Oi, Eletrobrás, construtoras e outras

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A ação ON da Oi perdeu metade do seu valor somente na última semana, depois que a companhia divulgou seu balanço do segundo trimestre. Ontem, o papel caiu 27%, e já vale menos que R$ 1 (R$ 0,73), tornando-se uma penny stock. A forte queda foi desencadeada depois que a maior acionista da empresa, a gestora GoldenTree Asset Management, enviou uma carta ao conselho de administração da operadora manifestando preocupação com as finanças da tele e pedindo a troca do presidente executivo, Eurico Teles.

“A Oi está caminhando para uma situação pior. Essa troca na gestão é necessária, mas ao mesmo tempo gera muita incerteza. Então o investidor perde o referencial”, disse um analista.

Agora, o investidor seguirá atento aos próximos desdobramentos. Isso porque ao detectar que uma ação foi negociada por menos de R$ 1 por 30 pregões consecutivos, a B3 envia uma notificação para a respectiva empresa. Após a notificação, a empresa possui 15 dias para apresentar um plano para reverter essa situação. “O mercado precisa ser informado por estas empresas sobre o que elas vão fazer com relação ao preço das ações. Normalmente, muitas optam pelo agrupamento de ações, o qual permite diminuir o número de papéis circulantes e aumentar o valor do ativo”, aponta um outro analista.

Ele destaca ainda que o mercado de penny stocks é muito limitado, pois oferece baixa liquidez e alta volatilidade, podendo gerar grandes ganhos ou grandes perdas. “Negociar com penny stocks envolve um alto risco, já que o investidor de penny stocks pode não encontrar compradores para negociar essas ações no futuro”, de acordo com sua análise, acrescentando que o papel pode ter alguma recuperação, após forte queda, amparada também pelo bom humor no exterior.

Os investidores acompanham o otimismo nas praças europeias e nos futuros de Nova York, enquanto aguardam pelo anúncio de privatizações de 17 empresas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Apesar de incertezas, as bolsas ao redor do mundo operam em alta no aguardo pela ata do Federal Reserve, às 15h, com expectativa da publicação mostrar a possibilidade de continuação da flexibilização da política monetária nos EUA. Além disso, a alta de mais de 1% do petróleo também contribui para os ganhos lá fora e tende a beneficiar as ações de Petrobras, que ontem voltaram a fechar em queda.

Eletrobras

Depois de mais de quatro horas de deliberação, o plenário da Câmara rejeitou ontem à noite a Medida Provisória 879, que prevê um aporte de R$ 3,5 bilhões na Eletrobras para compensar a estatal pelas despesas de distribuidoras de energia da estatal no passado. Agora, a matéria foi arquivada.

Uma analista aponta que sem os recursos que iriam reembolsar a estatal por despesas de distribuidoras, os planos do governo de privatizar a empresa neste ano podem ser prejudicados porque “agora a empresa terá que assumir as dívidas de subsidiárias, o que deverá pesar nas ações”.

Já havia um acordo entre as lideranças da Casa para deixar a matéria, que perde sua validade amanhã, caducar. A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), sinalizou a possibilidade na semana passada e disse que o governo já contava com um plano B para o arquivamento da proposta que prevê um aporte bilionário à Eletrobras. De acordo com ela, o Executivo pode enviar ao Congresso um projeto de lei sobre o mesmo tema com um pedido de urgência.

Contrutoras

A Caixa Econômica Federal anunciou ontem no final da tarde a oferta de uma nova modalidade de crédito imobiliário com juros de 2,95% a 4,95% ao ano acrescido da variação IPCA no futuro. Trata-se de mais uma opção aos mutuários além das linhas atuais, que cobram taxas de 8,5% a 9,75% ao ano mais taxa referencial (TR). Segundo a Caixa, o valor inicial da parcela será entre 30% e 50% menor com a nova opção.

O uso do IPCA para corrigir os contratos de financiamento imobiliário reduzirá o valor da parcela na largada, mas custará ao mutuário uma dívida maior no final quando comparado com os contratos corrigidos pela Taxa Referencial (TR). Por outro lado, a modalidade deve facilitar a venda desses créditos no mercado financeiro, desenvolvendo a chamada securitização, e, de quebra, adicionar mais recursos para a compra da casa própria no País.

Estudo realizado pela equipe de análise de mercado imobiliário do JPMorgan mostra que a dívida total do mutuário pode subir, o que serve como contraponto à propaganda do governo federal de que o crédito ficará mais barato. O endividamento cresce porque, além do juro, a dívida passará a ser corrigida pelo IPCA em vez da TR – que atualmente está zerada. Por isso, esse montante total tende a crescer mais no longo prazo, apontou o JPMorgan.

Banco do Brasil também anunciou novas taxas para financiamento imobiliário, com taxas mais baixas para prazos de financiamento menores. A mudança é válida para as linhas do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e Carteira Hipotecária (CH).

Em comunicado ao mercado, a MRV afirma que a nova modalidade de crédito apresentada pela Caixa Econômica Federal beneficia e comprova o momento correto da decisão da companhia de diversificar seus produtos.

Aéreas

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse ontem que o Brasil deve rever até o fim do ano acordo com a Argentina que limita voos entre os dois países. Segundo ele, o entendimento atual está “saturado” e existe demanda para ampliar quantidades de voos e de empresas operando no mercado. O acordo atual permite, por semana, 133 frequências mistas (transportes de passageiros e cargas) e sete serviços exclusivamente cargueiros. Tarcísio não informou qual deve ser a regra proposta.

Taesa

A Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) fechou contrato para adquirir 100% do capital da Rialma Transmissora de Energia 1, que inclui ativo localizado no Rio Grande do Norte que tem interligação com uma das subestações da Taesa, na concessão Paraíso Açu Transmissora de Energia.

A Taesa vai pagar R$ 56,717 milhões à RC Administração e Participações, que detinha a participação na Rialma. A empresa compreende a Linha de Transmissão Lagoa Nova 11 – Currais Novos 11, com tensão de 230 kV, circuito duplo, com extensão de 28 km e RAP de R$ 12,6 milhões.

Vivara

A joalheria Vivara deu largada e pediu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedido de registro para realizar sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A oferta será primária e secundária e deve ser precificada no dia 22 de outubro.

Da emissão primária, a Vivara informou que o objetivo é a abertura de lojas, expansão de fábricas, investimento em tecnologia e, além disso, partir para o lançamento de uma nova marca.

Em seu prospecto preliminar, a Vivara abre que ano passado registrou uma receita líquida de R$ 1,1 bilhão e lucro líquido de R$ 198,4 milhões.

Coordenam a oferta o Itaú BBA, o Bank of America Merrill Lynch e a XP Investimentos. Esse será o terceiro IPO na B3 neste ano, depois de Centauro e Neoenergia.

FONTE: AE BROADCAST

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