A carteira recomendada da Nova Futura registrou queda de 2,89% em fevereiro, contra retração de 4,37% do Ibovespa. Em 12 meses, o retorno da carteira é de 24,05%, superando o Ibovespa em 18,41%.
O mês de fevereiro surpreendeu negativamente a maioria dos investidores brasileiros devido ao risco político. No exterior, o avanço da vacinação contribuiu para as altas.
Nos Estados Unidos, os mercados continuaram com o movimento de rotação. Os investidores ampliaram a demanda por ativos de companhias tradicionais devido à expectativa em torno do pacote fiscal de Biden e o avanço da vacinação.
Na Europa, o processo de vacinação avançou, contribuindo para a alta na maioria dos mercados acionários. A expectativa de avanço da inflação elevou os yelds dos títulos soberanos, o que foi um fator limitador para os rendimentos, tal como ocorreu nas bolsas americanas.
No extremo oriente, o avanço dos indicadores econômicos da China e de outros países juntamente com o controle de possíveis focos da COVID-19 contribuiu para o avanço dos mercados financeiros asiáticos. O fator limitador foi o anúncio do Banco Central da China referente à retirada de liquidez no mercado financeiro.
No Brasil, os ruídos políticos, o avanço da COVID-19 e o risco fiscal foram os principais triggers para o desempenho do mercado. As sinalizações de interferência do Estado em companhias públicas colocaram em dúvida a agenda liberal do governo. A disseminação do coronavírus fez com que os temores em relação às medidas de restrição social voltassem e contribuiu para pressionar a aprovação do auxílio emergencial com uma contrapartida fiscal desidratada.
Para março, esperamos um cenário desafiador tendo em vista a guinada populista do governo e os riscos fiscais que tendem a crescer com os questionamentos em torno da permanência da agenda liberal. A Covid-19 volta a ganhar força, ampliando as preocupações em torno da ampliação de políticas de restrição social. Em nossa visão, o ciclo global e os estímulos no exterior continuam sendo um fator positivo, principalmente para companhias ligadas às commodities.
Considerando os riscos internos e o avanço da COVID-19, retiramos Ambev (ABEV3) e reduzimos a participação de Via Varejo (VVAR3) para 5%. A manutenção de Via Varejo se deve ao valuation ainda atrativo do papel. O setor imobiliário sofre dos mesmos riscos, por isso retiramos Cyrella (CYRE3).
Quanto ao mercado de petróleo, esperamos continuação na recuperação dos preços da commodity, por conta dos estímulos fiscais nos EUA e crescimento global. Assim, mantivemos Cosan (CSAN3) e trocamos Petrobras (PETR4) por Petrorio (PRIO3) devido aos temores em torno da intervenção governamental na companhia.
Mantivemos nossa posição em companhias do setor financeiro. Bradesco (BBDC4), apresentou ótimos números, com lucro líquido de R$ 6,8 bilhões, o maior resultado trimestral apresentado pelo banco. BTG Pactual (BPAC11) ainda tem boa perspectiva por conta dos IPO’s que serão realizados e pela ampliação de sua participação no ambiente digital e no varejo. Para B3 (B3SA3), esperamos bons resultados devido às expectativas de novos entrantes no mercado financeiro, além das companhias que abrirão capital.
Acrescentamos companhias com relação positiva com o dólar uma vez que o aumento da percepção de risco interno deixa o real mais competitivo para companhias exportadoras como Klabin (KLBN11) e JBS (JBSS3).
Devido ao ciclo das commodities ocasionado pelos estímulos nos Estados Unidos e crescimento da demanda, especialmente da China, mantivemos CSN (CSNA3) e Vale (VALE3) na carteira recomenda.