Os mercados fecharam no negativo na última sexta-feira (27). Os receios quanto aos avanços e consequências econômicas do covid-19, fez com que as bolsas caíssem após uma leve recuperação decorrente da volatilidade e apetite pelo risco por parte dos agentes na quinta-feira (26). Ainda nos EUA, o país registrou avanço da doença, ultrapassando a China no número de infectados e no Reino Unido, a contaminação do primeiro ministro Boris Johnson trouxe mais receios aos mercados.
Apesar do pacote fiscal estar mais próximo a ser assinado durante o pregão, o qual foi assinado às 17h por Donald Trump no valor de US$ 2,2 Trilhões, o mercado estava totalmente avesso ao risco, realizando todos os lucros referentes aos dias anteriores.
Do ponto de vista das expectativas dos agentes nos EUA, a confiança do consumidor e as expectativas calculados pela Universidade de Michigan registraram dados abaixo da expectativa, mostrando que as famílias estão cada vez menos propensos ao consumo tendo em vista a atual conjuntura.
Assim, as bolsas americanas derreteram fortemente. O Dow Jones, liderando as quedas, teve perdas de 4,06%. Nasdaq retrocedeu 3,79% e o S&P 500 caiu 3,37%.
Com os receios dos investidores, o VIX voltou a subir, somando elevação de 7,44% alcançando 65,54 pontos.
Com a situação entre sauditas e russos e agravamento do covid-19 e os possíveis impactos econômicos do advindos do mesmo podem ser ainda mais agravantes e a recuperação econômica, que provavelmente, será lenta. Assim, os contratos de petróleo fecharam o dia negociados a US$ 21,51, com retração de 4,82%.
Durante o final de semana, o presidente Donald Trump estende as diretrizes nacionais de distanciamento social até 30 de abril, considerando o distanciamento social até a Páscoa apenas uma possibilidade, após o anúncio do principal especialista em infectologia do governo Dr. Anthony Fauci anunciar que o covid-19 pode tirar a vida de 200.000 americanos.
Com isso, os futuros de índice americanos aceleraram a queda ontem (29).
Ademais os A bolsa brasileira seguiu o rumo do mercado americano, acumulando queda de 5,51% alcançando os 73.428,78.
Apesar do anúncio do pacote de ajuda por parte governo brasileiro para aliviar as consequências do covid-19, os quais entre eles envolvem a apoio à folha de pagamento das empresas de menor porte e a ajuda mensal de R$ 600 aos trabalhadores informais, programa de financiamento de folhas de pagamento terá volume total de R$40 bilhões e duração de dois meses, de crédito de R$2 bilhões para empresas de saúde e corte de juros por parte da Caixa, a bolsa brasileira não desacelerou as perdas no índice.
O dólar encerrou a sessão de sexta-feira (27), em R$ 5,107, acumulando alta de 2,22%, com os agentes buscando liquidez para liquidar seus compromissos e buscando saída de ativos mais arriscados.
Durante o final de semana, a instabilidade política foi um dos fatores preponderantes no cenário nacional. O desencontro entre Bolsonaro e as orientações de Mandetta podem ser um fator de risco. Contudo, também houve notícias vindas do STF concedendo uma medida cautelar para suspender artigos da lei de responsabilidade fiscal e LDO enquanto durar pandemia da Covid-19, decretando calamidade pública e, com isso, tirando algumas restrições com gastos governamentais que podem ser a vir utilizados para mitigar os impactos decorrentes do coronavírus.
Na Europa, o rumo não foi diferente. As bolsas do velho continente seguiram a queda com as preocupações advindas do avanço do covid-19 no continente. Assim, os agentes realizaram os lucros feitos na quarta-feira (26).
Londres sofrera a maior perda tendo em vista que a infecção do primeiro ministro Boris Johnson trouxe mau humor adicional para o mercado acionário, de modo que a FTSE 100 tivesse queda de 5,25%.
Paris, desacelerou em 4,23%. Frankfurt registrou queda de 3,68%. Madrid perdeu 3,63% e Milão acumulou perdas de 3,15%.
Ainda nesse final de semana, foram registrados avanços da pandemia, principalmente na Itália com 5.216 novos infectados e na Espanha com recorde de 838 mortes por coronavírus em 24 horas.
No Reino Unido, além da queda de classificação de risco por parte da Moody’s reduzindo a classificação de AA para AA-, o governo de Boris Johnson atacou a irresponsabilidade chinesa no que diz respeito ao controle do avanço da doença e questionou os dados do país. Os funcionários do governo dizem que o país asiático se utilizou de desinformação e que poderá cancelar o acordo de telecomunicações com a Huawei.
Hoje (30), o FED de Dallas divulgará o índice de atividade empresarial para o mês de março. Com os dados divulgados pela autoridade monetária de Dallas é possível entender o desempenho das empresas do estado do Texas.
Os dados da produção industrial para o estado vêm tendo baixos níveis ao longo do ano. Os impactos oriundos do avanço do convid-19 podem jogar o indicador para baixo novamente.
Quanto às vendas pendentes de moradia calculado pelo
National Association of Realtor, analisa a quantidade de contratos habitacionais são assinados. Quantos mais contratos são assinados, mais aquecido está o setor imobiliário.
A perspectiva é de que ocorra quedas de 1% na quantidade de contratos para o setor. A queda decorre da diminuição na renda dos agentes. Quando os agentes estão mediante à uma situação de risco, os agentes buscam liquidez e, além disso, não buscam se comprometer com gastos de longo prazo.
A Economic&Financial Affair da European Commission, divulgará indicadores de confiança de empresas, consumidores e para o setor de serviços para o mês de março. Muito provavelmente os dados tenham queda ainda mais abruptas do que as registradas nos indicadores de fevereiro.
Além disso, os dados de expectativas de inflação e de preços devem cair. O avanço do novo coronavírus em vários países do bloco econômico, fazem com que a renda dos indivíduos caiam, por conta da retração econômica.
Assim, qualquer expectativa ou pesquisas de clima tendem a sofrer retração.
Analogamente, os indicadores de preços também recebem impactos da desaceleração econômica.
Quando a economia desacelera o consumo cai e, com isso, há queda na demanda por bens e serviços. Tendo em visara que há queda na demanda, os preços sofrem pressão para baixo gerando queda na inflação.
Assim, espera-se que ocorra desaceleração nos preços. Para o observação mensal a expectativa é de que indicador saia de 0,4% vá para 0,1%. Na observação anual, a expectativa é de que os dados 1,7% para 1,4%.
No Brasil, como em toda segunda-feira, será apresentado o Relatório Focus com as expectativas dos analistas de mercado.
As expectativas dos agentes devem começar a ir na mesma linha das revisões para o crescimento econômico brasileiro. Os grandes players preveem forte queda na atividade econômica brasileira.
Quanto ao IGP-M, o qual registrará queda de 0,04% para o mês de fevereiro.
Como o IGP-M é um indicador inflação, a queda nas atividades econômicas, joga os preços para baixo, evidenciando a queda no consumo e da demanda.
Contudo, a possibilidade de alta por conta das famílias, ainda no começo de março, buscarem, em muitos lugares aumentarem os seus estoques para passarem pelo isolamento social, apesar de mercados estarem abertos durante o período.