Os mercados europeus fecharam em queda no pregão de ontem por conta das perspectivas em torno do avanço da política monetária mais restritiva por parte do FED. Internamente, o índice ZEW de expectativas econômicas para a Alemanha subiu 51,7 pontos, superando as perspectivas de 32,5, mas não gerou nenhum efeito nos mercados. Na geopolítica, os ruídos em torno dos movimentos da Rússia também ficaram no radar. Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em baixa de 0,63%. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 1,01%. Paris teve recuo de 0,94%. Milão teve retração de 0,74%. Na península ibérica, Madri e Lisboa tiveram queda de 0,65% e 0,30% respectivamente.
Após o feriado de Martin Luther King, as bolsas americanas voltaram a operar, também em queda. A alta nos preços do petróleo e os argumentos de membros do FED geraram perspectivas de que o FED pode subir as taxas de juros e tirar os estímulos monetários de forma mais abrupta, fazendo com que os rendimentos das treasuries de 10 anos subissem fortemente. Assim, o Dow Jones teve queda de 1,51%. O S&P 500 teve perda de 1,84%. Com o cenário maligno para empresas de tecnologia, o Nasdaq teve queda de 2,60%.
Diferentemente das bolsas no exterior, o Ibovespa conseguiu ter alta de 0,28% chegando aos 106.668 pontos. Mesmo com o movimento dos juros nos Estados Unidos, queda nas bolsas ao redor do mundo e alta nos juros internos também influenciados pelos riscos fiscais internos, os ativos descontados e o avanço nos preços das commodities deram impulso ao Ibovespa, gerando uma espécie de rotação em renda variável para um mercado mais descontado, como é o caso da bolsa brasileira.
Para hoje (19/01)
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em queda. Os mercados do continente seguiram os movimentos dos mercados ocidentais. Internamente, houve realizações em setores de carros elétricos e de saúde. Na China continental, o Xangai Composto e Shenzhen tiveram queda de 0,68% e 0,33% respectivamente. Tóquio recuou 2,80%. Hong Kong teve alta de 0,06%. Seul teve baixa de 0,82% e Taiwan perdeu 0,82%.
Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 4,26% a US$ 115,8.
Os mercados se recuperam na Europa após o pregão de ontem. Os investidores também ficam atentos aos dados de inflação e demais números de conjuntura no Reino Unido e na Alemanha.
Nos Estados Unidos os mercados também operam em alta buscando corrigir as perdas do pregão do dia anterior. Os investidores ainda esperam os balanços do Bank of America e do Morgan Stanley, após o Goldman Sachs apresentar lucro abaixo do esperado. Na agenda econômica, o mercado também fica de olho nos dados de construção e nos estoques de petróleo da API.
No Brasil, os investidores continuarão atentos aos ruídos da agenda fiscal, apesar do vice-presidente Amilton Mourão dizer que não há espaço para o orçamento de reajustes nos salários dos funcionários públicos, mas as pressões podem trazer um ponto de instabilidade.
Pelo lado positivo, segue a tese do desconto do Ibovespa e mais um dia de alta das commodities. O minério de ferro, em todas suas referências subiu na China e o petróleo passa por mais um dia de avanço dado aos problemas no oriente médio. Ontem à noite a operadora estatal da Turquia Botas informou que uma explosão no oleoduto Iraque-Turquia causou um incêndio e afetou as operações, mais um fator que gera pressões na oferta e faz subir os preços, mais um fator que contribui para alta dos juros.
Na agenda corporativa a Cyrela informou que a Dynamo Administração de Recursos fez aquisições de ações no mercado e aumentou sua participação para 10,08% do total dos papéis ordinários da companhia, somando 40.283.100 ações. A participação anterior era de 7,65%
A partir de 24 de janeiro, as ações de Lojas Americanas ON e PN deixarão de ser negociadas na B3. As novas ações de Americanas, emitidas em decorrência da incorporação, serão creditadas no próximo dia 26 para os acionistas de Lojas Americanas.
A PetroRecôncavo registra produção de 17.138 barris de óleo equivalente por dia (boepd) em dezembro, alta de 39,6% na comparação com novembro.
Mais uma aquisição da Sinqia. A empresa anunciou a aquisição de 52% do capital da Lote45, empresa de gestão de portfólio e controle de riscos para asset managers, family offices, fundos de pensão e seguradoras. O valor da transação é composto por uma parcela à vista de R$ 79,5 milhões.
O Bradesco informou permissão do primeiro título verde atrelado a critérios socioambientais no valor de US$ 500 milhões. Segundo o documento enviado ao mercado, trata-se de uma captação internacional sustentável de dívida sênior, com prazo de 60 meses e cupom de 4,375% ao ano.
Por Matheus Jaconeli, analista de investimentos da Nova Futura Investimentos, CNPI 2917
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