Novos dados nos Estados Unidos, Europa e Brasil

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A sexta-feira (03), fechou o dia com resultados mistos nas principais bolsas internacionais. Com a véspera do feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos, os mercados caminharam por si.

Na Europa, os ganhos adquiridos na semana foram realizados, com as principais bolsas fechando em baixa.

O principal fator que fez os investidores colocarem os ganhos dos dias anteriores no bolso, foi o aumento no número de casos do novo coronavírus computados nos Estados Unidos.

Além disso, as tenções geopolíticas em torno da lei de segurança da China sob Hong Kong, também foi um trigger que preocupou os agentes. Após Estados Unidos e Reino Unido adotarem postura severa contra a repressão à ilha, o porta-voz do ministério das relações exteriores da China, Zhao Lijan, disse que as pressões externas não mudarão os rumos decididos por Pequim.

Apesar dos dados positivos do PMI para os países do continente, Londres registrou retração de 1,33%. Madrid derreteu 1,27%. Paris perdeu 0,84%. Milão teve queda de 0,81% e Frankfurt perdeu 0,64%.

No Brasil, os mercados subiram com os dados positivos de atividade econômica gerando bom humor para os agentes, os quais podem fazer revisões para cima em relação ao crescimento da economia.

Além disso, os dados positivos da China e os resultados do PMI acima do esperado para o Brasil também ajudaram a criar expectativas dos agentes nacionais, desconsiderando os efeitos dos investidores estrangeiros.

O Ibovespa teve alta de 0,55% a 96.764 pontos. O dólar registrou queda de 0,55%, cotado a R$ 5,31.

Sem as bolsas funcionando nos Estados Unidos, somente o petróleo Brent foi negociado. A redução da oferta e os dados de atividade econômica positivos fizeram com que o petróleo tivesse alta de 4,00%.

Estados Unidos: PMI e indicadores ISM

Após o feriado, a agenda econômica americana terá dados de atividade econômica.

A exemplo da Europa que divulgou seus últimos dados de PMI na sexta-feira, hoje (06), a IHS Markit divulgará os dados do PMI de para o setor de serviços e o composto, o qual envolve indústria e serviços.

Como os dados do PMI industrial ter somado resultados muito positivos, a superar as expectativas, os dois indicadores faltantes também tendem serem melhor que o observado em maio.

Como o setor de serviços em certa medida, depende da indústria e o PMI composto é feito com base na pesquisa de 400 empresas dos dois setores, eles tendem seguir a mesma trajetória do PMI industrial.

A expectativa do PMI composto é de 46,8 pontos em junho contra 37,0 em maio e o PMI do setor de serviços tem esperança de elevação de 46,7 em junho, ante 37,5 pontos de maio.

A ISM Inc. publicará indicadores de PMI para o setor que produz não-manufaturados, e também divulgará o indicador de desemprego para o setor.

Tal qual o indicador PMI ISM da indústria, o ISM para o setor não manufatura tente a ter melhora, saindo de 45,4 pontos em maio para 50 em junho. O mercado espera elevação por conta da retomada econômica nos Estados Unidos, apesar do aumento dos casos de covid-19 podendo ofuscar o crescimento econômico do país.

Como a atividade econômica começa a melhorar, o desemprego tende a diminuir, pois a demanda por trabalho começa a aumentar. Assim, o indicador ISM de emprego também tende a subir.

Novos dados da Europa

A agência Destatis divulgará o indicador de encomendas à indústria alemã, para o mês de maio. Após forte queda em abril de -25,8%, o mês tende a ter resultados melhores, com 15,0% segundo as expectativas. O mercado espera um avanço nos resultados, pois o mês de maio foi o início da reabertura econômica na Europa, fazendo com que os agentes voltassem a produzir.

Assim, a queda do mês anterior pode ser recuperada parcialmente em maio e em junho, como a Europa não teve evidências fortes de segunda onda, as quedas serão totalmente recuperadas.

O European Union Sentix Investor Confidence divulgará o índice de confiança dos investidores para o mês de julho na Zona do Euro.

Após a queda histórica de -42,9% em maio, o mercado espera melhora, apesar do número ainda ser negativo, alcançando -10,9 pontos, ante -24,8 em junho.

O indicador é importante, pois evidencia qual é a visão dos investidores em relação ao bloco econômico, revelando suas perspectivas para alocação em ativos de risco e da região.

A Eurostatis divulgará os dados das vendas do varejo para o mês de maio, a evidenciar, além do desempenho do setor, o desempenho do consumo.

Como as regras começaram a ser flexibilizadas no mês de maio, o mercado espera melhora no setor varejista, com suas vendas saindo de -11,7% me abril para 15% em maio. Ao ano, a expectativa é de que o indicador saia de -19,6% para -7,5%.

Assim, espera-se que a atividade econômica do bloco, já esteja voltando, porém é preciso prudência, haja vista a possibilidade de segunda onda.

Brasil: Relatório Focus e Índice de Evolução de Emprego do CAGED   

No Brasil, como ocorre toda segunda-feira, será divulgado o Boletim Focus com as expectativas do mercado em relação à economia.

Devido aos dados antecedentes da atividade econômica, de inflação e endividamento do setor público, os agentes acreditam que indicadores como PIB, inflação e produção industrial e, até mesmo, os PMI’s podem fazer com que os agentes revisem suas expectativas de crescimento para economia para cima.

Todavia, os indicadores de relacionados às contas públicas tendem por ter deterioração por conta da queda na arrecadação e aumento dos gastos, o que levará a uma forte postura do governo.

Já o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgará o indicador de evolução do emprego.

O indicador mostrará a quantidade de empregos a serem criados. Apesar de grande parte dos empregos terem sido destruídos na última observação, as medidas de manutenção de empregos, fizeram com as quedas ficassem abaixo do esperado.

Todavia, a destruição de empregos, indica queda da atividade econômica, o que esperado por conta das medidas tomadas contra a manifestação do covid-19.

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