Mercados tentam se recuperar, mas ainda ficam atentos a qualquer movimento na fronteira russo-ucraniana

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As tensões no leste europeu voltaram a se elevar, após grupos separatistas pró-Rússia realizaram bombardeios e o ocidente afirma que os soldados russos tenham relação com o ocorrido. Assim, tal perspectiva ampliou o risco percebido em escala global, afetando, inclusive, os mercados Europeus. Em Londres, o índice Financial Times recuou 0,87%. Frankfurt, teve realização de 0,67%. Paris perdeu 0,26%. Milão teve queda de 1,11%. Madri e Lisboa tiveram queda de 0,76% e 0,08%, respectivamente.

Nos Estados Unidos, as bolsas caíram fortemente devido à aversão ao risco global. O índice S&P 500 fechou em queda de 2,12%, a 4.380,26 pontos. O Dow Jones caiu 1,78%, a 34.312,03 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 2,88%, a 13.716,72 pontos. Após à troca de tiros e bombardeios de ativistas pró-Moscou, a temperatura voltou a subir entre os membros da Otan e a Rússia, fazendo com que o presidente dos EUA, Joe Biden volte a dizer que há evidências de que ocorrerá ataque russo à Ucrânia. Na agenda econômica 1,899 milhões de licenças para construção foram liberadas, número acima do esperado. Na agenda corporativa, os bons números de Wall Mart e outras companhias também foram eclipsados pelos ruídos advindos do leste da Europa.

A ampliação do risco global afetou mercados emergentes e, com isso, a bolsa brasileira foi na esteira das desvalorizações. O Ibovespa fechou com queda de 1,43%, cotado a 113.528 pontos. Além dos ruídos de ordem geopolítica, a queda nos preços do petróleo e do minério de ferro fez com que importante companhias com bastante relevância para índice tivessem realização.

Para hoje (18/02)

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única com os investidores ponderando os receios relacionados ao aumento das tensões no leste europeu. O índice acionário japonês Nikkei caiu 0,41%. Hong Kong teve queda de 1,88% e o Taiex de Taiwan recuou 0,20%. Na Coreia do Sul, houve alta de 0,02%. Na China Continental o Xangai Composto e Shenzhen 0,66% e 0,42%, respectivamente.

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve queda de 1,37%, a 685 iuanes, o equivalente a US$ 108,26.

Na Europa, as bolsas tentam recuperação parcial após as quedas de ontem (17). O bom resultado de Renault contribui para o bom desempenho das companhias do setor. A possível conversa entre Sergey Lavrov e o departamento de Estado dos EUA no sábado contribui para o recuo do risco. Na agenda econômica os dados mais importantes são as transações correntes da Zona do Euro e vendas no varejo do Reino Unido.

Nos EUA, os futuros sobem com a possibilidade de conversa diplomática entre Estados Unidos e Rússia. Todavia, há perspectiva de que os movimentos separatistas podem servir como pretexto para os russos invadirem a Ucrânia.

O petróleo e o minério de ferro amargam mais um dia de queda podendo impactar negativamente as companhias ligadas às respectivas commodities.

Na agenda corporativo, a Rumo reportou seus resultados ontem, o Lucro líquido teve queda de 48,9% em 2021 em relação a 2020 chegando a R$ 156 mi. No trimestre, houve prejuízo de R$ 384 mi.

Já a Taesa, teve lucro de R$ 423,1 mi no 4T21, queda de 43,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A Notre Dame Intermédica informou hoje que, em Assembleia Geral Extraordinária, foram aprovados pela Hapvida o cancelamento do registro de companhia aberta.

A 3R Petroleum terá de devolver sua participação de 30% detida no bloco da Bacia Potiguar.

A SLC Agrícola anunciou a ampliação da capacidade do armazenamento de sementes.

A JBS informou em fato relevando que desistiu de realizar a aquisição de todas as ações ordinárias da cia americana Pilgrim’s Pride Corporation.

A Energisa informou que concluiu a aquisição do controle da SPE Paranaíta.

Na política, Aras diz que para arquivar o processo contra Bolsonaro no que diz respeito às informações vazadas em vídeo.

De olho nas eleições, Serra (PSDB) disse que a conversa entre PT e PSDB é algo natural.

O posicionamento de Bolsonaro em sinalizar solidariedade com russos gera críticas por parte dos Estados Unidos.

Autor: Matheus Jaconeli – Analista CNPI 2917  

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