Se você investe ou acompanha o mercado financeiro, já deve ter reparado que cada ação na Bolsa de Valores possui um número que a identifica. Mas você sabe o que eles significam? Hoje, vamos abordar esse tema falando das ações ordinárias.
Todas as ações terminadas com o número 3 são classificadas como ordinárias e possuem características e vantagens específicas. Saber identificá-las te ajuda a entender questões da própria empresa mais a fundo, e também dos seus investimentos. Acompanhe!
No mercado financeiro, elas também são chamadas de ON. Esses papéis são terminados com o dígito 3, como em MGLU3, para a Magazine Luiza, ou VALE3, para a mineradora Vale. Elas possuem como principal diferencial o poder de voto em assembleia e o tag along.
Sobre o poder de voto, os acionistas de empresas com o código 3 têm o direito de votar nas assembleias da companhia, que geralmente decidem os próximos planos de negócios. Mas o peso do voto depende do tamanho da participação do acionista.
Já em relação ao tag along, é uma proteção aos acionistas minoritários, em caso de mudança de controlador. Explicando melhor: imagine que você investiu 2 mil reais em determinada empresa, mas alguns meses depois ela foi comprada por outra companhia. Sem o tag along, você não teria qualquer proteção nessa operação.
Agora, digamos que o tag along da empresa seja de 80%, que é o mínimo para a empresa ter ações ordinárias. Você poderá vender as suas para o novo controlador, recebendo 80% do preço correspondente. Esse é um mecanismo previsto em lei e que garante a proteção dos acionistas minoritários nesses casos.
Com essas questões sobre os votos em assembleia e a proteção aos acionistas minoritários, as ordinárias também são sinônimo de boa governança das empresas. Por isso, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) coloca apenas ações ordinárias no segmento mais alto de governança corporativa, o chamado “Novo Mercado”.
Por essas razões, as ações de empresas terminadas em 3 são as mais procuradas por grandes investidores e para quem está visando o longo prazo. Nesse sentido, elas buscam uma participação mais ativa na tomada de decisão nas assembleias e também uma proteção em caso de venda para outro controlador, algo que não é possível prever.
Além das ordinárias, os investidores também encontram no mercado as ações preferenciais e as units, que possuem características diferentes. Vamos falar mais sobre cada um desses tipos de ações.
Os papéis preferenciais são identificados com o número 4 no final e são conhecidos no mercado de ações como PN. Como PETR4, para a Petrobras, ou ITUB4, para o Itaú. Essas ações dão direito ao investidor de ter preferência — daí o nome — pelo recebimento de dividendos, que são uma forma da companhia remunerar o acionista.
Por isso, geralmente, essas ações pagam mais dividendos do que as outras, sendo as preferidas para investimentos voltados para esse pagamento recorrente. Diferentemente das ordinárias, os papéis preferenciais não são obrigados a oferecer tag along, o que pode ser prejudicial em caso da entrada de um novo controlador.
Além do final 4, as preferenciais também possuem o dígito 5, que identifica as preferenciais de classe A, e o dígito 6, para as de classe B. Para as ações de classe A, há o pagamento de dividendo mínimo, enquanto para as B, há o pagamento de um dividendo fixo.
As Units consistem em um “pacote” de ações e são caracterizadas pelo número 11 ao final. Como exemplos temos BIDI11, do Banco Inter, ou BPAC11, do Banco BTG Pactual. Ao comprá-las, você adquire uma certa quantidade de ações preferenciais e de ações ordinárias.
A quantidade de cada uma depende da decisão tomada na assembleia dos acionistas da empresa. Por exemplo, no caso do Banco Inter, as Units representam duas ações preferenciais mais uma ordinária. A vantagem está na facilidade em negociar esses ativos, já que costumam ser mais transacionados.
Um alerta: os Fundos Imobiliários, que fazem parte de outra classe de investimento, também são negociados com o código 11 no final. É importante não confundir na hora de investir. Você pode ler mais sobre Fundos Imobiliários no nosso blog.
Não há uma resposta certa para essa pergunta, porque depende mais do seu perfil de investidor. Se está focado no recebimento de dividendos, talvez seja melhor as preferenciais. Mas se o foco está em participar mais ativamente das decisões e ter uma proteção maior, as ordinárias são o caminho.
De qualquer forma, é importante sempre estudar as companhias a serem investidas e entender qual o plano de negócio delas. Assim, estando alinhado com o seu perfil e sabendo os passos das empresas, é possível escolher qual tipo de ação está mais correto para você.
Agora que você sabe o que são as ações ordinárias e como elas funcionam, que tal começar a investir? Navegue pelo nosso site e abra a sua conta gratuitamente na Nova Futura. Inicie sua trajetória como investidor!
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