Ontem (07), os mercados começaram o dia com alta. A possibilidade de redução na aceleração do covid-19, contribuiu para o bom humor dos mercados. Contudo, as perspectivas ruins em relação ao mercado de petróleo, fizeram com que os ganhos fossem devolvidos, após os dados divulgados pelo relatório do Departamento de Energia dos Estados Unidos, atingindo fortemente as ações de empresas de energia e do setor de petróleo.
Outro fator importante para devolução das altas foi o dado da curva de contágio e mortes nos Estados Unidos, com resultados piores do que nas semanas anteriores.
Assim, as bolsas americanas fecharam o dia em queda, devolvendo toda a alta observada no começo do dia. A Nasdaq teve redução de 0,33%. O S&P 500 teve perdas de 0,16% e o Dow Jones teve redução de 0,12%.
O petróleo também fechou em queda por conta do relatório do departamento de energia e da imprevisibilidade em relação ao acordo entre russos e sauditas. Tudo indica que a reunião entre os membros da OPEC+ ocorrerá na quinta-feira.
Assim, o petróleo WTI teve queda de 9,39%, fechado o dia cotado a US$ 23,63 e o Brent fechou com redução de 3,57%, cotado a US$ 31,87 o barril.
O VIX, após ter baixas ao longo do dia, fechou com alta, refletindo os dados desanimadores referentes ao covid-19 nos EUA. O indicador de risco teve aumento de 3,23% no dia, alcançando 46,70 pontos.
O Brasil também começou o dia com fortes ganhos, sendo puxado pelos índices de Nova York e as expectativas positivas com o covid-19 na América do Norte e com a segunda fase do isolamento na Europa, sendo arrefecido pela diminuição dos casos.
Contudo, as informações de final do dia vindas dos Estados Unidos e o aumento da doença no Brasil, trouxeram perdas para o Ibovespa. Assim, a bolsa fechou com ganhos de 3,08%, alcançando 76.358,09 pontos.
O dólar, com intervenção do Banco Central e o aumento do apetite pelo risco por parte dos agentes, teve retração de 1,22%, com a moeda a fechar a sessão cotada a R$ 5,2229.
Na Europa, os mercados acompanharam as altas de Nova York, dado que as expectativas em relação ao avanço do covid-19 melhoraram consideravelmente em vários países europeus, a ponto do lockdown em países como Áustria e Dinamarca terem sido suspensos. A reunião com os líderes da Zona do Euro também trouxe ânimo com os formuladores de política a se comprometer, mais uma vez, com alívios em relação aos impactos advindos do novo coronavírus.
Todavia, ainda há cautela quanto as perspectivas futuras no que diz respeito à retomada da economia pós-crise, uma vez que muitos dados de conjuntura econômica continuarão a ser negativos.
De acordo com o cenários exposto acima, a bolsa de Frankfurt liderou as altas, com elevação de 2,79%. Madrid, se elevou em 2,30%. Milão e Londres tiveram ganhos 2,19%. Paris, teve queda de 2,12%.
Estados Unidos: Dados do petróleo e ata do FOMC
Hoje (08), nos Estados Unidos o foco é para o mercado de petróleo. Entre os indicadores mais importantes, referentes à commodity, teremos o estoque de petróleo bruto e o Estoque de petróleo em Cushing.
A Agência Americana de Energia divulgará os estoques de petróleo bruto, com a expectativa de queda. O mercado estima que ocorra redução de 26,75% dos estoques em relação à última observação, quando os estoques atingiram 13.834 milhões de barris, contra 1,62 milhão na semana do dia 18.
Apesar da expectativa de redução nos estoques, impactadas pela diminuição na produção como aportado pela Baker Hughes em sua contagem de sondas, os níveis de estoque ainda são altíssimos.
O comportamento no mercado de petróleo se deve à redução na demanda global ocasionada pela pandemia do novo coronavírus. Outro fator impactante é a disputa entre russos e sauditas que desempenham uma guerra comercial em torno dos preços da commodity, a pressionar os preços para baixo.
Sob a mesma perspectiva, o estoque de petróleo em Cushing, Oklahoma. Os dados da região são a base para precificação do petróleo WTI, como é visto no mercado, os preços estão em queda condizente com a elevação nos estoques aportados nas últimas observações, atingindo o seu pico.
O Departamento de Energia dos Estados Unidos, trouxe um relatório com perspectivas negativas, com retração na demanda de petróleo. Contudo, há esperança do arrefecimento dos efeitos do covid-19 e recuperação da economia, a instituição espera que os preços do petróleo WTI seja cotado a US$ 29,34 e o Brent a US$ 33,04 ao fim de 2020. Para 2021, espera-se que o petróleo WTI seja negociado em US$ 41,12 e o petróleo Brent a US$ 45,62.
Quanto às perspectivas dos formuladores de política, será divulgada a ata do FOMC, que é o análogo ao COPOM, sendo o comitê de política monetária do Banco Central americano, o FED. Na ata são evidenciadas as expectativas dos membros em relação à economia e quais podem ser os próximos passos a serem tomados de acordo com a conjuntura econômica atual.
Brasil: Setor de serviços e confiança do consumidor
Para o Brasil, serão divulgados os dados de serviços para o mês de fevereiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar dos dados estarem relativamente atrasados, existe a possiblidade do índice ainda ter força, o mercado espera redução para observação anual, saindo de 1,8% em janeiro para 1,6% em fevereiro. Para a análise mensal, o mercado espera que o indicador tenha aceleração de 0,5% em fevereiro, contra 0,6% em janeiro.
O setor de serviços, indiretamente, tem a capacidade de mostrar o desempenho da atividade econômica, uma vez que a queda na demanda por serviços advém da desaceleração no consumo das famílias, no que diz respeito aos serviços pessoais, e no consumo de serviços empresariais, ambos decorrentes da desaceleração econômica.
A Reuters divulgará o indicador de confiança do consumidor para o mês de abril. Apesar do sensível aumento entre a perspectiva para fevereiro e março, saindo de 50,26 para 50,60, existe a possibilidade de o índice ter queda por conta de possível redução na renda, advinda do aumento no desemprego ocasionado pelas medidas de isolamento social.
Deixe um comentário