Noticiário corporativo e olhos em Brasília

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Nesta quarta-feira, boa parte das atenções dos investidores estará voltada para Brasília. A comissão especial da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados pode votar o relatório apresentado por Samuel Moreira (PSDB-SP), em um passo importante para que a reforma seja levada ao plenário. Além disso, hoje saiu o aviso ao mercado da oferta de ações da BR Distribuidora, na qual a vendedora é a Petrobrás. Olho também em Braskem, envolvida nas negociações da Odebrecht com seus credores.

O grupo Odebrecht pode usar parte dos recursos provenientes da futura venda de sua participação de 50,1% na Braskem para pagar outros credores além dos bancos, que detêm praticamente todas as ações da petroquímica como garantia de empréstimos concedidos a empresas do grupo. As informações são da Coluna do Broadcast.

Isso pode implicar que esses bancos fiquem com uma fatia menor na Braskem, em outras palavras, recuperem um valor financeiro inferior ao que tinham garantido. Essa deve ser a tônica das negociações do conglomerado com os bancos, que ainda não foi iniciada. O grupo pretende mostrar que não há outra saída aos bancos a não ser ceder, mesmo que tenham parte de suas dívidas fora da recuperação judicial do grupo. A Odebrecht vê na Braskem o ativo de maior valor e liquidez para enfrentar um passivo que alcança a casa de R$ 100 bilhões. Atualmente, a petroquímica vale R$ 28 bilhões.

No exterior, enquanto que as bolsas asiáticas fecharam em baixa generalizada à medida que preocupações sobre a perspectiva do comércio global e um novo indicador chinês fraco pesaram no sentimento do investidor, as bolsas europeias avançam reagindo à escolha da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, como a substituta de Mario Draghi no comando do Banco Central Europeu (BCE), com expectativa que ela tenha uma visão “dovish” (favorável a estímulos).

Já o petróleo avança mais de 1%, após o American Petroleum Institute (API) apontar ontem quedas nos estoques de petróleo bruto, gasolina e destilados dos EUA da semana passada. Às 11h30 (de Brasília), investidores ficarão atentos à sondagem oficial sobre estoques americanos, elaborado pelo Departamento de Energia (DoE), o que pode movimentar as ações de Petrobras.

BR Distribuidora

Neste follow on (oferta subsequente) será colocada de 25% a 33,75% da participação detida pela Petrobras na distribuidora de combustíveis.

A quantidade inicial de ações na oferta, que ocorre no Brasil e com esforços no exterior, é de 291.250.000 ações ordinárias, com opção de lote adicional de 20% e suplementar de 15%. Se exercidos totalmente, ao preço do fechamento da ação no pregão de ontem, R$ 23,60, a operação pode movimentar cerca de R$ 9,27 bilhões.

Pessoas físicas podem participar no âmbito da oferta de varejo, com no mínimo 10% e, a critério dos coordenadores da oferta e do acionista vendedor, no máximo, 20% do total das ações, com pedidos de investimento de R$ 1 mil (mínimo) até R$ 1 milhão (máximo). O período de reserva começa dia 10 e se encerra em 22/07. No dia seguinte, 23, o preço da ação será definido, com o fechamento do procedimento de coleta de intenções de investimento, o bookbuilding, iniciado nesta quarta-feira.

A previsão de obter o registro da oferta pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é no dia 24 de julho, seguido pelo início das negociações das ações da oferta na B3 no 25/07 e a liquidação, dia 26.

Cosan

A Raízen, joint venture entre os grupos Cosan e Shell, vai contratar um banco nos próximos dias para avaliar as refinarias que foram colocadas à venda pela Petrobras, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. Segunda maior distribuidora de combustíveis do País, atrás da BR Distribuidora, que pertence à estatal brasileira, a companhia não atua em refino no mercado nacional.

A distribuidora, que pertence ao empresário Rubens Ometto Silveira Mello, é apontada como uma das potenciais interessadas em adquirir parte desses ativos da Petrobrás. A estatal anunciou, em abril, que vai se desfazer de oito unidades, reduzindo à metade sua capacidade de produção. O Citigroup foi contratado pela petroleira para vender pelo menos quatro unidades.

Via Varejo e Magazine Luiza

A Via Varejo, agora sob comando da família Klein, colocou o executivo Roberto Fulcherberguer como o novo presidente da companhia e começou a fazer uma ofensiva sobre executivos da concorrência, em especial do Magazine Luiza, rede que tem abocanhado parte de suas vendas e também a preferência do mercado financeiro nos últimos anos.

Foi na rival que a empresa encontrou o novo nome para tocar sua operação online: Ilca Sierra, que estava no Magazine havia quase 10 anos e comandava a área de marketing multicanais da varejista. A atuação online é considerada uma das principais deficiências atuais da Via Varejo.

Em vídeo divulgado pela varejista para funcionários na segunda-feira, 1º, Fulcherberguer, que atua no varejo há mais de 20 anos, com passagens por companhias como Arapuã e Grupo Pão de Açúcar, prometeu reduzir o espaço que a dona da Casas Bahia e do Ponto Frio perdeu para o Magazine Luiza, consertando o rumo da companhia.

Elétricas

Em uma sequência de ofertas de ações, o setor elétrico caminha para atrair quase R$ 10 bilhões em cerca de um mês, número que pode aumentar, a depender do avanço de outras operações atualmente em preparação. Se em meados de junho, a CPFL Energia conseguiu captar um total de R$ 3,694 bilhões em sua oferta subsequente, a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Neoenergia, que estreou ontem na B3, deve ser concluída com até R$ 3,7 bilhões. Agora é a vez da Light testar o mercado, numa operação que pode chegar a R$ 2,5 bilhões e será precificada em 8 de julho. E o mercado ainda aguarda uma potencial operação de Alupar e também de AES Tietê.

O consumo de energia elétrica subiu 3,2% em maio, para 40. 435 megawatts (MW), contra o mesmo mês de 2018, informou a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), quando ocorreu greve de caminhoneiros. O consumo industrial de eletricidade subiu 2,5% na mesma comparação, mas na série de taxas acumuladas nos últimos 12 meses registra queda de 0,4% até maio.

FONTE: AE BROADCAST

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