MRV, Petrobrás, BR Distribuidora e outras

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O fôlego visto no Ibovespa na sessão de ontem, ao renovar recorde de fechamento acima dos 117 mil pontos, tem beneficiado as ações caracterizadas como “atrasadas” em 2019. Em mais um dia de ganhos nas bolsas internacionais, os papéis podem encontrar espaço para mais valorizações, embora uma realização de lucros esteja no radar. Ainda assim, notícias corporativas seguem no foco do mercado. Fique de olho nas ações de MRV Engenharia, Petrobras, BR Distribuidora, Rossi, bancos e Triunfo.

Após estudar as sugestões propostas pelos acionistas minoritários, a MRV Engenharia alterou a proposta de combinação de negócios entre a companhia e a AHS Residential, assim como um conjunto de medidas de governança, mitigando potenciais futuros conflitos de interesse, assim como alterações estatutárias. A proposta será submetida aos seus acionistas em assembleia geral extraordinária no dia 31 de janeiro de 2020.

Pela nova proposta, a MRV fará emissão de 7,75% de ações, que serão subscritas pela família Menin, em troca dos 89,4% que os controladores da maior incorporadora brasileira possuem na AHS. O investimento continuará a ser de até US$ 236 milhões em quatro anos na empresa americana. Se aprovada a incorporação, a companhia transferirá a participação detida na AHS Development para sua controlada MRV (US) Holdings Corporation (“MRV US”), de modo que passará a deter, indiretamente, 89,4% do capital social da AHS Residential. Ao final da operação, os Menin terão 37,71% da MRV, ante os atuais 32,4%, e deixarão de ter participação.

De acordo com a construtora, a transação contemplará algumas etapas: em primeiro lugar, incorporar a valor de NAV (valor total dos recursos de companhia menos o valor total de suas responsabilidades) a totalidade da participação indireta de Rubens Menin na AHS Residential. “Com isso, a única forma de investimento na AHS Residential será por meio da companhia, eliminando potenciais conflitos de interesses, como uma incorporação”, apontou a empresa em comunicado.

Em setembro, a construtora anunciou que compraria até 51% da AHS pelo valor entre US$ 220 milhões e US$ 225 milhões. Com o aporte de capital, que ocorreria em etapas, a participação dos atuais sócios – a família Menin e o fundo Silverpeak – seria diluída para 49%. A operação levantou questionamentos em relação a fatores como o aumento da complexidade do negócio para quem tem interesse em comprar ações da MRV, a falta de sinergia entre as operações das duas empresas e o conflito de interesses resultante de a família vir a se tornar acionista direta da AHS e indireta, por meio da empresa brasileira.

No exterior, as bolsas europeias e os futuros de Nova York operam em alta, impulsionados pelo otimismo com o comércio global, após avanços recentes entre Estados Unidos e China. Entre as commodities, os contratos futuros de petróleo avançam e atingiram hoje máximas desde setembro em meio a sinais positivos da economia da China. Mais cedo, foi informado que o lucro industrial chinês avançou 5,4% em novembro, na comparação anual. Além disso, no câmbio o dólar mais fraco ante outras moedas principais ajuda a apoiar o petróleo. Já o contrato futuro do minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian terminou em alta de 1,8%, a US$ 91,81 a tonelada.

Entre outros destaques, o Banco Central Europeu (BCE) publicou seu último boletim econômico de 2019 e reduziu levemente a projeção para o crescimento da economia da zona do euro, passando de expansão de 1,2% em 2020 para 1,1%. Segundo a instituição, houve uma deterioração do fluxo comercial no mundo.

Petrobras

A Petrobras anunciou que vai aumentar em 5% o preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) a partir de hoje nas suas refinarias, um dia depois de ter anunciado que o gás natural deverá cair cerca de 10% após a revisão de contratos com 12 distribuidoras estaduais do produto. Seguindo a regra de reajustes trimestrais para o GLP, o aumento de 5% atinge o gás de cozinha (Botijão de 13 kg) e também o GLP industrial e comercial. O impacto para o consumidor deverá girar em torno de 2% a 3%, já que a realização da Petrobras representa 38% do preço, sendo os outros custos distribuídos entre a comercialização e tributos.

A petrolífera anunciou que nos últimos meses renovou contratos com 12 distribuidoras estaduais – GásBrasiliano, São Paulo Sul, Comgás (parcialmente), BR Espírito Santo, Gasmig, CEG, CEG-RIO, Algás, Bahiagás, Sergás, Potigás e Pbgás, que entrarão em vigor em janeiro de 2020, com base em uma nova fórmula de preço da molécula de gás indexada ao preço do petróleo.

“Considerando preços de petróleo na faixa de US$ 60/bbl, o custo de aquisição de gás natural pelas distribuidoras deverá ter uma redução média imediata estimada em 10% em relação aos contratos anteriores (dependendo do preço do petróleo e data taxa de câmbio real/dólar)”, informou a estatal em nota.

Além disso, a Petrobras e a BR Distribuidora informaram que assinaram um aditivo ao Contrato de Compra e Venda de Gás Natural, que inclui alterações como vigência, valor, volume diário e prazo de pagamento, entre outras condições. Mesmo com a prorrogação por um ano, de 1º de janeiro até 31 de dezembro de 2020, o valor total do contrato diminuiu, passando de R$ 2 bilhões para R$ 1.850.125.090,00.

BR Distribuidora

A BR Distribuidora assinou com MDC I Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, gerido pela Pacífico Administração de Recursos, contrato para a venda da totalidade de sua participação na CDGN Logística por R$ 25,373 milhões. A empresa explica que o valor da venda será ajustado conforme regras contratuais e pago no fechamento da operação, que está sujeita à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A empresa lembra que detém 49% da CDGN. Os outros 51% pertencem à MDCPAR.

Segundo a BR, a CDGN Logística é uma sociedade anônima que atua há 12 anos no mercado de logística de gás natural comprimido (GNC) atendendo clientes dos segmentos industrial e de distribuição de gás em todo o território nacional. A sede da companhia está localizada no município do Rio de Janeiro. “A operação está alinhada à iniciativa Gestão de Portfólio, que tem como objetivo expandir os segmentos operacionais com maior potencial de criação de valor para a companhia”, diz.

Bancos

A Caixa reduziu em até 54% as taxas de juros para as contratações de crédito rural destinadas a produtores, cooperativas e agroindústrias. As novas taxas, adotadas pela instituição no início da semana, são para contratações com recursos obrigatórios de operações de custeio, investimento, comercialização e industrialização e variam de acordo com a atividade financiada, o prazo da operação e o nível de relacionamento do cliente com o banco.

Segundo a Caixa, os produtores do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) já contam com taxas no custeio a partir de 5,0% ao ano e, para o investimento, a partir de 5,7% ao ano, reduções de 17% e 19%, respectivamente. Os demais produtores pessoas físicas e jurídicas contam com taxas 19% menores, partindo de 6,5% ao ano.

Triunfo

A Triunfo Participações e Investimentos (TPI) e sua subsidiária Concessionária das Rodovias Centrais do Brasil (Concebra) informam que chegaram a um acordo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que as condições vigentes no empréstimo-ponte aprovado para a Concebra em junho de 2014 fossem repactuadas.

“O novo formato do financiamento obtido contempla, dentre outros fatores, o perdão dos encargos moratórios através de um bônus de adimplemento. A repactuação prevê a destinação de 27% do faturamento da concessionária, em condições de normalidade, arrecadado mensalmente, para pagamento do serviço da dívida, além da mudança de indexador de TJLP + 2% a.a. para TLP + 2% a.a.”, detalha a empresa em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Segundo a Triunfo, o saldo de dívida, sem considerar os encargos moratórios, atualizado em dezembro é de cerca de R$ 792 milhões.

Rossi

O conselho de administração da Rossi aprovou as condições comerciais definitivas e a celebração de um Memorando de Entendimentos vinculante (MoU) junto ao Banco Bradesco, formalizando os termos de uma nova fase da reestruturação da dívida corporativa mantida junto ao banco, no valor aproximado de R$ 800 milhões.

O MoU prevê que 100% da dívida corporativa com o Banco Bradesco será quitada através da alienação de determinados ativos, objetos de garantia da referida Dívida. “A companhia e o Bradesco têm 180 dias para juntos concluir este processo e consumar a quitação de 100% do saldo devedor, com a formalização dos documentos que transferirão a propriedade de todos os ativos objetos do presente acordo”, informa.

Segundo a empresa, além da redução do nível de alavancagem, já que a dívida reestruturada representa aproximadamente 70% do endividamento corporativo bruto da companhia, a renegociação permitirá uma queda significativa nas despesas financeiras projetadas para os próximos anos, permitindo que a companhia direcione seu caixa para novos desenvolvimentos e para a retomada do ciclo de lançamentos.

Diagnósticos da América

A Diagnósticos da América (Dasa) anunciou a aquisição de 80% do capital social do Laboratório Bioclínico MS, do Mato Grosso do Sul. A empresa não deu detalhes financeiros da operação, informando que não constitui investimento relevante e não enseja deliberação assemblear da companhia, nem direito de recesso.

FONTE: AE BROADCAST

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