Notícias de vacinas nos EUA, produção industrial e reforma administrativa no radar

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A quarta-feira (02), foi de elevação para as bolsas do hemisfério norte, mediante ao avanço de Nova York com as notícias positivas em relação à vacina, para o combate do covid-19 e devido ao dados de atividade econômica nos Estados Unidos.

Em Nova York, apesar das vagas publicadas pela ADP Systems ter vindo bem abaixo do esperado, os dados das encomendas à indústria contribuíram positivamente para o mercado, principalmente para as ações de empresas do Dow Jones. Além disso, o anúncio de que vacinas poderão começar a serem distribuídas a partir de primeiro de novembro, gerou boas elevações. O Dow Jones, teve elevação de 1,59%. O S&P 500, ganhou, 1,54% e a Nasdaq, subiu 0,98%.

Mais uma vez, as bolsas europeias fecharam em queda na maioria das praças. Após vários dias no vermelho, os investidores deixaram os dados ruins dos países do continente de lado, seguindo o mercado em Nova York.

Frankfurt e Paris, lideraram as altas, com valorização de 2,07% e 1,90%. Londres e Milão, ganharam 1,35% e 1,34%. Madri, fechou com alta mais tímida, a 0,57%.

No Brasil, houve leve realização dos fortes ganhos de terça (01). A queda nos preços das commodities devido ao fortalecimento do dólar frente às demais moedas, contribuiu para que os agentes posicionados na bolsa brasileira realizassem seus lucros.

Além disso, o mercado espera o detalhamento da reforma administrativa de hoje, sendo um principal driver para o mercado. Assim, o Ibovespa, teve queda de 0,25%, a 101.911,13 pontos. O dólar, com a queda do risco, teve queda de 0,51%, a R$ 5,36.

O petróleo, seguiu o mesmo comportamento das outras commodities. Além disso, a produção de petróleo no Golfo do México, ainda está ociosa, podendo recuperar a produção.

Assim, apesar dos cortes na produção de petróleo bruto nos EUA, com queda de 9,362 milhões de barris, o WTI, teve queda de 2,29%, a US$ 41,51 e o Brent, teve desvalorização de 2,52%, cotado a US$ 44,43.

Estados Unidos: PMI, produtividade, custo da mão de obra e outros indicadores

Hoje (03), após a elevação aquém do esperado das contratações contabilizadas pelo ADP System (02), o Departamento do Trabalho divulgará os pedidos iniciais por seguro desemprego, sendo mais um dado para antecipar o Relatório do Payroll.

Por conta da rigidez que vem se apresentando na recuperação do mercado de trabalho americano, é esperada queda modesta na demanda pelo benefício, adaptando suas expectativas com base nas semanas anteriores. Assim, os pedidos podem sair de 1.006 milhões para 950 mil.

Ainda pensando no mercado de trabalho, o Bureau of Economics Analysis divulgará os índices de produtividade e custo da mão de obra.

Considerando a flexibilização do mercado de trabalho americano, um indicador tem bastante relação com o outro. Dado que não há poucas restrições para empregadores demitirem e contratarem o salário, isto é, o custo da mão de obra, tende a ser igual a produtividade do trabalhador.

Outro fator, que contribui para o aumento do custo, é a demanda por trabalho. Como os indicadores de atividade econômica tendem a melhorar as expectativas, faz com que a demanda desse mercado se eleve, gerando aumento nos preços.

Todavia, como a perda da economia foi muito elevada, esse aumento no custo da mão de obra não é repassado para os preços, sem gerar impacto considerável na inflação.

A expectativa para a produtividade do setor não agrícola no segundo trimestre é de elevação de 7,5% e para o custo unitário da mão de obra é de 12,1%, se mantendo próximo da última observação.

Também há continuação da divulgação dos PMI’s da Markit e da ISM Inc. Com perspectivas majoritariamente positivas devido os dados industriais positivos.

Por parte da ISM, será divulgado o PMI do setor não manufatureiro, apesar do mercado esperar queda em relação ao mês de julho, saindo de 58 pontos para 57 em agosto, o número ainda é considerado positivo pelo mercado.

Para os indicadores da IHS Markit, os agentes esperam que o PMI de serviços e o composto saiam da faixa dos 50 pontos, podendo registrar 54,8 e 54,7 pontos respectivamente.

Apesar dos números serem positivos, ainda não recuperação imediata, haja vista o que o mercado de trabalho ainda não se recuperou.

Por fim, a balança comercial americana, com a expectativa de melhora da renda, tende a aprofundar os o déficit, com um possível aumento das importações. Assim, o mercado espera déficit de US$ 58,0 Bilhões na balança comercial em agosto.

Europa: PMI’s de serviços, composto, vendas no varejo e Bancos Centrais

Tal qual ocorreu com o PMI industrial, que teve queda devido às expectativas de retorno do surto de covid-19 na Europa, o mercado espera queda nos demais PMI’s.

O setor de serviços depende, em certa medida da indústria e, também do consumo, como as duas variáveis tendem a perder força com a possibilidade de ampliação das medidas de restrição social e, como o PMI composto é a união indicador de serviços e industrial, o mercado projeta retração em ambos indicadores.

Para a Alemanha, a expectativa é de que o PMI composto saia de 55,3 pontos em julho, para 53,7 pontos. No setor de serviços, espera-se 50,8 pontos em agosto, ante 55,6 em julho.

No Reino Unido, como os indicadores antecedentes se mostraram levemente melhores, o PMI composto de agosto pode atingir 60,3 pontos, contra 57 de julho e o de serviços, pode avançar 60,1 pontos, contra 56,5.

Para a Zona do Euro, o PMI composto pode sair de 54,9 pontos para 51,6 em agosto e para serviços, espera-se 50,1 pontos.

Ainda para a Zona do Euro, a Eurostat divulgará os dados de Vendas no Varejo para o mês de julho. Apesar da melhora no indicador anualizado, o índice mensal tem perspectiva de queda, também impactado pelo aumento de casos de covid-19, impactando a demanda agregada, sendo mais um fator que pressiona os preços para baixo.

Para o ano, o indicador deve alcançar elevação de 3,5%, ante avanço de 1,3% em julho. Ao mês, a variação cai em relação ao mês imediatamente anterior de 5,7% para 1,5%.

Brasil: PMI e Produção Industrial

No Brasil, os indicadores do PMI também seguem a tendência do indicador divulgado para o setor industrial, com a mesma lógica dos demais países no que diz respeito à natureza do setor de serviços e composição do PMI composto.

Todavia, pelo fato do setor de serviços brasileiro ter dinamismo menor, a elevação tende a não ser intensa, com o indicador podendo ficar inalterado.

Também no que diz respeito à atividade econômica, a produção industrial, publicada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Após dados acima do esperado, o mercado espera elevação de 5,7% para a indústria em julho. Apesar da alta, vale ressaltar que o aumento na produção ainda não compensa a queda histórica. Assim, a produção industrial terá de continuar caminhando bem para compensar a queda na economia. Todavia, as expectativas positivas dos agentes e a manutenção dos benefícios governamentais, contribui para sustentação da demanda.

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