudar os países a retomarem a economia, de modo que os mercados de câmbio regiram positivamente. As medidas contam com a ampliação do Programa de Compra de Emergências da Pandemia (PEPP) em 600 bilhões de euros, elevando o total do programa para 1,35 trilhão de euros. No entanto, o fato de Lagarde não se comprometer com adição de títulos corporativos de grau especulativo.
Madrid teve a maior queda do dia, com retração de 0,79%. Londres, perdeu 0,64% e Frankfurt caiu 0,45%. Paris, fechou com retração de 0,21% e Milão fechou próximo do zero-a-zero, com queda de 0,04%.
No Brasil, apesar da volatilidade do começo do dia, a bolsa fechou com ganhos, com descolamento das bolsas internacionais. O mercado continuou a levar em conta as expectativas de recuperação econômica dos países desenvolvidos e a reabertura de cidades brasileiras.
O Ibovespa teve elevação de 0,89%, fechando o dia a 93.828 pontos. O dólar subiu 0,89%, cotado a R$ 5,13.
O petróleo registrou alta, porém leve. Os agentes tiveram cautela esperando a reunião da OPEP+ e com o Iraque afirmando que ao fim desse mês chegará ao seu limite de cortes na produção.
O Brent fechou a sessão com elevação de 0,50%, cotado US$ 39,99. O WTI teve elevação de 0,32%, negociado a US$ 37,41.
EUA: mercado de trabalho e petróleo
Hoje (05), é divulgado um dos principais dados de conjuntura econômica dos Estados Unidos, o relatório do Payroll.
O relatório divulgado pelo Bureau of Labor Statistics contém importantes dados referentes ao mercado de trabalho norte americano e o Payroll do setor não agrícola é um dos mais esperados pelo mercado. O indicador incorpora aproximadamente 80% dos trabalhadores americanos.
Por intermédio desse dado é possível entender o quão impactante está sendo os efeitos da crise do covid-19 na economia americana. Mesmo que os dados antecedentes como os fornecidos pelo ADP System e pelo Pedidos iniciais por seguro desemprego estarem melhores, o fato de ambos indicadores se tratarem de variáveis de estoque, e levando em conta os efeitos das políticas de restrição social e, além disso, a estrutura do mercado trabalho americano, a variação do emprego ainda deve ser elevada.
Os agentes esperam 8.000 milhões de empregos destruídos para o mês de maio. Mesmo com a melhora, tendo em vista foram perdidas mais de 20.000 milhões de vagas em abril. A taxa de desemprego tende a alcançar 19,8%, segundo as expectativas dos agentes, contra os 14,7% registrados em abril.
Levando em conta apenas o setor privado, espera-se perda de 7.500 milhões de empregos. Para o setor de manufaturas, o mercado espera queda de 440 milhões.
Outro dado divulgado pelo Bureau, será a taxa de participação, a evidenciar o percentual de pessoas com idade para trabalhar estão incluídas no mercado de trabalho do país.
Com os efeitos da crise, a taxa que chegou a um de seus níveis mais baixos 60,2% em abril, pode chegar a 54,2%. Ou seja, quase metade das pessoas com idade para trabalhar estarão fora do mercado de trabalho.
Além disso, também serão divulgados os dados o salário médio por hora, evidenciando o quanto a mão de obra dos agentes está custando para as empresas e o quanto o salário dos trabalhadores está a aumentar.
O ganho médio por hora, tende a ter retração, haja vista que preção dos custos trabalhistas devem cair com o aumento da oferta de trabalho, com muitas pessoas desempregadas.
O mercado espera que após registrar aumento 4,7% em abril, o índice alcance 1% de variação.
Por fim, serão divulgados os dados da empresa Baker Hughes, com a contagem de sondas de petróleo nos Estados Unidos. O indicador é importante termômetro para a medir a produção de petróleo no país.
Após conversas entre o presidente dos Estados Unidos e da Rússia ontem, possivelmente o dado deve registrar nova queda, pois há comprometimento global no que diz respeito à diminuição da produção da commodity para que e mercado entre em equilíbrio.
Europa: encomendas à indústria na Alemanha
Na zona do Euro, a agenda estará relativamente vazia, somente com o indicador de encomendas à indústria alemã em destaque.
Como o dado ainda se refere ao mês de abril, ele tende ter forte queda, pois esse foi o mês de maior recrudescimento das medidas de restrição social com o objetivo de combater o covid-19, fazendo com que os países mais importantes da Euro, tivesse forte retração econômica.
Haja vista a forte retração econômica que ocasionara retração na renda das famílias e firmas, fazendo com que as demandas por muitos produtos industrializados caíssem, o mercado acredita que a demanda à indústria tenha retração de 19,7%, contra 15,6% registrado em março.
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